quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

LIÇÕES BÍBLICAS CPAD 1º TRIMESTRE DE 2011: "Atos dos Apóstolos: Até aos confins da terra" (download)


No 1º Trimestre de 2011 estaremos estudando através das Lições Bíblicas da CPAD o tema: Atos dos Apóstolos: Até aos confins da terra.

A lição será comentada pelo pastor Claudionor de Andrade, e abordará semanalmente os seguintes assuntos:

1. Atos - A Ação do Espírito Santo Através da Igreja
2. A Ascensão de Cristo e a Promessa de Sua Vinda
3. O Derramamento do Espírito Santo no Pentecostes
4. O Poder Irresistível da Comunhão na Igreja
5. Sinais e Maravilhas na Igreja
6. A Importância da Disciplina na Igreja
7. Assistencia Social, Um Importante Negócio
8. Quando a Igreja de Cristo é Perseguida
9. A Conversão de Paulo
10. O Evangelho Propaga-se Entre os Gentios
11. O Primeiro Concílio da Igreja de Cristo
12. As Viagens Missionárias de Paulo
13. Paulo Testifica de Cristo em Roma
Matricule-se no próximo domingo em uma Escola Dominical e aprenda essas lições.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

LIÇÕES BÍBLICAS 4º TRIMESTRE 2010 (Download)

JOVENS/ADULTOS

Tema: O poder e o Ministério da Oração.

Comentárista: Pr.Elíezer de Lira e Silva.
Consultor Doutrinário e Teológico: Pr.Antônio Gilberto.

Temas:
Lição 1 - O que é Oração
Lição 2 - A oração no Antigo Testamento
Lição 3 - A oração sábia
Lição 4 - A oração em o Novo Testamento
Lição 5 - Orando como Jesus ensinou
Lição 6 - A importância da oração na vida do crente
Lição 7 - A oração da Igreja e o trabalho do Espírito Santo
Lição 8 - A oração Sacerdotal de Jesus Cristo
Lição 9 - A oração e a vontade de Jesus
Lição 10 - O Ministério da intercessão
Lição 11 - A oração que conduz ao perdão
Lição 12 - Quando o crente não ora
Lição 13 - Se o meu povo orar

Download da lição aqui.

Fonte: Blog Gospel-Book

sexta-feira, 9 de abril de 2010

LIÇÃO 2 – O Perigo do Desvio Espiritual

SUBSÍDIO PARA LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Desde a entrada de Israel na Terra Prometida, essa nação por muitas vezes mostrou-se infiel e apóstata. Os pecados de Israel eram de longa data, profundamente arraigados, e sempre pioravam. Isso prosseguiu até o cativeiro babilônico, e os materiais dos primeiros oráculos (visões do profeta) comentam sobre essa situação.
- Oráculos de condenação contra o pecado de ingratidão (2.1-3.5);
- Jeová é substituído por falsas divindades (2.1-13).

“E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo” (v.1). As visões prosseguem; a inspiração divina tinha tomado conta da consciência do profeta. Entre os capítulos 2 e 20, há treze mensagens de julgamento que incluem nove profecias gerais de julgamento. Além disso, há mais quatro profecias especiais de julgamento entre os capítulos 21 e 25. Na primeira mensagem, Jeremias defrontou Jerusalém com sua tendência ao desvio, pois a devoção inicial do povo de Judá fora abandonada (vv.1-3).

“Vai e clama aos ouvidos de Jerusalém, dizendo: Assim diz o SENHOR: Lembro-me de ti, da beneficiência da tua mocidade e do amor dos teus desposórios, quando andavas após mim no deserto, numa terra que se não semeava” (v.2). Os dias antigos, quando Israel esteve recém-casada com Jeová, eram tempos para serem relembrados com alegria. A voz do Senhor, através de Jeremias, faz referência às condições relativamente boas do povo de Israel durante os dias de vida de Moisés (Dt 2.7). No entanto, Ezequiel avalia de maneira menos positiva (Ez 23). Cf. também Ez 16.8,22,60; 23.3,8,19; Os 2.15; 9.10; 11.1-2.

“Então, Israel era santidade para o SENHOR e era as primícias da sua novidade; todos os que o devoravam eram tidos por culpados; o mal vinha sobre eles, diz o SENHOR” (v.3). Aqui o simbolismo é mudado. Israel, “dos bons dias antigos”, era como um sacrifício a Deus, santo e puro; tinha um caráter sacerdotal que era simbolizado pela inscrição sobre a placa de ouro usada na testa do sumo sacerdote, a qual dizia: “Santidade ao Senhor” (Ex 28.36). As nações que tomavam para si os direitos de Jeová e tentavam “comer” o Seu santo sacrifício foram severamente julgadas.

“Ouvi a palavra do SENHOR, ó casa de Jacó e todas as famílias da casa de Israel” (v.4). Aqui está uma chamada pedindo atenção às palavras do Senhor, a Casa de Israel – incluindo todas as tribos individualmente – foi chamada a ouvir. A “palavra do Senhor” agora se tornava severa, Deus repreendia o povo por desviar-se dos primeiros dias e promover várias formas de negligência espiritual e até apostasia aberta.

“Assim diz o SENHOR: Que injustiça acharam vossos pais em mim, para se afastarem de mim, indo após a vaidade e tornando-se levianos?” (v.5). A pergunta é: que erro encontrou Israel em Deus, para tratá-lo como vinha fazendo? A palavra “vaidade” (do hebraico hebhel), significa “nulidade” (nulo), “falta de dignidade”. Essa mesma palavra é usada nos livros de Eclesiastes e Jeremias, como uma designação para os ídolos e deuses de nada. O Criador foi trocado por coisas sem o mínimo valor. Então, o próprio povo de Israel tornou-se nada, exatamente como seus deuses de nada. Usando o contexto do versículo dois, a pergunta seria: “Que mal foi encontrado no marido para a sua mulher trocá-lo por algum outro?”. Ao seguirem a vaidade tornaram-se vãos, ou seja, homens transformando-se naquilo que amam e adoram (Os 9.10; 2Re 17.15).

“E não disseram: Onde está o SENHOR, que nos fez subir da terra do Egito? Que nos guiou através do deserto, por uma terra de ermos e de covas, por uma terra de sequidão e sombra de morte, por uma terra em que ninguém transitava, e na qual não morava homem algum” (v.6). O povo idólatra e rebelde esqueceu suas raízes. Eles não procuravam o Deus que os tirara do Egito e os guiara através do deserto sem estradas. A expressão “do Egito” ocorre mais de 20 vezes em Deuteronômio (ver Dt 4.20), esse foi considerado um dos maiores milagres realizados por Deus, bem como a jornada por 40 anos no deserto só poderia ser realizada por intervenção divina direta. Daí, uma pessoa sensível à história teria lembrado o poder dos tempos antigos e buscaria o mesmo poder para o presente.

“E eu vos introduzi numa terra fértil, para comerdes o seu fruto e o seu bem; mas, quando nela entrastes, contaminastes a minha terra e da minha herança fizestes uma abominação” (v.7). A possessão da Terra Prometida foi outro ato significativo de Deus, pois ela estava repleta de frutos e coisas boas. Porém, uma vez ali, em vez de agradecer a Deus e frequentar o culto divino, eles contaminaram a boa terra com suas corrupções morais e idolatrias, transformando a herança em abominação (Jz 2.10-17; Sl 106.38). Quanto à Terra Prometida como herança de Israel, ver (Ex 6.8ss; Sl 135.12).

OBS.: Os versículos 8-11 revelam que o problema se estende aos sacerdotes, profetas e pastores, (v.8) que deixaram de buscar o Senhor, abandonaram o culto a Jeová, deixaram de ensinar Sua lei e falavam em nome de Baal (divindade Cananéia da fertilidade) cuja adoração era uma ameaça constante para Israel (1Rs 18.18-40; 2Rs 10.18-28 e 21.3); No verso 9 Jeová diz: “...ainda pleitearei convosco, diz o Senhor; e até com os filhos de vossos filhos pleitearei”. Isso demonstra que seria necessário longo tempo para limpar a confusão. Já nos versículos 10 e 11, Jeremias conduz o pensamento do povo a uma viagem pelos países circunvizinhos, procurando um único exemplo de povo que tinha “trocado de deuses”. A viagem de Quitim (Chipre), no meio do mar Mediterrâneo à Quedar, no deserto da Arábia, mostraria que cada povo permanecia com seus deuses originais, por mais indignos (v.5) que eles fossem. Mas a Israel faltava-lhe o conceito de fidelidade e tornou-se culpada de uma insensatez sem precedentes.

“Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz o SENHOR” (v.12). Deus conclamou os céus como testemunhas para observar, pasmados, o que tinha acontecido com Israel. Por alguns minutos, os próprios céus ficaram chocados, desolados (arrasados, com grande tristeza) diante da impossível apostasia de Israel. As atitudes e condutas de Israel causaram espanto, sua infidelidade ultrapassou a de todas as demais nações, sua iniqüidade era extremamente agravante.

“Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas” (v.13). A apostasia de Israel pode ser resumida de duas maneiras:
1. Israel abandonou a fonte perene de águas vivas, as quais transmitem vida e toda a espécie de benefícios para os que têm sede espiritual. Essa figura era de grande peso para os habitantes da Palestina, que tinham muita dificuldade com o suprimento básico de água para sua agricultura. No sentido espiritual, havia rios de água viva disponíveis, riachos no deserto, grandes fontes de água que manavam (Cf. Jo 4.10-15; 7.38; Jr 17.13; Sl 36.9);
2. Em vez dos riachos de água viva, tão abundante e generalizada, Israel apelara para cisternas rotas. A cisterna era uma espécie de tanque feito de barro, para captar as águas das chuvas. O sistema era uma medida extrema em uma terra seca. Na verdade, as cisternas eram pequenos reservatórios que quase não chagavam para o consumo de uma família. Note que as cisternas cavadas por Israel eram rotas, ou seja, incapazes de conter qualquer quantidade de água. Elas eram, sem dúvida, a causa de muitas enfermidades e morte, especialmente no caso de crianças. Esse versículo ilustra a irracionalidade, a loucura e a autodestruição dos atos de Israel.

Champlin, Russell Norman. Antigo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo, vol. 5.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

LIÇÃO 1 – JEREMIAS, o profeta da Esperança.

Esperança em tempos de crise.

INTRODUÇÃO

Como sempre, a primeira lição serve de introdução ao trimestre. Hoje, aprenderemos sobre a origem, a vocação, a postura e a vida do profeta Jeremias, conhecido como “o profeta das lágrimas”, “o homem do rosto triste e dos olhos chorosos”, mas na verdade, quando esse “profeta chorão” é entendido corretamente, revela-se como o grande profeta da esperança. Viveu num tempo não muito diferente do nosso, onde a falta de fé em Deus e a negligência para coma as coisas divinas estavam em alta, mas Jeremias destacou-se como a maior personalidade de sua época. Que esse valor sirva de edificação para todos nós.



I - CONTEXTO HISTÓRICO

1.1. O período do ministério profético de Jeremias.
Jeremias viveu em um período histórico crucial para o reinado de Judá. O império assírio havia declinado e caído. Sua capital, Nínive, fora capturada pelos caldeus e pelos medos, em 612 a.C. Após sete anos, os egípcios e remanescentes assírios foram derrotados pelos caldeus. Assim, a nova potência mundial veio a ser o império neobabilônico, governado por uma dinastia caldéia, cuja figura principal era a do rei Nabucodonosor II. O pequeno reino de Judá foi subjugado primeiramente pelo Egito, depois pela Babilônia, mas em 587 a.C., Jerusalém, sua capital, foi capturada e iniciou-se o famoso cativeiro babilônico.

1.2. Início de sua história e chamada.
Jeremias residia na cidade rural de Anatote, uma aldeia cerca de três quilômetros a nordeste de Jerusalém. Ainda jovem, recebeu sua chamada divina e foi nomeado profeta pelo Senhor Deus (Jr 1.4-10). Mesmo se sentido incapaz, a vontade de Deus prevaleceu. Recebeu duas visões: (1) uma vara de amendoeira, que simbolizava a ameaça do governo pelo poder estrangeiro de Nabucodonosor, e outra, (2) de um caldeirão fervente, cuja boca estava voltada para o norte (Jr. 1.11-19), significando, obviamente, as invasões contra Israel pelo norte. Assim, a ira divina, sob forma de guerra e cativeiro, logo devastaria Judá. Foi assim que Jeremias deu inicio a suas predições. Seu ministério iniciou no décimo terceiro ano de Josias, sessenta anos após a morte de Isaias.

1.3. Contemporâneos de Jeremias
Sofonias e Habacuque foram seus contemporâneos na primeira parte de seus labores; e Daniel, na segunda metade de suas atividades. Jeremias se relacionou com cinco reis: Josias, Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias.

OBS.: A destruição de Jerusalém ocorreu em 587 a.C., e Jeremias foi para Mispa, porém, uma grande multidão foi transportada para a Babilônia. Jeremias, entretanto, foi bondosamente tratado pelos babilônicos.

1.4. Relações entre Jeremias e Nabucodonosor.
Nabucodonosor, através do seu comandante, Nabuzaradã, deu ordem de libertar Jeremias e seguir qualquer conselho que fosse dado pelo profeta. O monarca pagão respeitava Jeremias mais do que o seu próprio povo (Jr. 39.11-12). O profeta tinha duas opções, ficar no exílio com o povo ou permanecer em Jerusalém com um remanescente minúsculo que ali seria deixado. Ele preferiu ficar em Jerusalém, capital de Judá, cujo novo governador nomeado, pelos babilônicos, era Gedalias, que logo foi morte, assumindo sua posição Joana. Jeremias aconselhou o povo a seguir sua liderança e permanecer na Palestina (42.7ss). Mas os teimosos judeus acusaram Jeremias de estar tomando partido com o inimigo, foram para o Egito, forçando Jeremias a acompanhá-los. Estando lá, o profeta continua seu ministério, procurando desviar os judeus das suas iniqüidades e erros obstinados (Jr 44).

1.5. Morte de Jeremias
O livro de Jeremias não narra o que lhe sucedeu, presume-se que tenha morrido no Egito. Uma tradição de que ele foi apedrejado até à morte, pelos próprios judeus, em Tafnes, no Egito. Também tem uma tradição alexandrina que diz que os ossos dele foi levado aquele lugar por ordem de Alexandre, o Grande. Uma outra tradição diz que Nabucodonosor conquistou o Egito, Jeremias e Baruque escaparam para a Babilônia, onde viveram durante algum tempo até morrer em paz. Não há como julgar qual dessas é a correta.


II - LEITURA BÍBLICA EM CLASSE (Jr 1.1-10)

O livro de Jeremias começa com notas biográficas e cronológicas para ajudar-nos a situar em relação aos acontecimentos da época.

“Palavras de Jeremias, filho de Hilquias, dos sacerdotes que estavam em Anatote, na terra de Benjamim” (v.1). Temos aqui informações sobre a família de Jeremias. Ele era filho do sacerdote Hilquias, descendente da linhagem sacerdotal de Arão. Não devemos confundir seu pai Hilquias com o sumo sacerdote de mesmo nome, que descobriu a cópia da lei na época do rei Josias (2Re 22.2-14). O nome Hilquias era comum, aplicado a vários homens no A.T., sacerdotes ou levitas (1Cr 6.45-46; 26.10-11; 2Cr 34.9-22; Ne 12.7). Anatote era a cidade natal de Jeremias, ficava no território de Benjamim, a nordeste de Jerusalém. Esta cidade foi alocada por Josué para os sacerdotes (Js 21.18-19).

“A ele veio a palavra do SENHOR, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá, no décimo-terceiro ano do seu reinado. E lhe veio também nos dias de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, até ao fim do ano undécimo de Zedequias, filho de Josias, rei de Judá, até que Jerusalém foi levada em cativeiro no quinto mês” (v.2). A princípio, Jeremias era sacerdote em Israel, mas quando Deus começou a mostrar-lhe as revelações, passou a ser profeta nacional. Seu ministério profético durou pouco mais de 41 anos, isso porque após o exílio, continuou a profetizar (Jr 40-44).
OBS.: Somente os reinados mais longos são mencionados: Jeoaquim (11 anos), Josias (31 anos) e Zedequias (11 anos).


“Assim veio a mim a palavra do SENHOR...” (v.4). O profeta Jeremias não informou detalhes de como se deu suas experiências, diferente de Isaias (cap. 6). Mas temos aqui a primeira revelação: seu comissionamento como profeta do Senhor.

“Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta” (v.5). Jeremias era conhecido por Deus, de antemão, foi honrado, comissionado e naturalmente escolhido, semelhantemente a Paulo (Gl 1.15) e João Batista (Lc 1.15). Este versículo mostra o atributo da onisciência divina, onde Deus predestina Jeremias para exercer uma missão. De antemão, o Senhor conheceu que Jeremias seria obediente à sua Palavra.

OBS.: É bom ressaltar que o texto não está ensinando a reencarnação, como se a alma de Jeremias já existisse antes de entrar no corpo. Não se refere à alma, mas ao fato de Deus chamar e destacar pessoas para um ministério muito antes de elas terem nascido. A expressão “eu te conheci” se refere ao ser pré-natal “no ventre”. O verbo “conhecer” (hb. yada), no original tem a idéia de um relacionamento especial de compromisso (Am 3.2), ou seja, “eu te consagrei”, “eu te separei”, “eu te constituí”. Portanto, essa passagem se refere à pré-ordenação de uma pessoa a um ministério especial.

“Então, disse eu: Ah! Senhor JEOVÁ! Eis que não sei falar; porque sou uma criança” (v.6). Ele era apenas uma criança, um jovem. A palavra “criança” do hebraico na’ar, pode significar “infante”, como no caso de Moisés, colocado no cesto à beira do rio (Ex 2.6); mas também pode significar um homem jovem (2Sm 18.5; Gn 34.19). Não sabemos qual a idade de Jeremias quando ele foi chamado, mas ele se reputava muito jovem e inexperiente para a tarefa.

“Mas o SENHOR me disse: Não digas: Eu sou uma criança; porque, aonde quer que eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás. Não temas diante deles, porque eu sou contigo para te livrar, diz o SENHOR” (vv.7-8). Jeová sabia melhor do que Jeremias, pois ele conhecia suas qualificações; sabia que ele sofreria muito às mãos dos homens iníquos e teria razões para temer, por isso, desde o começo, Deus advertiu Jeremias a não cair na síndrome do temor. O Senhor estaria com ele, conferindo-lhe poder, guiando-lhe, livrando-lhe das perturbações que o perseguisse. Jeová daria as palavras certas que Jeremias deveria falar (da mesma forma que fez em Mt 28.19 e 20; Ex 3.12 e Jn 1.5).

OBS.: Jeremias tinha autoridade para agir vinda de Deus; embora fosse jovem, possuía as habilidades necessárias para cumprir sua missão; contava com a proteção divina, a presença de Deus o acompanharia e a mensagem que seria transmitida por ele seria inspirada por Jeová. É natural que os homens tentem fugir de Deus, especialmente quando mais próximos se chegarem a Ele, em suas experiências, até que se sinta confortável na presença do Deus todo-poderoso.

“E estendeu o SENHOR a mão, tocou-me na boca e disse-me o SENHOR: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca” (v.9). Vemos aqui o Toque Divino. Além de encorajar o profeta, Jeová deu-lhe unção divina ao tocar em sua boca. É maravilhoso ser capaz de usar o poder da oração e ver grandes coisas acontecerem pela intervenção divina, bem como conhecer as realidades espiritual, mas também é maravilhoso e necessário ter contato direto com o Ser divino. O toque divino em Jeremias “tornou-lhe a boca pura e poderosa”. Com Isaias foi posta uma brasa viva na boca (Is 6.7), idéia semelhante à que temos no texto presente.

“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome me chamo, ó SENHOR, Deus dos Exércitos” (Jr 15.16)

“Olha, ponho-te neste dia sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares, e para derribares, e para destruíres, e para arruinares; e também para edificares e para plantares” (v.10). Relacionando a missão e a mensagem, consideraremos aqui quatro pontos: (1) Jeremias tinha autoridade até sobre as nações, e não somente sobre Israel, ou seja, missão internacional; (2) mediante sua mensagem, Jeremias arrancaria, derribaria, destruiria e arruinaria potências humanas; (3) Mas ele também seria capaz de construir e plantar, ou seja, tanto providência negativa ou positiva de Deus, operariam por intermédio do profeta; e (4) A predestinação divina estaria no que ele fizesse, pelo que o seu bom êxito estava garantido desde o começo. Ele seria uma figura poderosa com uma missão importante e eficaz.

Champlin, Russell Norman. Antigo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo, vol. 5.

terça-feira, 30 de março de 2010

Continue orando...

Orar é bom, é uma ferramenta na mão do cristão.
O poder da oração está demonstrado nas páginas sagradas e em nossas experiências com Deus.
Aproveito para pedir oração, pois estou super-atarefado, tentando voltar a postar os subsídios das lições... estou tentando recaucular o tempo e separar uma parte para o blog EBD.NET.
Agradeço a todos os leitores, pela consideração e apoio.
DEUS TE ABENÇOE.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Deus ainda opera milagre! Testemunho de minha esposa Denize

"E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer; tudo é possível ao que crê" (Marcos 9.23).

Para edificação de todos os leitores, passo a publicar o testemunho resumido de um milagre que aconteceu na vida de minha esposa, semana passada.
No dia 18/01/10, às 00h15, minha esposa, com 5 meses e 2 semanas de gestação, começou a sentir uma dor muito forte no lado esquerdo da barriga.
Sem demora a levei para a Maternidade Professor Arnaldo Marques, onde ela foi atendida e medicada. Às 9h, ela recebeu alta e voltamos para casa.
No outro dia (19/01, terça-feira), assim que acordamos, as dores voltaram. Rapidamente a levei para o IMIP, onde ela fazia seu pré-natal. Chegando lá, ela foi levada para fazer um ultra-som de emergência, e foi detectado uma pedra do rim, medindo 0,9 milímetros, que caiu e ficou alojada entre a bexiga e o fígado. Segundo ela, as dores eram mais fortes que as contrações que sentiu para ter nosso primeiro filho.
Precisava-se de um médico especialista na área, para decidir o que fazer, pois era um caso diferenciado, e tínhamos que esperar ele vir avaliar a situação.
Passaram-se três dias e nada do tal médico aparecer. Enquanto isso, a igreja estava mobilizada, e os irmãos orando. Lembro-me que na quinta-feira, eu me ajoelhei com meu filho Jônatas, que tem 3 anos e 9 meses de idade, e oramos pedindo a Deus que operasse destruindo aquela pedra.
Na sexta-feira, o médico apareceu, avaliou o laudo e disse que minha esposa precisava se submeter a uma cirurgia simples, na bexiga, para retirar a pedra. Pediu que a mesma não comesse a partir das 23h, pois no sábado pela manhã ele iria proceder com a cirurgia.
Na tarde da sexta-feira, visitamos minha esposa, e depois que saímos, ela disse que foi ao banheiro, e ficou muito angustiada, pois não queria ser operada, pois temia acontecer alguma coisa com a criança. E orou ao Senhor pedindo que ele destruísse aquela pedra para ela não precisar se submeter à cirurgia. Mas entregou ao Senhor e, confiante, voltou alegre em saber que o Deus que pode tudo tomaria a frente daquele simples problema para Ele.
Às 18h, aproximadamente, ele foi chamada para um novo ultra-som de emergência, e ao chegar à sala, o médico inicia a procura pela pedra, mas sem sucesso, pois a pedra não estava mais lá! Ele disse que não dava alta a minha esposa porque só o especialista é quem poderia fazer tal coisa, mas que não tinha mais nenhuma pedra.
No sábado (23/01), o médico chega preparado para a cirurgia, chama a paciente Denize e, ao verificar o novo ultra-som, diz: “Mãe, eu não vou poder lhe operar, pois a pedra não está mais aqui”.
Minha esposa disse: “Dr., Deus destruiu a pedra”.
O médico replicou: “Deus não precisa destruir essa pedra, você a expeliu pela urina”.
Mas minha esposa disse: “Dr., eu não expeli, ela não caiu, eu não sentir nada”.
A enfermeira (que era cristã) se intromete e diz: “Dr. se a pedra estava aí, e agora não está mais e, ela não sentiu nem viu a pedra cair, como é que pode?”.
E o médico ficou calado, pois não se pode negar que foi um milagre divino!
DEUS OPEROU ANTES DO MÉDICO, SEM DEIXAR CICATRIZ, PARA CONFUNDIR A MEDICINA E MOSTRA AO SEU POVO QUE ELE AINDA OUVE AS ORAÇÕES FEITAS COM FÉ.

LIÇÃO 4 – A GLÓRIA DAS DUAS ALIANÇAS

Por motivo superior, conforme descrito acima , apenas estou publicando a Leitura Bíblica em Classe.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE (2Co 3.1-11)

“Porventura, começamos outra vez a louvar-nos a nós mesmos? Ou necessitamos, como alguns, de cartas de recomendação para vós ou de recomendação de vós?” (v.1). A resposta é “NÃO” para as duas perguntas. O apóstolo Paulo não tinha a intenção de vangloriar-se e deixa claro não precisava nem desejava qualquer elogio verbal deles, nem cartas de recomendação, como alguns faziam, referindo-se aos apóstolos e mestres falsos. Apesar de alguns desprezar Paulo, seu ministério foi notável entre eles.

OBS.: A igreja primitiva adotou a prática de escrever cartas de recomendações para apresentar alguém e testemunhar sobre seu bom caráter, bem como para fornecer proteção contra charlatões. Paulo não rejeita a prática de escrever tais cartas, pois nesta mesma que estamos estudamos ele recomenda Tito e seus companheiros (8.22-24).

“Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações...” (v.2). Essa era a recomendação que mais dava prazer a Paulo; a mais preciosa para ele, pois eles estavam escritos em seu coração. Paulo refere-se a isso em tempo oportuno, pois podia ser “conhecida e lida por todos os homens”. Essa carta não era escrita exteriormente em pergaminho, mas interiormente, em corações humanos, em vidas transformadas pela graça de Cristo operando através do ministério do apóstolo.

“porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós e escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração” (v.3). O apóstolo diz que os coríntios eram a carta de Cristo, que não é igual aos Dez Mandamentos escritos em frias e inanimadas tábuas de pedra (Ex 31.18; 32.15-16), mas permanente e escrita em corações calorosos (Jr 31.33; 32.38-40). A lei de Cristo foi escrita nos corações daqueles irmãos, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, como a lei dada por Deus a Moisés, mas nas tábuas do coração de carne renovado pela graça divina, conforme a promessa (Ez 36.26).

“E é por Cristo que temos tal confiança em Deus...” (v.4). A esperança que Paulo tinha em relação aos coríntios era que o coração deles seria como a arca do concerto, contendo as tábuas da lei e do evangelho, escritos com o dedo de Deus, isto é, o Espírito do Deus vivo.

“...não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus” (.v 5). Paulo dispensa a idéia de querer qualquer elogio para si mesmo e atribui toda a glória a Deus, ou seja, toda a capacidade de Paulo provinha de Deus. Isto não significa que Paulo não tinha algum talento, muito pelo contrário, Paulo era especialmente qualificado e habilitado para cumprir seu chamado como “apóstolo para os gentios”, mas ele declara que era totalmente incapaz de transformar as pessoas espiritualmente, pois a obra da regeneração pertence exclusivamente a Deus.

“o qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento...” (v.6). Paulo, ao avaliar a si e a seus companheiros, declara que são ministros dum Novo Testamento, isto em resposta às acusações dos falsos mestres, que exaltavam grandemente a lei de Deus.

“...não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica”. Paulo diferencia a letra do Espírito, mesmo no Novo Testamento. Como ministros, eles além de serem capazes de ler a palavra escrita e pregar a letra do Evangelho, também eram ministros do Espírito.

OBS.: A diferença entre a antiga e a nova aliança está na frase “não da letra, mas do Espírito”. Deus estabeleceu Israel como seu povo e entrou em uma aliança com eles no Monte Sinai (Ex 19.1). As responsabilidades sob aquela aliança foram expressas em um código de leis escritas (Ex 19 – 24; Lv 11 – 27; Nm 27 – 30). Após a rebelião de Israel em Cades Bernéia (Nm 13.1 – 20.13) e quarenta anos de disciplina no deserto (Dt 1.6 – 4.43), uma nova geração renovou e ratificou aquela aliança original (Dt 27 – 30).
Os livros bíblicos históricos revelam uma sucessão de rebeliões e crescente incredulidade, que foi resumida por Jeremias de que apesar do cuidado amoroso, proteção e provisão de Deus, Israel falhou em obedecer aos termos da lei da aliança de Deus (Jr 31.32). A nova aliança, porém, contém a extraordinária promessa de que Deus realizará uma obra interna nos corações do seu povo (Jr 31.33; Ez 36.26-27). Portanto, enquanto a primeira aliança foi baseada em uma carta contratual (Ex 24.1-7), a segunda é baseada na presença e no poder do Espírito Santo que habita em nós.

“E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória, como não será de maior glória o ministério do Espírito? Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça.” (vv. 7-9). A dispensação do Antigo Testamento era o “ministério da morte”, enquanto a do Novo Testamento é o ministério da vida. O Evangelho é mais glorioso do que a lei; mesmo assim existia glória na lei, testemunhando o brilho da face de Moisés quando voltou do monte com as tábuas em sua mão, que refletia os raios do brilho do seu rosto. A lei era o ministério da condenação, porque condenava e amaldiçoava todo aquele que não fazia tudo que nela estava escrito. O Evangelho é o “ministério da justiça”, nisso a justiça de Deus é revelada pela fé. Isso nos mostra que o justo viverá pela fé. Também revela a graça e a misericórdia de Deus por meio de Jesus Cristo, pra obter a remissão dos pecados e a vida eterna. (Ler Rm 7.6). Não culpamos a lei (Rm 7.7), mas o pecado é o culpado por tomar ocasião pela lei (que é “santa, justa e boa” Rm 7.12).

“Porque também o que foi glorificado, nesta parte, não foi glorificado, por causa desta excelente glória” (v.10). Como o brilho de uma candeia é despercebido quando o sol surge e avança em sua força, assim não havia glória no Antigo Testamento em comparação com o novo.

“Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece” (v.11). A lei foi colocada de lado, mas o Evangelho permanece. Além da glória da face de Moisés ter se desfeito, a glória da lei de Moisés também foi colocada de lado; sim, a lei de Moisés está agora abolida. Esta dispensação deveria continuar por um tempo e então desaparecer; mas o evangelho permanecerá até o fim dos tempos e estará sempre vigoroso e próspero e permanecerá glorioso.

Extraído de: HENRY, Matthew. Comentário Novo Testamento, CPAD.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Lição 3 - A Glória do Ministério Cristão

INTRODUÇÃO

Nesta lição, o apóstolo Paulo faz um contraste entre sua conduta e a dos falsificadores da palavra de Deus. Paulo fala de Cristo com sinceridade e simplicidade, o que torna o seu ministério glorioso, pois seu principal objetivo é a pregação do Evangelho.
Aprenderemos que é necessário disciplinar os que cometem ofensas, objetivando a pureza da igreja, mas é indispensável que isso seja feito com amor.
Também devemos tomar cuidado com os falsificadores da palavra de Deus, pois não são poucos e, às vezes, estão infiltrados na congregação dos santos.
Traçaremos uma linha cronológica para melhor compreensão das idas de Paulo a Corinto.


LEITURA BÍBLICA (2Co 1.12-14,21,22; 2.4,14-17)

“Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que, com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo e maiormente convosco” (v.12). O apóstolo testifica da sua integridade e apela para o testemunho da sua consciência. A consciência é a representante de Deus na alma, e a voz da consciência é a voz de Deus,desde que ela não esteja cauterizada pelo pecado. O apóstolo Paulo foi um verdadeiro israelita, um homem de procedimentos autênticos. Ele era um homem de sinceridade e todas as suas conversas com os coríntios não ocorreu com sabedoria carnal, nem com visões mundanas, mas pela graça de Deus. Fica de exemplo para nós: nossa conversa será bem ordenada quando vivermos e agirmos debaixo da influência e comando de um princípio tão generoso no coração: a consciência com simplicidade e sinceridade de Deus.

“Porque nenhumas outras coisas vos escrevemos, senão as que já sabeis ou também reconheceis; e espero que também até ao fim as reconhecereis, como também já em parte reconhecestes em nós” (vv.13-14). Paulo tem esperança e confiança no conhecimento dos coríntios acerca dele e seus companheiros. Os coríntios nunca acharam nada neles que não fosse honesto, nem teriam qualquer motivo para pensar ou dizer isto. Assim, o regozijo era mútuo “...somos a vossa glória, como também vós sereis a nossa no Dia do Senhor Jesus”. Quando ministros e membros se alegram uns pelos outros aqui, essa alegria será completa naquele dia, quando o grande Pastor das ovelhas aparecer.

“Mas o que nos confirma convosco em Cristo e o que nos ungiu é Deus, o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações” (vv.21-22). As promessas do Deus da verdade são feitas em Jesus Cristo (v.20). E são confirmadas pelo Espírito Santo que firma os cristãos na fé do evangelho. O Espírito Santo foi dado como penhor em nossos corações. Um penhor garante a promessa e é parte do pagamento. Aleluia! O Espírito Santo é o penhor da vida eterna.

“Porque, em muita tribulação e angústia do coração, vos escrevi, com muitas lágrimas, não para que vos entristecêsseis, mas para que conhecêsseis o amor que abundantemente vos tenho” (2.4). Paulo testifica o seu amor para com os coríntios. Ele tinha escrito com muitas lágrimas e angústia do coração. Nisso aprendemos que mesmo nas repreensões, admoestações e atos de disciplina, os ministros fiéis mostram seu amor. O exercício da disciplina da igreja para com os ofensores é uma tristeza para ministros que possuem um coração bondoso, e são administrados com pesar.

“E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar o cheiro do seu conhecimento” (2.14). Paulo tinha oportunidade de abrir sua boca livremente e Deus abria os corações dos seus ouvintes, como o coração de Lídia (At 16.14). E ele fala disso como um aspecto de gratidão a Deus. Observe que o triunfo do cristão está “em Cristo”. Nada temos em nós mesmos, mas em Cristo podemos nos regozijar e triunfar, pois somos mais do que vencedores por meio daquele que nos amou (Rm 8.37). A Deus, portanto, todo louvor e glória, ele é o motivo do sucesso do evangelho.

“Porque para Deus somos o bom cheiro de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes, certamente, cheiro de morte para morte; mas, para aqueles, cheiro de vida para vida...” (2.15-16). O evangelho surte diferentes efeitos sobre os diferentes tipos de pessoas, pois alguns são salvos por ele, enquanto outros perecem por rejeitá-lo. Para alguns o evangelho “tem cheiro de morte para morte”. São aqueles que são voluntariamente ignorantes, obstinados, antipáticos com o evangelho. Para outros o evangelho é um “cheiro de vida para vida”. São as almas humildes e generosas,para os quais a pregação da palavra é agradável e proveitosa. Para esses, o evangelho os estimulou inicialmente, quando estavam em ofensas e pecados (Ef 2.1), e terminará em vida eterna.

“...E, para essas coisas, quem é idôneo?”. A pergunta é: quem é digno de ser empregado num trabalho tão significativo, tão importante, por causa das grandes consequências? Quem é capaz de realizar um trabalho tão difícil, que requer tanta habilidade e diligência? A obra é grande e nossa força é pequena. A nossa força está em Deus.

“Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus; antes, falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus” (2.17). Naquela época já existia muitos falsificadores da palavra de Deus, mas o apóstolo Paulo testemunhava da sua fidelidade, porque ministros fiéis seriam aceitos e recompensados por Deus, não por causa do seu sucesso, mas de acordo com sua fidelidade. Paulo foi fiel em ministrar o evangelho, como o recebeu do Senhor. Ele falava e agia sempre como se estivesse na presença de Deus, e por isso o fazia com sinceridade.


1. LINHA CRONOLÓGICA DAS IDAS DO APÓSTOLO A CORINTO.
“Não podemos ter voz onde a Bíblia se cala”

- Em sua segunda viagem missionária, o apóstolo Paulo implanta a igreja em Corinto (At 18.1-17), ficando ali mais de 18 meses (vv.11,18). Devido aos problemas que surgiram naquela igreja, o apóstolo teve que manter contato com eles.

- Enquanto Paulo estava em Éfeso, escreveu uma carta aos coríntios (1Co 5.9-13). Essa carta se perdeu, embora alguns autores acreditem que parte dela esteja em 2Co 6.14 – 7.1.
- Através de contatos e correspondências (1Co 5.9; 7.1) bem como por uma delegação da Igreja de Corinto composta por Fortunato, Acaico e Estéfanas (16.17), e por meio dos da “casa de Cloe” (1.11), Paulo obteve informações que lhe sugeriram escrever, de Éfeso, a segunda carta, conhecida por Primeira aos Coríntios. Ele intenta ir a Corinto (1Co 4.18; 16.5-7).

- Paulo faz uma segunda viagem a Corinto, provavelmente no período compreendido entre a 1 e 2 Coríntios. O apóstolo queria que eles tivessem “uma segunda graça”, ou seja, um outro momento com eles (2Co 1.15). No v. 16, Paulo diz “...e por vós passar à Macedônia, e da Macedônia ir outra vez ter convosco, e ser guiado por vós à Judéia”. Paulo planejou assim (1Co 16.5-7), passar pela Macedônia e ir ter com os coríntios, pois ele desejava visitar Jerusalém (At 19.21). Essa visita não foi como o apóstolo esperava, pelo contrário, foi muito dolorosa para ele (2Co 2.1-2), pois foi contestado e ofendido gravemente. Por isso, ele ficou pouco tempo em Corinto.

- Possivelmente, a passagem que apóia a 2ª visita de Paulo a Corinto é Atos 20.1-3.
OBS.: Uma outra linha de pensamento afirma que o texto de At 20.1-3 se refere à terceira visita de Paulo a Corinto. Defendem ainda que ele fez uma angustiosa e rápida segunda visita àquela cidade e usam como referência os textos de 2 Co 1.15; 2.1. Defendem esse ponto de vista embora não haja, no livro de atos, nenhum relato sobre alguma visita a Corinto entre At 18 e At 20.

Em sua 3ª viagem missionária, Paulo chegou a Éfeso (At 19.1) enquanto Apolo estava em Corinto. Pregou em toda Ásia (At 19.10); “Paulo propôs, em espírito, ir a Jerusalém, passando pela Macedônia e pela Acaia...” (At 19.21); Note que Corinto era uma cidade da Grécia. Ao sul da Grécia estava a província da Acaia, cuja capital era Corinto. Houve um grande alvoroço em Éfeso, mas quando cessou, Paulo chamou a si os discípulos e, despedindo-se deles “saiu para Macedônia” (At 20.1). Depois disso, foi à Grécia (v.2) e passou ali apenas três meses (v.3). É possível que essa passagem se refira à segunda ida de Paulo aos Coríntios, pois ele diz em 2Co 12.14 e 13.1: “Eis aqui estou pronto para, pela terceira vez, ir ter convosco e não vos serei pesado”, “É esta a terceira vez que vou ter convosco”. Se era a terceira vez, então é inevitável que ele tenha ido uma segunda vez.

- Tudo indica que houve uma terceira carta aos coríntios (2Co 2.4), conhecida como “Carta em lágrimas”. Esta carta também está perdida.
- Tito, voltando de Corinto, encontrou Paulo e lhe trouxe boas notícias (2Co 7.6-16).
- Posteriormente, Paulo escreveu a quarta carta, que é nossa Segunda Coríntios. Tudo indica que foi o próprio Tito que levou essa carta aos Coríntios, mas isso não é provado.


2. A PREGAÇÃO DO EVANGELHO FEITA COM SIMPLICIDADE E SINCERIDADE, CONSTITUI-SE UM MINISTÉRIO CRISTÃO GLORIOSO

“...com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo e maiormente convosco” (2Co 1.12)

Paulo tinha a consciência tranqüila do que diz respeito à pregação do evangelho. Ele diz que sua palavra para com os coríntios não foi “sim e não”, mas “sim”. Sim para o Filho de Deus, Jesus Cristo, que entre eles foi pregado, porque todas as promessas divinas cumprem-se em Cristo, e por ele o Amém (1.18-20).

Em nossos dias, a pregação do evangelho é um assunto tão importante porque duas coisas são evidentes: a apostasia geral e o fracasso por parte de muitas igrejas em não apresentar o evangelho de Jesus do modo como deveria ser. As pessoas tornam-se materialistas, pregam heresias, induzem o povo a um evangelho fácil e irresponsável. O que dizer da falsa teologia da prosperidade, que foi condenada na lição passada?

O verdadeiro evangelho é centrado na cruz de Cristo.

Os que são descompromissados com o verdadeiro evangelho chegarão à presença do Senhor e dirão: “Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?” E, então, Ele lhes dirá abertamente: “Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” (Mt 7.22-23).

Mas aos sinceros e compromissados dirá: “...Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt25.34).


3. SIGNIFICADO DOS TERMOS: “SELO”, “PENHOR”, “TRIUNFO” E “CHEIRO DE CRISTO”.

Selo: 1) Porção de argila ou de cera, carimbada, enquanto mole, com um SINETE, para lacrar portas (Mt 27.66), cartas (1Rs 21.8) e para autenticar documentos em geral (Jr 32.10-14; Ap 5.2); 2) O rolo gravado em alto-relevo ou o anel-sinete usados para SELAR, isto é, carimbar (Gn 38.18; Jr 22.24).

Penhor: Aquilo que é dado como garantia (Gn 38.17; 2Co 1.22; 5.5; Ef 1.14).

OBS.: Deus nos selou, ou seja, o Espírito Santo é o selo oficial da possessão de Deus, que marca o crente como sua propriedade e, ao mesmo tempo, é o penhor, isto é, a garantia de uma vida melhor em Cristo agora, e no futuro a vida eterna.

Triunfo: Na lição, pág.24, o comentarista usa uma definição considerável. Diz que dá a idéia de um cortejo militar, onde um general vitorioso conduz seu exército numa marcha triunfal entrando na capital do império e exibindo seus prisioneiros de guerra diante do povo que assiste o grande cortejo. Segundo alguns estudiosos, o povo queimava incensos e exalava fragrâncias variadas de flores, enchendo o ar daquele agradável cheiro. Dessa mesma forma, Paulo contemplava a força da mensagem do Evangelho.

Cheiro de Cristo: Paulo usa o sentido de uma triunfal procissão romana, onde o general exibia seus tesouros e seus cativos em meio a uma nuvem de incenso queimado aos deuses. Para os vencedores o aroma era doce. Para os cativos, era o cheiro da escravidão e da morte. Quando os cristãos pregam as boas novas, elas são boas para alguns e repulsivas para outros. Os cristãos reconhecem a boa fragrância do evangelho já os incrédulos um mau cheiro como cheiro de morte.


4. A ADMINISTRAÇÃO DA DISCIPLINA NA IGREJA


A igreja administra disciplina aos que cometem pecado, para que se arrependam; essa prática é correta se acompanhada de um sentimento de amor para com o ofensor. “O Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho” (Hb 12.6). Paulo, ao saber que o irmão que cometeu um grave delito na Igreja de Corinto foi repreendido, (2Co 2.7-8) pede para os irmãos perdoá-lo, consolá-lo e confirmar seu amor para com ele, para que fosse salvo.
Não devemos desprezar os que são disciplinados, pois qualquer um está passível de erros. Devemos sim, seguir o exemplo de Paulo e cravar a marca da igreja no coração de toda alma sedenta de Deus, essa marca é o amor.


5. OS FALSIFICADORES DA PALAVRA

Devemos estar atentos aos falsificadores da palavra, pois não são poucos que, abusam da fé alheia com heresias de perdição. Sem contar os que vendem o Evangelho como mercadoria, iludem os interessados visando lucro próprio e usam o nome de Jesus Cristo para fins desonestos.
A própria Palavra de Deus prevê o que nós vemos hoje:
“E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos” (Mt 24.11);
“Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo” (2 Co 11.13).
“E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição” (2 Pedro 2:1).
“Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência” (1Tm 4.1-2).
O espaço não é apropriado para falar das seitas heréticas, pois são grupos isolados.

Mas não podemos deixar de citar os “novos” grupos que surgem, se auto-intitulando “evangélicos”, mas nada têm de verdadeiro em suas práticas, denominados de neopentecostais ou novo pentecostalismo.
As igrejas que mais se destacam por sua fama, em nosso país são: Igreja Universal do Reino de Deus; Igreja Internacional da Graça de Deus; Igreja Apostólica Renascer em Cristo; Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra; Igreja Mundial do Poder de Deus, entre outras igrejas que vêm se destacando por seu crescimento numérico e por sua teologia fundada muito mais nas experiências do que na Bíblia Sagrada.
Eles valorizam excessivamente as catedrais e os mega-ajuntamentos, onde os pregadores são arrecadadores e não adoradores, pois alguns pastores só podem ser ordenados ao ministério se sua congregação arrecadar 5 mil reais por mês. Por isso, também dão ênfase à falsa teologia da prosperidade como a principal pregação. Não falam sobre o futuro, a salvação, o céu, a redenção; sobre moralidade, caráter, santidade, fruto do Espírito; o ter é mais valorizado do que o ser; valorizam excessivamente sua liderança, quando usam os termos: “apóstolo da fé”, “grande homem de Deus”, “o maior evangelista do século”, “o homem que faz e acontece”, etc., é uma verdadeira idolatrização à liderança. Constantemente usam símbolos e objetos em campanha para materializarem sua fé.
Isso é um pequeno resumo desse grupo de igrejas que não pregam o arrependimento e a fé em Jesus Cristo, como meio de salvar-se da condenação que há de vir (At 17.30-31).


CONCLUSÃO

O apóstolo Paulo e seus companheiros deixam um exemplo memorável de verdadeiros homem de Deus, que não tinham sua vida por preciosa diante das dificuldades encontradas por amor ao Evangelho. Através da simplicidade, da sinceridade, do amor pela obra e a consciência tranqüila, ensinam-nos, na prática, como o ministério cristão é autêntico e confiável, quando seu principal objetivo é a expansão do Evangelho.

Participação especial do seminarista Dc. Tiago Severino, da ESTEADEB em Jaboatão/PE.
Alguns textos foram extraídos de: HENRY, Mattew. Comentário Novo Testamento, CPAD.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

LIÇÃO 2 – O CONSOLO DE DEUS EM MEIO À AFLIÇÃO

“Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam” (Sl 23.4).
“Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR o livra de todas” (Salmos 34.19).

INTRODUÇÃO

A segunda Epístola aos Coríntios é uma carta muito pessoal do apóstolo Paulo, com relação às outras, pois ele demonstrou toda sua preocupação com aqueles crentes e procurou eliminar a dúvida que eles tinham sobre seu apostolado. Esta carta é, em certo sentido, uma autobiografia de Paulo e uma firme defesa do seu ministério. Paulo mostra grande parte de suas experiências, pensamentos, temores e vida particular. Tinha muito a dizer sobre seus sofrimentos e empenho na causa de Cristo (2Co 11.24-27), bem como do consolo vindo do “Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação”.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE (2Co 1.1-7)

“Paulo” (v.1).
A epígrafe das cartas de Paulo sempre se inicia com seu nome. Ele se autodenomina “...apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus”. Paulo foi chamado para esse ministério por Jesus Cristo, e ele atribuía sua posição de apóstolo à escolha de Deus para sua vida (At 9.15). Isto também serviu para mostrar àqueles falsos obreiros que incitavam os cristãos de Corinto que esse título (apóstolo) foi outorgado pela vontade de Deus (Gl 1.15-16).

“...e o irmão Timóteo...”. Paulo une-se a Timóteo para escrever esta epístola, não porque precisasse de ajuda, mas para que pela boca de duas testemunhas a palavra fosse estabelecida. O apóstolo Paulo era muito humilde, pois recomenda Timóteo (embora fosse ainda jovem) para que recebesse a estima e o reconhecimento entre as igrejas.

OBS.: Precisamos recordar que Timóteo era o portador da epístola de 1 Coríntios (1Co 4.17; 16.10), mas nem ele nem a carta foram bem recebidos. Talvez porque Timóteo fosse bastante jovem (1Tm 4.12), deste modo Paulo protege a imagem de Timóteo, que havia sido prejudicada entre os coríntios.

“...à igreja de Deus que está em Corinto, com todos os santos que estão em toda a Acaia”. Não somente a igreja, mas todos os cristãos que viviam naquela região, pois o apóstolo não fazia distinção entre os habitantes da cidade e do interior, todos estavam no mesmo plano. A expressão “os santos” (gr. hoi hagioi) é usada 37 vezes em suas cartas, e designa o povo de Deus como aqueles que foram separados ou consagrados como sua propriedade.

“graça a vós e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo” (v.2). Graça e Paz são dois benefícios que se combinam. Não há paz duradoura sem a verdadeira graça. Graça “da parte de Deus” e paz “do Senhor Jesus Cristo”, ou de ambos que beneficiam o homem caído.

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo...” (v.3). O apóstolo inicia agora a narrativa falando da bondade de Deus para com ele e seus companheiros nas suas diversas tribulações, das quais ele fala com um coração grato, louvando a Deus por sua graça em meio às provações.

“...o Pai das misericórdias...”. Paulo testifica, por experiência pessoal, que Deus é uma fonte de infinita misericórdia e conforto para os cristãos que estão sofrendo. Todas as misericórdias têm origem em Deus, Ele “tem prazer na misericórdia” (Mq 7.18, versão RA. Sl 25.10).

“...o Deus de toda consolação”. De Deus veio o consolador (Jo 15.26), Ele deu o penhor do Espírito em nossos corações (2Co 1.22). Todos os nossos confortos vêm de Deus, isto é, a ajuda e o conforto que desejamos estão nEle.

“que nos consola em toda a nossa tribulação...”(v.4). Paulo e seus companheiros receberam de Deus o consolo em toda tribulação que tiveram, pois se depararam com muitas tribulações, mas encontraram consolo em todas elas. Os crentes que suportam aflições por causa de Cristo, estão seguros de que Deus o Pai e o Senhor Jesus Cristo estão prontos a fornecer ajuda e conforto.

“...para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus”. As próprias aflições de Paulo (v.6), e o conforto que ele recebeu de Deus foram os meios de prepará-lo para oferecer encorajamento divino aos Coríntios, quando enfrentaram provações. Somos mais bem-sucedidos em falar de Deus e de sua bondade quando falamos de experiência própria. Faz parte dos planos de Deus fazer-nos capazes de confortar outros na tribulação (v.14).

“Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também a nossa consolação sobeja por meio de Cristo” (v.5). Esse versículo fala de proporção, ou seja, se sofremos muito por causa de Cristo, podemos estar seguros que Deus nos confortará abundantemente.

“Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação...” (v.6). Os sofrimentos de homens dedicados têm a tendência de acabar bem, quando é suportado com fé e paciência. Se imitarmos a fé e a paciência de nossos líderes quando passam por aflições, poderemos esperar também participar das consolações deles aqui e da sua salvação no futuro. “...se somos consolados, para vossa consolação é, a qual se opera, suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos”.

“E a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação” (v.7). Nesse versículo o apóstolo busca encorajar e edificar os coríntios. Ele lhes fala da sua esperança de que receberiam os benefícios das aflições que ele e seus companheiros tinham experimentado no seu trabalho e viagens, para que a fé deles não se enfraquecesse, mas suas consolações fossem aumentadas. A própria experiência de Paulo deu-lhe uma esperança confiante de que os coríntios se tornariam vitoriosos em suas aflições.


AFLIÇÃO E CONSOLO


O apóstolo demonstra sua fé e gratidão a Deus, mesmo diante das várias lutas, perseguições e calúnias que sofrera. Ele mesmo diz: “Porque, em muita tribulação e angústia do coração, vos escrevi, com muitas lágrimas...” (2.4). Entretanto, no início desta carta ele afirma que Deus é “o Pai das misericórdias e o Deus de TODA consolação” (1.3). É nesse Deus que Paulo coloca toda sua confiança, pois Ele “nos consola em TODA a nossa tribulação” (v.4).

O comentarista da lição, Pr. Elienai Cabral, destaca que “o consolo que recebemos de Deus, em meio aos sofrimentos, serve de bênçãos para nós mesmo e para os outros [...] na verdade, a Bíblia nos fala aqui da responsabilidade do crente em relação aos seus irmãos em Cristo, quando enfrentam tribulação, lutas, sofrimentos e dificuldades”.

OBS.: Precisamos aprender que faz parte do plano de Deus nos capacitar para enfrentar as “aflições” com bom ânimo (Jo 16.33). Para isso, é necessário passarmos por aflições, para formar nosso caráter cristão através de várias experiências. Paulo convida Timóteo para sofrer com ele as aflições (2Tm 2.3). Encontramos na Epístola de Tiago um conselho: “Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, SABENDO que a prova da vossa fé produz a paciência” (Tg 1.2-3). A palavra “tentação” tem o sentido de “várias provas”. Muitos pedem a Deus paciência, mas não sabem que pedir paciência é pedir provações! Como posso consolar alguém que está passando por uma situação difícil sem eu nunca ter passado por dificuldades e, consequentemente, ter sido consolado por Deus?
Paulo recomenda aos Romanos: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, SABENDO que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança. E a esperança não traz confusão...” (Rm 5.3-5).

OBS.: Preciso destacar aqui palavra “SABENDO”, pois ela é comum nos dois textos acima e esclarece um pequeno, mas tão importante detalhe! Quando passamos por provações, aflições, tribulações, etc., NÓS SABEMOS que é para um propósito, a saber, para adquirirmos paciência, experiência e esperança. Essas qualidades nos transformam em pessoas preparadas, em agentes de Deus para ajudar nossos irmãos. Para ilustrar, gostaria de usar o exemplo de José do Egito: Um jovem inexperiente, conta sonhos exaltados, causa inveja em seus irmãos que, para não o matar, vendem-no como escravo... Então começa sua aflição. Mas Deus usou seu sofrimento para lhe dar experiência, e depois para usá-lo e salvar sua família (Gn 45.4-5).


A FALSA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

A chamada “Teologia da Prosperidade”, em ênfase hoje no Brasil por vários segmentos “evangélicos”, a saber: Igreja Universal do Reino de Deus; Igreja Internacional da Graça; Igreja Mundial do Poder de Deus, entre outras, tem enfatizado que seguir a Jesus é sinônimo de a uma vida de sucesso financeiro, projeção social e quase imunidade a qualquer tipo de sofrimento.

Um cristão que vive sofrendo é porque não está bem espiritualmente: ou está em pecado ou não tem fé. Crente não deve ser pobre, nem doente. Pobreza e doença são marcas de pessoas dominadas pelo poder do diabo.

Tais pensamentos são anti-bíblicos e heréticos. Se atentarmos para a história, encontraremos vários exemplos de sofrimentos e martírios contra a vida de alguns discípulos que foram chamados por Jesus.

O próprio Paulo, sendo julgado perante Nero, foi condenado a ser decapitado; outros morreram queimados, apedrejados e de muitas outras formas de torturas.

Os cristãos não estão livres do sofrimento nem da pobreza. Jesus disse ao jovem rico: “...vai, e vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me” (Mc 10.21).

“Milhões de crentes zelosos no Terceiro Mundo nada têm de posses materiais. Estão eles enganados ou fracos na fé? Eles entendem mais sobre a cruz do que de carro do ano e a única riqueza de que se ufanam é a vida eterna” (MENSAGEIRO DA PAZ. Jornal. Junho de 1991, p 15).

Portanto, as aflições são inevitáveis, mas o consolo que vem da parte de Deus é certo, e traz consigo refrigério e descanso para nossas almas.


AMARGURA E LIBERTAÇÃO

Os versículos 8-11 não estão na leitura bíblica, mas foram comentados no 3º tópico da lição.

“Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que até da vida desesperamos” (v.8).

Era conveniente para as igrejas saberem quais eram os sofrimentos dos seus ministros. Embora não saibamos especificamente quais eram as dificuldades enfrentadas na Ásia, talvez o tumulto levantado por Demétrio em Éfeso (At 19), ou a briga com feras mencionada na epístola anterior (cap. 15), ou alguma outra tribulação. Certo é, que eles foram “sobremaneira agravados”, acima de qualquer força comum de cristãos normais. Ele pensou que poderia ter morrido.

Paulo diz que eles foram levados a esse extremo “para que não confiássemos em nós, mas em Deus” (v.9). Com isso aprendemos que Deus muitas vezes leva seu povo a enfrentar grandes dificuldades, para que possam perceber sua própria insuficiência e sejam convencidos a colocar sua confiança e esperança no Deus Todo-poderoso.

CONCLUSÃO

Experiências passadas são grande alento para a fé e a esperança, e ajudam para confiarmos em Deus no futuro e consolar outros irmãos. Nossas experiências passadas e atuais servirão para confiarmos em Deus nas futuras dificuldades. Portanto, oremos uns pelos outros e agradeçamos a Deus por tudo, pelas bênçãos e pelas aflições, sabendo que ele nos consolará no momento certo.


HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento.
Novo Comentário Pentecostal, CPAD.
A Cruz e a Teologia da Prosperidade.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

LIÇÃO 1 - A DEFESA DO APOSTOLADO DE PAULO

1º Trimestre de 2010.

INTRODUÇÃO AO TRIMESTRE

Paulo foi chamado apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus (1Co 1.1). Em sua segunda viagem missionária, fundou a Igreja na cidade de Corinto e ensinou-a os fundamentos da fé cristã durante 18 meses (At 18). Precisou ausentar-se para continuar sua viagem, entretanto, aquela igreja envolveu-se em vários problemas doutrinários e de comportamento. O apóstolo então escreve 1 Coríntios, para corrigir os desvios doutrinários e problemas daquela igreja, usando palavras duras, a saber: “por ventura não sois carnais?”, “sois meninos em Cristo”, etc. Ainda censurou-os duramente, dizendo que estavam inchados, pois nem ao menos ficaram tristes por não ter sido tirado do meio deles um irmão que cometeu incesto, fato este que nem entre os gentios se ouvira falar de ter acontecido (1Co 5); imediatamente o apóstolo ordena a retirada do tal do meio deles (1Co 5.13). Isso causou rebelião e grande oposição por parte de alguns falsos mestres que levantaram dúvida acerca da autoridade apostólica de Paulo. Para defender-se, o apóstolo escreve 2 Coríntios, epístola que iremos estudar durante esse trimestre.


AUTORIA DA CARTA

Não há dúvidas que o apóstolo Paulo é o autor de 2 Coríntios, basta ler 1.1 e 10.1.


LOCAL E DATA DA ESCRITA

É provável que Paulo estivesse na Macedônia quando escreveu esta carta (2.12-13; 7.5; 8.1; 9.2).
A maioria dos historiadores defende que a data aproximada é 56 d.C.


CONTEXTO HISTÓRICO E CULTURAL DE CORINTO

Corinto era uma cidade da antiga Grécia, a terceira metrópole do império romano, perdendo apenas para Roma e Alexandria. Estava situada entre a Itália e a Ásia, possuindo dois portos adjacentes que facilitava o comércio entre os países daquela região. Nenhuma cidade da Grécia era mais favoravelmente situada para o comércio por terra e mar. Com base nisso, não é de admirar que Corinto fosse um lugar de intenso comércio e prosperidade, lugar adequado para produzir luxo de todos os tipos. Também era altamente influenciada pela filosofia grega.
A cidade era famosa especificamente por causa da fornicação, de tal maneira que uma “mulher coríntia” era uma expressão proverbial para uma prostituta.
Existia ali um templo dedicado a Afrodite, deusa do amor, possuindo cerca de mil sacerdotisas-prostitutas pagãs, que usavam seus corpos para imoralidade e idolatria nos rituais.


A IGREJA DE CORINTO

Em sua segunda viagem missionária, o apóstolo Paulo implantou uma igreja cristã em Corinto (At 18.1-18), onde permaneceu por 18 meses (At 18.11). Algum tempo depois, precisou prosseguir em sua viagem e ausentou-se da cidade.
Em sua terceira viagem missionária, o apóstolo chega à Éfeso (At 19.1), permaneceu lá por aproximadamente 3 anos (At 19.8-10; 20.31). Durante este período, recebeu notícias sobre o que se passava na igreja de Corinto.


AS CARTAS AOS CORÍNTIOS

Encontramos em 1Co 5.9, que o apóstolo teria escrito uma carta àquela igreja, cujo conteúdo é desconhecido. Porém, nós não perdemos nada com isso, se Deus quisesse teria conservado a carta e ela estaria na Bíblia.

Algum tempo depois, Paulo recebe relatórios pelos membros da “casa de Cloe” (1Co 1.11) sobre os muitos problemas que permeavam a igreja de Corinto; também Estéfanas, Fortunato e Acaico, chegaram (1Co 16.17) trazendo uma carta (7.1) contendo várias perguntas para que Paulo respondesse. O apóstolo Paulo então escreve a carta denominada de 1 Coríntios e a envia por Timóteo (1Co 4.17), para regar o que tinha plantado e corrigir algumas desordens que tinham sido introduzidas durante sua ausência.

Paulo planejava ir pessoalmente à Corinto (1Co 4.18; 16.6-8; 2Co 1.15,16; 2.1), mas foi impedido por algum tempo.

Aproximadamente um ano depois de enviar Timóteo com a carta denominada de 1 Coríntios, ele escreve outra carta denominada de 2 Coríntios.
OBS.: Alguns comentaristas acreditam que houve uma carta intermédiária entre 1ª e 2ª Coríntios, com base em 2Co 2.4.

PORQUE O APÓSTOLO PAULO NÃO FOI À CORINTO E O QUE O MOTIVOU A ESCREVER “2 CORÍNTIOS”?

Encontramos no capítulo 2, que o apóstolo Paulo expressa um relato dos motivos de não ter ido a Corinto, como era esperado.
- O apóstolo Paulo estava, em parte, triste com os relatos vindos daquela igreja (vv.1,5);
- Ele estava angustiado enquanto escrevia, e as lágrimas rolavam em seu rosto (v.4);
- Paulo amava aquela igreja e não queria encontrá-los naquela situação;
- Embora não esteja claro nesse texto, o apóstolo também sabia da grande oposição que se levantou por parte dos falsos apóstolos (2Co 11.13), que colocavam em dúvida sua autoridade apostólica.

Nos versículos 5-11, o apóstolo trata daquele irmão que cometeu incesto. Isso deve ter sido a causa principal da epístola, pois “o tal” irmão foi excomungado e repreendido por muitos (v.6). Compreendemos que o tal irmão se arrependeu, pois estava triste (v.7), e o apóstolo aconselha aos coríntios a perdoá-lo e consolá-lo, confirmando o amor que eles tinham por uma alma.
Nos versículos 8-10, o apóstolo explica o efeito da carta que tinha escrito (1 Coríntios), o qual serviu de consolo para ele quando soube que a igreja acatou suas determinações. Embora que o tal irmão incestuoso gozasse de grande influência na igreja de Corinto, sendo provavelmente líder de algum partido, apoiado por obreiros fraudulentos, mesmo assim os irmãos daquela igreja obedeceram à ordem de Paulo (1Co 5.1) e repreenderam o pecador, excomungando-o. Por isso, o apóstolo diz: “para isso vos escrevi também, para por essa prova saber se sois obedientes em tudo” (v.9).

Não deixe de ler Provérbios 28.23: “O que repreende ao homem achará depois mais favor do que aquele que lisonjeia com a língua”.


CONCLUSÃO

Este humilde comentário serviu apenas de introdução ao trimestre. Aprendemos muitas coisas nesta lição, com o apóstolo Paulo: amar sem ser conivente com o erro e estar disposto a sofrer perseguições por amor a Cristo.
Veremos nas próximas lições que o apóstolo Paulo provou sua autoridade apostólica pelas experiências e revelações recebidas diretamente do Senhor Jesus Cristo.
Não era fácil ser crente em Corinto, na verdade era um desafio! O orgulho, a avareza, o luxo e a concupiscência eram alimentados e incentivados pela influência externa daquela cidade imoral e idólatra.
Sempre haverá opositores no meio da igreja do Senhor, entretanto, sempre haverá crentes fiéis e obedientes que, mesmo sofrendo, não abrirão mão da causa do Mestre.Diz o apóstolo: “...não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais” (1Co 5.11).