segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

LIÇÃO 4 – A GLÓRIA DAS DUAS ALIANÇAS

Por motivo superior, conforme descrito acima , apenas estou publicando a Leitura Bíblica em Classe.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE (2Co 3.1-11)

“Porventura, começamos outra vez a louvar-nos a nós mesmos? Ou necessitamos, como alguns, de cartas de recomendação para vós ou de recomendação de vós?” (v.1). A resposta é “NÃO” para as duas perguntas. O apóstolo Paulo não tinha a intenção de vangloriar-se e deixa claro não precisava nem desejava qualquer elogio verbal deles, nem cartas de recomendação, como alguns faziam, referindo-se aos apóstolos e mestres falsos. Apesar de alguns desprezar Paulo, seu ministério foi notável entre eles.

OBS.: A igreja primitiva adotou a prática de escrever cartas de recomendações para apresentar alguém e testemunhar sobre seu bom caráter, bem como para fornecer proteção contra charlatões. Paulo não rejeita a prática de escrever tais cartas, pois nesta mesma que estamos estudamos ele recomenda Tito e seus companheiros (8.22-24).

“Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações...” (v.2). Essa era a recomendação que mais dava prazer a Paulo; a mais preciosa para ele, pois eles estavam escritos em seu coração. Paulo refere-se a isso em tempo oportuno, pois podia ser “conhecida e lida por todos os homens”. Essa carta não era escrita exteriormente em pergaminho, mas interiormente, em corações humanos, em vidas transformadas pela graça de Cristo operando através do ministério do apóstolo.

“porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós e escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração” (v.3). O apóstolo diz que os coríntios eram a carta de Cristo, que não é igual aos Dez Mandamentos escritos em frias e inanimadas tábuas de pedra (Ex 31.18; 32.15-16), mas permanente e escrita em corações calorosos (Jr 31.33; 32.38-40). A lei de Cristo foi escrita nos corações daqueles irmãos, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, como a lei dada por Deus a Moisés, mas nas tábuas do coração de carne renovado pela graça divina, conforme a promessa (Ez 36.26).

“E é por Cristo que temos tal confiança em Deus...” (v.4). A esperança que Paulo tinha em relação aos coríntios era que o coração deles seria como a arca do concerto, contendo as tábuas da lei e do evangelho, escritos com o dedo de Deus, isto é, o Espírito do Deus vivo.

“...não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus” (.v 5). Paulo dispensa a idéia de querer qualquer elogio para si mesmo e atribui toda a glória a Deus, ou seja, toda a capacidade de Paulo provinha de Deus. Isto não significa que Paulo não tinha algum talento, muito pelo contrário, Paulo era especialmente qualificado e habilitado para cumprir seu chamado como “apóstolo para os gentios”, mas ele declara que era totalmente incapaz de transformar as pessoas espiritualmente, pois a obra da regeneração pertence exclusivamente a Deus.

“o qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento...” (v.6). Paulo, ao avaliar a si e a seus companheiros, declara que são ministros dum Novo Testamento, isto em resposta às acusações dos falsos mestres, que exaltavam grandemente a lei de Deus.

“...não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica”. Paulo diferencia a letra do Espírito, mesmo no Novo Testamento. Como ministros, eles além de serem capazes de ler a palavra escrita e pregar a letra do Evangelho, também eram ministros do Espírito.

OBS.: A diferença entre a antiga e a nova aliança está na frase “não da letra, mas do Espírito”. Deus estabeleceu Israel como seu povo e entrou em uma aliança com eles no Monte Sinai (Ex 19.1). As responsabilidades sob aquela aliança foram expressas em um código de leis escritas (Ex 19 – 24; Lv 11 – 27; Nm 27 – 30). Após a rebelião de Israel em Cades Bernéia (Nm 13.1 – 20.13) e quarenta anos de disciplina no deserto (Dt 1.6 – 4.43), uma nova geração renovou e ratificou aquela aliança original (Dt 27 – 30).
Os livros bíblicos históricos revelam uma sucessão de rebeliões e crescente incredulidade, que foi resumida por Jeremias de que apesar do cuidado amoroso, proteção e provisão de Deus, Israel falhou em obedecer aos termos da lei da aliança de Deus (Jr 31.32). A nova aliança, porém, contém a extraordinária promessa de que Deus realizará uma obra interna nos corações do seu povo (Jr 31.33; Ez 36.26-27). Portanto, enquanto a primeira aliança foi baseada em uma carta contratual (Ex 24.1-7), a segunda é baseada na presença e no poder do Espírito Santo que habita em nós.

“E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória, como não será de maior glória o ministério do Espírito? Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça.” (vv. 7-9). A dispensação do Antigo Testamento era o “ministério da morte”, enquanto a do Novo Testamento é o ministério da vida. O Evangelho é mais glorioso do que a lei; mesmo assim existia glória na lei, testemunhando o brilho da face de Moisés quando voltou do monte com as tábuas em sua mão, que refletia os raios do brilho do seu rosto. A lei era o ministério da condenação, porque condenava e amaldiçoava todo aquele que não fazia tudo que nela estava escrito. O Evangelho é o “ministério da justiça”, nisso a justiça de Deus é revelada pela fé. Isso nos mostra que o justo viverá pela fé. Também revela a graça e a misericórdia de Deus por meio de Jesus Cristo, pra obter a remissão dos pecados e a vida eterna. (Ler Rm 7.6). Não culpamos a lei (Rm 7.7), mas o pecado é o culpado por tomar ocasião pela lei (que é “santa, justa e boa” Rm 7.12).

“Porque também o que foi glorificado, nesta parte, não foi glorificado, por causa desta excelente glória” (v.10). Como o brilho de uma candeia é despercebido quando o sol surge e avança em sua força, assim não havia glória no Antigo Testamento em comparação com o novo.

“Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece” (v.11). A lei foi colocada de lado, mas o Evangelho permanece. Além da glória da face de Moisés ter se desfeito, a glória da lei de Moisés também foi colocada de lado; sim, a lei de Moisés está agora abolida. Esta dispensação deveria continuar por um tempo e então desaparecer; mas o evangelho permanecerá até o fim dos tempos e estará sempre vigoroso e próspero e permanecerá glorioso.

Extraído de: HENRY, Matthew. Comentário Novo Testamento, CPAD.

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