
Josué estava defronte a Jericó, cidade fortificada, quando lhe apareceu um homem, com uma espada desembainhada na mão, e apresentou-se como “príncipe do exército do Senhor” (Js 5.14). Ao entender que aquele era o seu comandante celestial, Josué se prostra com o rosto em terra e diz: “Que diz meu Senhor ao seu servo?”. A resposta segue: “Descalça os sapatos dos teus pés, porque o lugar em que estás é santo”, e fez Josué assim. No capítulo 6, note que o próprio Senhor fala com Josué, “disse o SENHOR a Josué...” (v. 2), numa demonstração de que o varão que lhe apareceu era o próprio Senhor, que estava presente com Josué e os israelitas.
OS PASSOS PARA A VITÓRIA
1. Submissão
Josué dá o primeiro passo que um líder autêntico deve dar: a submissão. Mesmo sendo líder ele diz: “Que diz meu Senhor ao seu servo?” (Js 5.14). Submissão é o mesmo que sujeição. Ser submisso é ter um dos princípios que agrada a Deus, é renunciar a opinião própria e aceitar a orientação daquele que está exercendo autoridade sobre nós.
Aplicação: "Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus", "antes a si mesmo se esvaziou"... "a si mesmo se humilhou", "tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz" (Fp 2 5-8). Só existe um caminho para a submissão, andar como Cristo andou (1Jo 2.6). Ele é o nosso modelo. E, "embora sendo Filho (Jesus homem), aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu" (Hb 5.8).
2. Obediência
O segundo passo é outro princípio que agrada a Deus: a obediência. Não existe um registro sequer de que Josué tenha sido, alguma vez, desobediente ao Senhor. Muito pelo contrário, a Bíblia diz que todos os israelitas pereceram no deserto por causa da desobediência, mas Josué e Calebe entraram na terra prometida (Nm 32.12).
Aos olhos humanos, a estratégia de Deus para a tomada de Jericó era sem condição, não tinha lógica. Rodear a cidade uma vez, durante sete dias, e no sétimo dia, sete vezes, e na sétima vez tocar trombeta e depois gritar bem alto? Embora pareça absurdo, foi exatamente o que Josué fez. Ele obedeceu, confiou integralmente no Senhor dos Exércitos, e a muralha da cidade caiu por terra.
Imaginando o cenário: Primeiro os que estavam armados (v.7), em seguida, sete sacerdotes com sete buzinas (v.8), depois a arca do conserto (v.8), por fim outros armados na retaguarda (v. 9). A ordem era para o povo ficar em silêncio e apenas os sacerdotes tocarem as buzinas (v. 10,13). Isso aconteceu por seis dias, uma vez por dia (v. 14). No sétimo dia, rodearam a cidade por sete vezes (v. 15); e, na sétima vez que os sacerdotes tocaram as buzinas, Josué diz ao povo “Gritai, porque o SENHOR vos tem dado a cidade!” (v. 16). “...e sucedeu que, ouvindo o povo o sonido da buzina, gritou o povo com grande grita; e o muro caiu abaixo, e o povo subiu à cidade, cada qual em frente de si, e tomaram a cidade” (v. 20).
Aprendemos com o escritor aos Hebreus, que “a conquista de Jericó” se tornou “o triunfo da fé”, pois através da obediência o povo foi vitorioso: “Pela fé, caíram os muros de Jericó, sendo rodeados durante sete dias” Hb 11.30.
Aplicação: Deus sempre quer obediência do seu povo, leia Dt 10.12-13. A obediência a Deus é o caminho para uma vida sadia e eterna. Paulo fala que recebemos a graça para obediência da fé (Rm 1.5); Pedro diz que devemos purificar a nossa alma na obediência à verdade (1Pe 1.22).
A CIDADE DE JERICÓ
A primeira referência bíblica está em Nm 22.1. Jericó desperta a atenção de arqueólogos e estudiosos por ser uma das cidades mais antigas do mundo. Tinha uma área de aproximadamente 32 km2. Era uma cidade-fortaleza. Segundo o Prof. Ernst Sellin e o Prof. Carl Watzinger, chefes da expedição austro-alemã (1907-1909), foram descobertas duas muralhas concêntricas. Trata-se de uma obra-prima de fortificação estratégica, feita de tijolos secos ao sol e constituída de dois muros paralelos três a quatro metros distantes um do outro. A muralha interna, que é particularmente maciça, mede três metros e meio de espessura. O cinturão externo passa pelo fundo da colina e consiste num muro de dois metros de largura e de oito a dez metros de altura, com sólidos alicerces. Tais são as célebres muralhas de Jericó!
As antigas muralhas cananéias de Jericó (reconstrução)

Os deuses cananeus
Além dos fortes muros, os cananeus também confiavam em seus deuses. Entre as suas muitas divindades, Baal era o deus principal, o "Senhor da Terra", que também era o deus do tempo atmosférico. Astarote, mulher de Baal era a personificação do princípio reprodutivo da natureza. O culto a eles consistia em orgias, e a prática comum era o sacrifício de crianças.
Em escavações feitas por Macalister em Gezer, 1904-1909, foram encontradas ruínas de um "Lugar Alto", que tinha sido um templo, no qual ocorria a adoração de Baal e Astarote. Sob os detritos, neste local, foram encontrados uma grande quantidade de jarros contendo despojos de crianças recém-nascidas, que haviam sido sacrificadas a Baal. A área inteira se revelou como sendo cemitério de crianças. Em Meggido, Jericó e Gezer as escavações revelaram que era comum o "sacrifício dos alicerces"; quando se ia construir uma casa, sacrificava-se uma criança, cujo corpo era metido num alicerce, a fim de trazer felicidade para o resto da família.
DEUS ENTREGA JERICÓ NAS MÃOS DE JOSUÉ
Quando Josué enviou dois espias à Jericó, a resposta que obteve foi: “Certamente o SENHOR tem dado toda esta terra nas nossas mãos, pois até todos os moradores estão
desmaiados diante de nós.” (Js 2.24). Para confirmar, aparece-lhe o Senhor e fala: “...Olha, tenho dado na tua mão a Jericó...” (Js 6.2). Essas palavras encorajaram Josué a obedecer em tudo o que o Senhor lhe ordenou.
Aplicando: O mesmo Deus que encorajou a Josué, fala hoje aos líderes do seu povo, que se submetam à sua vontade e verão os milagres acontecerem!
A ARCA DA ALIANÇA - A PRESENÇA DE DEUS
A Arca simbolizava a presença de Deus no meio do seu povo. Na passagem do Jordão a Arca ficou no meio do rio; agora ela foi carregada sete vezes em torno de Jericó. Guardava as tábuas com os 10 mandamentos, um vaso com o maná e a vara de Arão. (Hb 9.4). Enquanto uns sacerdotes levavam a arca, outros sete tocavam as buzinas, mostrando que dependiam de Deus para alcançar a vitória.
A QUEDA DO MURO
Durante seis dias “Josué tinha dado ordem, dizendo: Não gritareis, nem fareis ouvir a vossa voz, nem sairá palavra alguma da vossa boca” (v. 10); o povo estava em total silêncio, aguardando a ordem para gritar. No sétimo dia, ao completarem a sétima volta, os sacerdotes tocaram as buzinas pela sétima vez e “disse Josué ao povo: Gritai, porque o SENHOR vos tem dado a cidade!” (v. 16.), e aconteceu que “ouvindo o povo o sonido da buzina, gritou o povo com grande grita; e o muro caiu abaixo” (v. 20).
Você já ouviu alguém dizer que “a união faz a força”? Observe que todos obedeceram; todos ficaram em silêncio; todos esperaram o momento certo; todos gritaram; todos confiaram; todo o povo participou, e Deus operou outro milagre, pois caíram os muros de Jericó, exatamente como Deus havia previsto (v. 5).
A CIDADE É INVADIDA E CONQUISTADA
“...e o povo subiu à cidade, cada qual em frente de si, e tomaram a cidade.” (v. 20b) Temos que lembrar aqui a ordem divina: “Quando o SENHOR, teu Deus, te tiver introduzido na terra, a qual passas a possuir, e tiver lançado fora muitas nações de diante de ti [...] e o SENHOR, teu Deus, as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as destruirás...” (Dt 7.1-2, ver 31.3). Assim que Josué dá ordem para o povo gritar, lembra-se da ordem divina e instrui o povo dizendo: “a cidade será anátema ao SENHOR, ela e tudo quanto houver nela” (v. 17). Josué também lembra de Raabe, a prostituta que escondeu os espias (Js 2.4), dizendo que somente ela e os que estiverem em sua casa viveriam.
Aconteceu que “...tudo quanto na cidade havia destruíram totalmente a fio de espada, desde o homem até à mulher, desde o menino até ao velho, até ao boi e gado miúdo e ao jumento.” (v. 21), apenas a prata, o ouro, os vasos de metal e de ferro foram para o tesouro do Senhor. “Porém, a cidade e tudo quanto havia nela queimaram-no a fogo.”
RAABE ERA O TIPO DO CRENTE
Devemos fazer menção de Raabe, pois quando Josué enviou dois espias a Jericó, estando eles em perigo, foram salvos pela fidelidade de Raabe, que os escondera dos soldados. Quando a cidade de Jericó foi invadida (Js 6.17-25), Raabe e toda sua família foram salvos, de acordo com a promessa dos espias, e foram incorporados no povo judeu.
Raabe casou-se com Salmon, príncipe da tribo de Judá (Rt 4.21; 1Co 2.11; Mt 1.5). Entrando ela de forma especial na geneologia de Jesus Cristo.
E a Bíblia Tinha Razão - Werner
Kellerhttp://www.geocities.com/pjchronos/Jerico/jer_cana.htm
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