quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Não havia lugar para eles na estalagem...

O que você faria se soubesse que o menino Jesus nasceria hoje em uma gruta próximo de sua casa?
- Com certeza você faria uma limpeza geral, colocaria umas pétalas de rosas perfumadas pelo chão; flores macias na manjedoura para aconchegar o Salvador.

Se ainda não fez, então faça! A gruta representa seu coração. Limpe-o, retire todo pensamento negativo, ódio, soberba, angústia, depressão, desilusão, desamor...

Jesus pode nascer e fazer morada em seu coração, se você quiser, e desfrutarás a paz, alegria, esperança e uma vida abundante, cheia de amor.
De: Jean Claude e família a todos os leitores do Blog EBD.NET

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

LIÇÃO 1 – DAVI E A SUA VOCAÇÃO

4º Trim. 2009 – Davi, as vitórias e as derrotas de um homem de Deus

INTRODUÇÃO


Iniciamos mais uma lição, onde vamos estudar sobre a vida de Davi, os altos e baixos desse homem de Deus que, com certeza, foi um divisor de águas na história de Israel e vai ser na nossa também.
Iniciaremos com a intenção introdutória, trazendo um breve histórico que antecede a chamada de Davi, bem como a ascensão e a queda do primeiro rei de Israel, e as circunstâncias em que o personagem principal dessa lição foi chamado por Deus.


CONTEXTO HISTÓRICO

Antes de falarmos sobre a vocação Davi para ser o rei de Israel, alguns acontecimentos precisam ser destrinchados para termos uma visão histórica dos fatos que são narrados nos livros do profeta Samuel, último juiz de Israel.

Observando os livros de Samuel, notamos a presença destacada de três personagens na História de Israel: Samuel, Saul e Davi. Também lemos sobre um acontecimento importante (embora temporário), que foi a integração das tribos em um corpo nacional governado por um único soberano, ou seja, o cenário descreve a transição de Israel de uma teocracia (liderados por Deus) a uma monarquia (liderados por um rei).

Tudo começa com o nascimento de Samuel, filho de Ana esposa de Elcana, da tribo de Efraim. Samuel não apenas encerrou o período dos juízes, como iniciou a série dos grandes profetas de Israel com a unção (isto é, a consagração) dos dois primeiros reis de Israel: Saul e Davi.

No capítulo 2, o sacerdote Eli, foi repreendido pelo Senhor por causa de seus filhos Hofni e Finéias, que cometiam grandes pecados perante o Senhor (1Sm 2.12,17, ver v. 22), de forma que Deus castigou Israel por causa deles. Foram derrotados e envergonhados diante dos filisteus, e a arca da aliança foi tomada.

Criado no Templo, Samuel inicia seu ministério ainda jovem, e crescia perante o Senhor (1Sm 2.18,21). Sua mãe (Ana, ex-estéril) entregou-o ao sacerdote Eli. Samuel servia de maneira a agradar a Deus e aos homens (v.26). Aos 12 anos começou a profetizar e tudo que falava se cumpria. Em 1Sm 3.21, encontramos que Deus se manifestava a Samuel e ele era tão respeitado que no cap. 4.1, temos a expressão: “veio a palavra de Samuel a todo Israel”. Diz o relato que “Samuel julgou a Israel todos os dias da sua vida” (7.15).

O povo pede um rei

Sendo Samuel já velho, residia em Ramá e constituiu seus filhos como juiz (8.1). Vieram a ele todos os anciãos de Israel, e disseram: “Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações”(8.5). O reinado fazia parte das promessas do concerto entre Deus e Abraão (Gn 17.6); e na bênção que Jacó proferiu sobre seus filhos, destinou a monarquia à tribo de Judá (Gn 49.10). Moisés previu o dia em que Israel ficaria descontente com o governo direto de Deus (Dt 17.14,15; 28.36). Tal profecia cumpriu-se no incidente aqui registrado, quando Israel pediu um rei humano.
A resposta de Deus a Samuel foi: “Ouve a voz do povo em tudo quanto te disser, pois não te tem rejeitado a ti; antes, a mim me tem rejeitado, para eu não reinar sobre ele. Conforme todas as obras que fez desde o dia em que o tirei do Egito até ao dia de hoje, pois a mim me deixou, e a outros deuses serviu, assim também te fez a ti” (vv. 7,8). Deus considerou o pedido dos israelitas como eles o rejeitando como seu rei. Os israelitas pediram um rei humano, para que fossem “como todas as outras nações; e o nosso rei nos julgará, e sairá adiante de nós, e fará as nossas guerras” (v. 20).

Embora não fosse o momento de Deus, para eles terem um rei, e fosse injusta a sua motivação, Deus os atendeu no que pediram.

Saul é consagrado rei

Havia na tribo de Benjamim, um homem chamado Quis, este tinha um filho, cujo nome era Saul, tão belo que entre os filhos de Israel não havia igual, pois se sobressaia dentre todos do ombro para cima (9.2). Indo, pois, buscar as jumentas de seu pai, não as achou. Intentando voltar, um moço que estava com ele disse: “Eis que há nesta cidade um homem de Deus, e homem honrado é; tudo quanto diz sucede assim infalivelmente; vamo-nos agora lá; porventura, nos mostrará o caminho que devemos seguir” (9.6). Porém, um dia antes o Senhor revelou aos ouvidos de Samuel, e disse: “Amanhã, a estas horas, te enviarei um homem da terra de Benjamim, o qual ungirás por capitão sobre o meu povo de Israel, e ele livrará o meu povo da mão dos filisteus; porque tenho olhado para o meu povo, porque o clamor chegou a mim.” (9.16). Saul, chegando-se à porta, pediu a Samuel que lhe mostrasse onde morava o vidente (profeta), pelo que lhe respondeu: “Eu sou o vidente; sobe diante de mim ao alto; e comei hoje comigo; e pela manhã te despedirei e tudo quanto está no teu coração to declararei” (9.19). Samuel disse ainda que Saul não se preocupasse com as jumentas, pois tinham sido encontradas. Saul passou na noite ali e no dia seguinte, desceram às extremidades da cidade e, ali, Samuel ungiu Saul como rei (10.1).

Os primeiros tempos do reinado de Saul ficaram marcados por uma brilhante vitória sobre os amonitas, antigos inimigos de Israel (1Sm 11); mas não demorou muito até que a imagem de força e coragem do jovem Saul começasse a desvanecer. O rei tornou-se instável e covarde. Os filisteus vieram contra os israelitas com 30 mil carros e seis mil cavaleiros, e o povo em multidão como a areia do mar, pelo que os israelitas ficaram angustiados e tremeram (1Sm 13.1-7). Enquanto isso, Saul esperava em Gilgal por Samuel para oferecer o sacrifício. Passaram-se sete dias e Samuel não chegava, o povo começava a se espalhar, então Saul ofereceu o holocausto. Acabando ele de oferecer, Samuel chegou e o repreendeu dizendo: “Agiste nesciamente e não guardaste o mandamento que o SENHOR, teu Deus, te ordenou; porque, agora, o SENHOR teria confirmado o teu reino sobre Israel para sempre. Porém, agora, não subsistirá o teu reino; já tem buscado o SENHOR para si um homem segundo o seu coração e já lhe tem ordenado o SENHOR que seja chefe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o SENHOR te ordenou” (13.13-14).
Durante todos os dias de Saul, houve forte guerra contra os filisteus (14.52).
Samuel manda Saul destruir totalmente os amalequitas, pois Deus queria cumprir o que disse a Moisés (Ex 17.8,14; Dt 25.17), porém Saul não matou o rei dos Amalequitas, nem destruiu o melhor dos despojos. Então veio a palavra do Senhor contra Saul, a Samuel dizendo: “Arrependo-me de haver posto a Saul como rei; porquanto deixou de me seguir e não executou as minhas palavras” (15.11). Assim, Deus rejeitou a Saul por causa de sua desobediência, pois é melhor obedecer do que sacrificar (15.22,23,26).

O Senhor enviou o profeta Samuel para ungir a Davi como novo rei de Israel (1Sm 16.12-13).


DAVI

Seu nome significa “chefe ou amado”. Era um humilde pastor das montanhas da Judéia, perto de Belém. Filho caçula de Jessé, descendente da tribo de Judá (filho de Jessé, neto de Obed, bisneto de Booz, trineto de Salmon e de Raab, tetraneto de Naassom e descendente de Judá pela linhagem de Jerameel).
O nome “Davi” aparece pela vez primeira em Rute 4.17, 22, e cerca de 900 vezes em toda a Bíblia.
Davi era um jovem cheio de qualidades: “Então, respondeu um dos jovens e disse: Eis que tenho visto um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é valente, e animoso, e homem de guerra, e sisudo em palavras, e de gentil presença; o SENHOR é com ele” (1Sm 16.18).


A SITUAÇÃO EM QUE DAVI FOI CHAMADO

O rei Saul desencadeou uma crise espiritual


De acordo com a lição, a vocação de Davi se deu a partir do momento que Deus rejeitou Saul. Deus havia ordenado a Saul que esperasse em Gilgal até que chegasse Samuel, para oferecer sacrifícios e dar-lhe as instruções (1Sm 10.8). Entretanto, Saul não passou nesse teste, pois mediante a demora de Samuel, após os sete dias combinados, desesperado (1Sm 13.8) e achando-se capaz, dá uma de sacerdote e oferece o sacrifício no lugar de Samuel, contrariando a palavra de Deus. Disse, pois, Samuel a Saul: “Agiste nesciamente e não guardaste o mandamento que o SENHOR, teu Deus, te ordenou [...] não subsistirá o teu reino ; já tem buscado o SENHOR para si um homem segundo o seu coração e já lhe tem ordenado o SENHOR que seja chefe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o SENHOR te ordenou” (1Sm 13.13,14). Vale ressaltar que embora Saul tenha permanecido rei até o fim de sua vida, seu filho Jônatas não sucedeu o trono.
Deus deu a Saul uma oportunidade de obedecer a sua palavra, lembrando-se do que fez Amaleque ao povo de Israel quando saiu do Egito, de como se opôs no deserto (Ex 17.8-13). Saul foi responsabilizado pela total destruição dos amalequitas (descendentes de Amaleque) e seus perversos caminhos (1Sm 15.3). Porém, Saul não cumpriu totalmente a ordem de Deus e pela segunda vez não passou no teste (1Sm 15.18-23).


A providência divina em meio à crise

O profeta Samuel lamentava a situação em que se encontrava a liderança do povo de Deus. Diz o relato que Samuel “teve dó de Saul” e que “o Senhor se arrependeu de que pusera a Saul rei sobre Israel” (1Sm 15.35). Mas como Deus está no controle de tudo, declarou a Samuel que já havia se provido de um rei, e esse era conforme o seu coração (1Sm 16.1; 13.14, cf. Sl 89.20; At 13.22).

Aplicação:

Já podemos aprender uma lição neste ponto, pois Deus ainda escolhe homens e mulheres para executar sua vontade, entretanto, muitos seguem o caminho de Saul, o caminho da desobediência, da presunção, da rebeldia... cujo destino é a derrota! Contudo, devemos ter a aprovação de Deus para continuar servindo com obediência e humildade, tanto liderando como sendo liderado, pois como diz o pensador Mahatma Gandhi: “quem não vive pra servir, não serve para viver”.


A VOCAÇÃO DE DAVI

“Achei a Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi” (Sl 89.20).


Lendo este salmo, observamos que a chamada de Davi foi pela vontade divina, mas essa vocação da parte de Deus envolve também muitos fatos na história bíblica.
Como bem colocou o comentarista da lição, quando lemos o primeiro versículo do Novo Testamento, já percebemos que Jesus, o Messias prometido, viria da descendência de Davi (Is 11.1-2), que por sua vez era descendente de Abraão, a quem Deus fez a promessa que, de sua descendência, abençoaria todas as famílias da terra (Gn 12.2,3;17.4-6); também foi confirmado pelo apóstolo Paulo que diz: “Da descendência deste (Davi), conforme a promessa, levantou Deus a Jesus para Salvador de Israel” (At 13.23).

O PROPÓSITO DA VOCAÇÃO DE DAVI

A chamada de Davi estava na mente de Deus, pois Ele é onisciente e sabe todas as coisas antes que elas aconteçam. Além disso, tudo que Deus promete, Ele cumpre. Então, se a promessa era para abençoar todas as famílias da terra pela descendência de Abraão, isso certamente teria de ser cumprido. Daí o propósito da chamada de Davi: abençoar a nação israelita e, por extensão, todas as famílias da terra.
Deus escolheu Israel para ser sua propriedade particular (Ex 19.5), pois seu plano era, através desse povo, prover salvação para a humanidade, o que ocorreu na Nova Aliança feita pelo sangue de Jesus (Mt 26.28; Hb 9.15).
Através de Davi, Deus estabeleceu seu propósito com seu povo, além de capacitar o rei a escrever, inspirado pelo Espírito Santo, maravilhosos salmos que servem de auxílio e edificação dos cristãos. Da descendência de Davi, nasceu Jesus Cristo, o legítimo herdeiro do trono de Israel que estabelecerá um reino eterno, pois a Escritura diz: “Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim” (Lc 1.32-33).


CONCLUSÃO

Deus cumpre tudo que promete através sua vontade absoluta. Embora Israel fosse uma nação obstinada (ou seja, desobediente, Dt 9.13), isso não impediu de realizar seus propósitos. Deus deu um rei ao povo na sua ira, e lhe tirou no seu furor (Os 13.11), entretanto, sua misericórdia é infinita (Lm 3.22), Ele providenciou outro rei segundo o seu coração, e consagrou-o para ser chefe sobre seu povo, dando-lhe muitas vitórias e, uma delas está na próxima lição: “Davi enfrenta e vence o gigante”.
Deus chama quem quer, mesmo sendo o mais novo ou o desprezado, pois Deus escolhe as coisas fracas desse mundo para confundir as fortes (1Co 1.27). Não saia do lugar, espera e no tempo certo o Senhor vai te chamar.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

NOTA: Mais de 30 mil acessos!

Desejo externar os meus sinceros agradecimentos aos leitores, pois, atualmente, as muitas atividades não permitem a constância de publicação dos assuntos expostos nas lições, mesmo assim não deixam de visitar meu blog. Deus vos abençoe ricamente!

LIÇÃO 13 – A SEGURANÇA EM CRISTO

INTRODUÇÃO

Ao fim desse trimestre, com certeza estamos desfrutando das ricas lições a respeito dos fundamentos da fé cristã e da perfeita comunhão com Deus. E, para concluir, a lição de hoje nos leva a conhecer os privilégios de ser um verdadeiro cristão. Perceberemos isto na leitura bíblica em classe e, em seguida, quando discorremos sobre a vida eterna, sobre o perfil de quem tem as orações ouvidas e as evidências do novo nascimento. Desejamos desde já que o Espírito Santo opere, sem reserva, nos corações de todos os que acompanharam esses estudos edificantes e transformadores de vida.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE (1Jo 5.13-21)

O texto da leitura bíblica de hoje é uma continuação da leitura passada, sendo que inicia no versículo 13. Encontramos logo de início a expressão: “estas coisas vos escrevi”, o que nos leva a indagar: que coisas são estas? Na verdade, os versículos 10-13 falam sobre o privilégio do crente de poder ter a vida eterna no Filho de Deus e, através dEle, receber todas as sortes de bênçãos que advém do Evangelho. Podemos dizer que o apóstolo João resumiu o evangelho na seguinte frase: “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho” (v.11).

“Estas coisas vos escrevi, para que saibais que tendes a vida eterna e para que creiais no nome do Filho de Deus”. (v.13).
Aqui fica exposto o motivo de o apóstolo pregar e ensinar essas coisas aos crentes, ou seja, tudo que ele escreveu aos seus leitores foi com o propósito de mostrar evidências e testemunhos, para que eles cressem no nome do Filho de Deus. Esses crentes precisavam saber que têm a vida eterna e deveriam sentir-se estimulados, encorajados e confortados diante desta perspectiva: eles deveriam valorizar as Escrituras, que foram escritas para consolo e salvação deles. Deixar de crer no nome do Filho de Deus significa renunciar à vida eterna e encaminhar-se para a direção da perdição. Portanto, todos devem perseverar até o fim.

“E esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve” (v.14). Observe, o apóstolo João mostra o privilégio pertencente à fé em Cristo, a saber: buscar a Deus em qualquer circunstância, com todas as nossas súplicas e pedidos. Por meio dele (Jesus) nossas orações são aceitas por Deus. Vale ressaltar que tudo que pedimos deve está em concordância com a vontade declarada de Deus. Não é certo fazer petições para nossos próprios interesses, pois somos de Deus e dependemos dele; é certo que a oração da fé será ouvida se não for contrária à vontade do Senhor.

“E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos” (v.15).
Além do privilégio também temos essa vantagem, pois grandes são os livramentos, as misericórdias e as bênçãos que o cristão necessita. Tanto sabemos que somos ouvidos quanto sabemos que nossas orações são respondidas.

“Se alguém vir seu irmão cometer pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore” (v.16). Aqui está a orientação no pedir em relação aos pecados de outros. Tantos devemos orar por nós como pelos nossos semelhantes, para que sejam iluminados, convertidos e salvos. Para ilustrar os pecados para morte e os que não são para morte, podemos citar a constituição humana justa: existem crimes cuja pena não é para morte, ou seja, diversos aspectos de injustiça podem ser pagos sem a morte do delinqüente. Em oposição, há pecados que pela constituição justa, são para morte, ou para a perda legal da vida. Esses são chamados de crimes capitais. Da mesma forma, há pecados que, pela constituição divina são para morte, tanto corporal quanto espiritual. O caso de Ananias e Safira no capítulo 5 de Atos mostra um exemplo da morte física como conseqüência de ter pecado contra o Espírito Santo; podemos também citar o que Paulo disse na primeira carta aos coríntios cap. 11 v. 30: “Por causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem”.
Existem também os pecados que, pela constituição divina, são para a morte espiritual. Esses apresentam uma completa incredulidade no presente, que inevitavelmente o conduzirá à morte eterna. A blasfêmia ao Espírito Santo é um pecado considerado como apostasia total da verdade relacionada à fé cristã (Mt 12.31).

OBS.: Não podemos orar pelo perdão dos pecados de uma pessoa que permanece descrente, pois enquanto ela permanecer nesse estado, não alcançará perdão dos pecados. Mas podemos orar pelo arrependimento dela, para ser iluminada com a fé em Cristo. Entretanto, no caso em que parece que alguém cometeu a imperdoável blasfêmia contra o Espírito Santo, e a total apostasia dos poderes esclarecedores e convincentes da fé cristã, tudo indica que não se deveria orar por essa pessoa de forma alguma, pois já não resta sacrifício pelos pecados dessa pessoa, mas uma certa expectativa horrível de juízo (Hb 10.26-27).

“Toda iniqüidade é pecado, e há pecado que não é para morte” (v.17).
Embora toda iniqüidade seja pecado, nem todo pecado é para morte, pois então estaríamos todos definitivamente condenados à morte, mas há pecado perdoável, que não envolve uma obrigação plena para a morte eterna.

A partir do versículo 18, temos uma recapitulação dos privilégios e vantagens de cristãos saudáveis.

“Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca...” (v.18). Ou seja, todo que é nascido de Deus está assegurado contra a plenitude do domínio do pecado. Em outras palavras, não vive na prática do pecado, ou ainda: “não peca” com plenitude de coração e espírito como os não regenerados o fazem (ver 3.6,9). Ele é guardado contra esse pecado que inevitavelmente acaba em morte ou infalivelmente obriga o pecador ao salário da morte eterna.

“...mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca”. Outra vantagem dos nascidos de Deus é que eles são fortificados contra as tentativas destrutivas do diabo, isto é, ele é capacitado para guardar-se a sim mesmo.

“Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno” (v.19). A humanidade está dividida em dois grandes partidos ou domínios: um pertence a Deus e outro ao maligno. Os crentes em Cristo pertencem a Deus. Eles são de Deus e neles se cumpre o que está escrito em Dt 32.9; enquanto, do outro lado, “todo o mundo”, o restante, a maior parte, “está no maligno”, e esse tem um controle tão grande aqui que é chamado de “...o deus deste século” (2Co 4.4). Mas a condenação eterna já lhe está reservada e quão grande é julgamento de Deus sobre esse maligno!

“E sabemos que já o Filho de Deus é vindo e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro...” (v.20). Os cristãos também têm a vantagem de ser conhecedor do Deus verdadeiro e eterno. O Filho de Deus veio ao nosso mundo, e nós o vimos e o conhecemos por todas as evidências que já foram afirmadas. Ele nos revelou o Deus verdadeiro (Jo 1.18), e também abriu a nossas mentes para entender essa revelação, nos dando uma luz interior em nossa compreensão, para entendermos as glórias do verdadeiro Deus. Esse é o mesmo Deus que, de acordo com o relato de Moisés, fez os céus e a terra, o mesmo que fez uma aliança peculiar com nossos pais, os patriarcas, o mesmo que libertou os nossos ancestrais do Egito, que nos deu a ardente lei no monte Sinai, que nos deu seus oráculos santos e prometeu o chamado e a conversão dos gentios. Pelos seus conselhos e obras, pelo seu amor e graça, pelos seus terrores e julgamentos, sabemos que Ele, e somente Ele, na plenitude do seu ser, é o Deus vivo e verdadeiro.

“...e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”. O Filho nos leva ao Pai, e nós estamos nos dois, no amor e favor dos dois, no concerto, aliança e conjunção espiritual com ambos pela habitação e operação do seu Espírito: e, para que tenhamos uma idéia do tamanho da dignidade e felicidade disso, temos de lembrar que “este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”, ou melhor, “Este mesmo Filho de Deus é também o verdadeiro Deus e a vida eterna” (Jo 1.1 e 1Jo 1.2).

“Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém!” (v.21). O apóstolo finaliza dizendo: Filhos queridos (como tem sido interpretado), uma vez que conhecestes o verdadeiro Deus, e estais nele, deixai que sua luz e seu amor vos guardem contra tudo aquilo que é colocado contra Ele, ou que procura competir com Ele. Fujam dos falsos deuses do mundo pagão. Eles não são compatíveis com o Deus a quem vós pertenceis e serves. Não adoreis a Deus por meio de estátuas ou imagens, mas apegai-vos a Ele pela fé, amor e obediência constantes, em vossa mente e no vosso coração.


I – A CERTEZA DA VIDA ETERNA

A vida eterna é um dom (Jo 3.14-16; Rm 6.23) e significa mais do que mera existência; significa vida no favor de Deus e comunhão com Ele. Morto em transgressões e pecados, o homem está fora do favor de Deus; pelo sacrifício de Cristo, o pecado é expiado e o homem restaurado à plena comunhão com Deus. Estar no favor de Deus e em comunhão com Ele é ter vida eterna, pois é a vida com Ele que é o Eterno. Essa vida é possuída agora porque os crentes estão em comunhão com Deus; a vida eterna é descrita como futura (Tt 1.2; Rm 6.22), porque a vida futura trará perfeita comunhão com Deus. "E verão o seu rosto" (Ap 22.4).

1.1. Existe diferença entre imortalidade e vida eterna?

A imortalidade é futura (1Co 15.53,54), e refere-se à glorificação dos nossos corpos mortais na ocasião da ressurreição. A vida eterna refere-se principalmente ao espírito do homem: é uma possessão que não é afetada pela morte do corpo. A vida eterna alcançará sua perfeição na vinda de Cristo, e será vivida em um corpo glorificado que a morte não mais poderá destruir.
Todos os cristãos, quer vivos quer falecidos, já possuem a vida eterna, mas somente na ressurreição terão alcançado a imortalidade.

1.2. O direito à vida eterna

Quando os pecadores são adotados para serem filhos de Deus, são revestidos de todos os direitos filiais legais e se tornam herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Rm 8.17). Isto significa, antes de tudo, que eles se tornam herdeiros de todas as bênçãos da salvação na presente vida, sendo que a mais fundamental delas é descrita com as palavras: “o Espírito prometido”, isto é, a bênção é oferecida na forma do Espírito, Gl 3.14; e, numa frase um pouco diferente: “o Espírito de seu Filho”, Gl 4.6. E no Espírito e com Ele, recebem todos os dons de Cristo. Mas isto não é tudo; sua herança inclui também as bênçãos eternas da vida futura. A glória de que Paulo fala em Rm 8.17 vem em seguida aos sofrimentos do tempo presente. De acordo com Rm 8.23, a redenção do corpo, que ali é chamada “adoção”, também pertence à herança futura. E Rm 8.29,30, a glorificação está ligada imediatamente à justificação. Sendo justificados pela fé, os crentes são herdeiros da vida eterna.

1.3. Cinco evidências específicas pelas quais o crente poderá “saber”, com confiança e certeza, que tem a vida eterna:

(1) a evidência da verdade apostólica a respeito de Cristo (1.1-3; 2.21-23; 4.2,3,15; 5.1,5,10,20);
(2) a evidência de uma fé obediente que guarda os mandamentos de Cristo (2.3-11; 5.3,4);
(3) a evidência de um viver santo, isto é, afastar-se do pecado, para comunhão com Deus (1.6-9; 2.3-6,15-17,29; 3.1-10; 5.2,3);
(4) a evidência do amor a Deus e aos irmãos na fé (2.9-11; 3.10,11,14,16-18; 4.7-12,18-21); e
(5) a evidência do testemunho do Espírito Santo no crente (2.20,27; 4.13). João afirma, por fim, que a pessoa pode saber com certeza que tem a vida eterna (5.13) quando estas cinco evidências são manifestas na sua vida.

II – A ORAÇÃO QUE DEUS OUVE

O versículo 14 da lição em estudo mostra a confiança que temos em Deus: “se pedirmos alguma coisa, SEGUNDO A SUA VONTADE, Ele nos ouve”. Infelizmente muitos ignoram isso!
Aproveitando o ensejo, é bom frisar que muitos de nós não sabemos orar corretamente. Observe o que Jesus diz: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mt 7.7); Tiago diz que “nada tendes, porque não pedis” (4.2). Estas passagens sem contexto nos estimulam a pedir as coisas a Deus demasiadamente. Entretanto, quando prosseguimos com a leitura do contexto imediato, descobrimos que pedimos e não recebemos porque pedimos mal, para gastar em nossos deleites (Tg 4.3).
Vamos simular uma oração de um mal pedinte: “Deus, ajuda-me a conseguir aquele trabalho”, “Jesus, por favor, cura minha garganta”, “Senhor, manda dinheiro suficiente para eu pagar minhas contas”, “Pai, livra-me do meu medo”... etc. Essas são orações irrefletidas, que não condiz com a vontade de Deus. Será que o tipo de oração “Deus me dê isso, faça aquilo, tira-me dessa confusão” é o que Deus deseja para uma vida de oração? Muito pelo contrário, muitos estão frustrados, porque não sabem pedir e se desepcionam por não receber o que pediu, chegando até a colocar a culpa em Deus!

2.1. O que é orar?

Orar não é simplesmente pedir coisas, embora isso faça parte da oração. O mais importante é saber que orar é conversar com Deus. Podemos dizer que é a conversa da alma com Deus.

2.1.1 A natureza da oração

A verdadeira oração é caracterizada pela confissão, veja esses exemplos do Velho Testamento (1Rs 8.47; Ed 9.5-10; Ne 1.6,7; 9.33-35; Dn 9.3-15). O Novo Testamento também nos dá exemplos deste tipo de oração (Mt 14.33; 15.25; 28.9; Ap 4.11). Somente depois de confessarmos e glorificarmos a Deus em nossa oração é que estamos prontos a pensar em nós mesmos.
Já vimos que somos encorajados pelas Escrituras a fazer pedidos a Deus (Dn 2.17-18; Jo 11.22; At 4.29; Fl 4.6), mas a Bíblia exorta-nos a fazer intercessões pelos outros (1Tm 2.1), pelos governantes (1Tm 2.2), por Israel (Sl 122.6), pelos não salvos (Lc 23.34; At 7.60), recém convertidos (2Ts 1.11), todos os santos (Ef 6.18; Tg 5.16), os que se desviam (1Jo 5.16), os obreiros cristãos (Ef 6.19,20; 1Ts 5.25), e nossos inimigos (Mt 5.44).

2.1.2. A oração e a providência

“Se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos” (1Jo 5.15). Observe que deve existir uma relação entre a oração e a providência. A oração muda as coisas; mas como é que isso se harmoniza com o plano e propósito soberano de Deus? Será que a oração ocasiona uma mudança de idéia em Deus? Não é bem assim. Devemos entender que Deus estabeleceu certos limites gerais dentro dos quais Seu universo deve operar. Ele deu ao homem liberdade para agir dentro desses limites. Então, a oração tem seu valor quando a pessora que ora crê que Deus ouve sua oração e vai respondê-la, tendo em mente que, a vontade de Deus está acima de tudo e até a lei da natureza é superada pela lei de Deus, quando Ele quer.

2.1.3. Como devemos orar?

Nem tudo que os homens chamam de oração é a verdadeira oração. Até mesmo os discípulos de Jesus perceberam sua deficiência neste aspecto e pediram a Jesus que os “ensinasse” a orar (Lc 11.1); e o fato do Senhor fazer o que pediram confirmou a convicção deles. Paulo expressa o mesmo sentimento quando declara: “não sabemos orar como convém”, e acrescenta: “mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26 e seguintes).
Consideremos então como devemos orar: (1) A Escritura ensina que devemos orar ao Pai (Jo 16.23) e ao Filho (At 7.59), mas não há oração registrada na Bíblia que seja dirigida ao Espírito Santo, isso porque o Espírito Santo tem o papel mais de orar em nós (Rm 8.26), do que receber nossas orações; (2) Não existe nenhuma prescrição de posição particular para orar, asm as Escrituras ilustram e ensinam todas elas. Assim, temos: em pé (Mc 11.25), ajoelhado (Lc 22.41), prostrado no chão (Mt 26.39), deitado na cama (Sl 63.6, assentado (1Rs 18.42), etc; (3) Devemos orar sempre (Lc 18.1; Ef 6.18); (4) Em todo lugar (1Tm 2.8); (5) E o mais importante ao orar é o estado do coração daquele que ora, pois Jesus diz: “se permanecedes em mim” (Jo 15.7), representa a condição totalmente abrangente para a oração respondida.


2.2. O pecado para morte

Somos previlegiados por tudo que já vimos sobre a oração, mas o texto da lição mostra o apóstolo João preocupado com a oração feita em relação aos pecados de outros.
Toda a iniquidade é pecado, e nós sabemos que “o pecado é a violação da lei” (1Jo 3.4). A Escritura mostra que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23), portanto, até quando um filho de Deus peca, a recompensa por ter violado a lei é a morte, caso não se arrependa; o texto que diz que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23), refere-se a todos os pecadores. Mas João escreveu: “Se alguém vir pecar seu irmão pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecaram para morte” (1Jo 5.16); se o irmão que vimos cometer pecado que não é para morte, se arrepender e abandonar a prática, devemos orar a Deus para que ele seja vivificado, e Deus dará a vida a esse crente que cometeu um pecado que não é para morte. Porém existe um pecado que se um crente cometer é impossível de novo levá-lo a arrependimento, e por isso é inútil orar por ele. João diz: “Por esse não digo que ore” (1Jo 5.16); para o irmão que comete este pecado que é para morte não há mais a possibilidade de se arrepender e de obter vida de eterna. O crente que comete este pecado para morte é condenado à segunda morte, isto é, ao lago ardente de fogo e enxofre, pois este pecado o conduz à segunda morte. Veja o comentário do versículo 16 no tópico da leitura bíblica em classe.

2.2.1. Quais os pecados para morte?

O Pr. Ciro Sanches Zibordi responde da seguinte maneira:

“O pecado para morte (1 Jo 5.16), dependendo de sua gradação, traz como conseqüências: sofrimentos, morte espiritual, morte física e até perdição eterna. São, na verdade, tipos de pecado que levam o seu praticante à morte física prematura, como: desobediência deliberada (1 Rs 13.26); incesto (1 Co 5.5); murmuração (1 Co 10.5); profanação (1 Co 11.29-32); desvio (Jr 16.5,6); tentar a Deus (Nm 14.29,32,35; 18.22; 27.12-14); falsidade (At 5.10); rebeldia, não a momentânea, mas como estado (Ef 6.3), etc. Esse tipo de pecado, como um estado, envolve transgressão e desobediência deliberadas, continuadas, conscientes. Os praticantes desse tipo de pecado estão mortos espiritualmente e somente poderão receber a vida caso se arrependam de verdade. E o verdadeiro arrependimento envolve intelecto, sentimento e vontade. O arrependimento de Judas, por exemplo, foi incompleto, posto que envolveu apenas a parte sentimental e possivelmente a intelectual, não resultando em ação, como no caso de Pedro. Na parábola dos dois filhos (Lc 15) vemos que o filho pródigo teve um arrependimento completo.”
(http://pastorciroresponde.blogspot.com/2008/08/pecado-para-morte.html)



III – A EVIDÊNCIA DO NOVO NASCIMENTO

Este tópico leva-nos à lição 12 (pág. 86), cujo conteúdo trata do novo nascimento que é a regeneração. Tomando como base a passagem do Evangelho de João cap. 3, onde um príncipe dos fariseus, chamado Nicodemos, foi ter com Jesus reconhecendo sua missão e admirando seus milagres. Entretanto na resposta de Jesus percebemos que não é suficiente admirar os milagres e reconhecer que Jesus foi enviado de Deus, mas ele deveria nascer de novo: “...na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3).

3.1. O que é nascer de novo?

É viver uma nova vida. É ter uma nova natureza, novos princípios, novos afetos e novos objetivos. Abandonar o primeiro nascimento, que nos ensinou a viver na prática do pecado, tornando-nos corruptos, de acordo com o modo de viver desse mundo.

A regeneração é o ato divino que concede ao homem arrependido que creu uma nova vida e mais elevada mediante a união pessoal com Cristo. É um processo que envolve o nascimento, ou ser gerado por Deus (Jo 3.8); a purificação, que é a lavagem da alma de toda impureza vinda de outrora (Tt 3.5); a vivificação ou renovação do Espírito Santo (Cl 3.10).
Após o novo nascimento, o filho de Deus deve buscar a santificação, pois sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).


CONCLUSÃO


Diante do que foi exposto pelo apóstolo João, onde ele rebate os erros doutrinários dos falsos mestres, incentivando-nos a manter uma vida santa em comunhão com Deus, na certeza da vida eterna mediante a fé obediente em Jesus, o Filho de Deus, podemos dizer que, os fundamentos da fé cristã e a perfeita comunhão com Deus é o que precisamos para alcançar a condição necessária para nossa salvação e vida eterna.


HENRY, Matthew. Comentário Novo Testamento, CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD.THIESSEN, Henry Clarence. Palestras em Teologia Sistemática. Editora Batista Regular, 1997.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

LIÇÃO 10 – Os Falsos Profetas

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE (1Jo 4.1-6)

“Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus...” (v.1). Aqui o apóstolo João pede cautela, ou seja, os discípulos não deveriam acreditar, nem seguir todo aquele que simula ter o Espírito de Deus ou que professa ter visão, inspiração ou revelação de Deus. Naqueles dias (e hoje também), Deus tem dado do seu Espírito, mas não a todos que professam está cheio dEle. Portanto, é permitido aos discípulos um julgamento avaliador em relação aos espíritos que deveriam ser cridos a acreditados nas questões da fé.

“...porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”. O apóstolo apresenta uma razão para provar se os espíritos são de Deus. Existia uma grande expectativa entre os judeus em relação à aparição do Salvador, de um Redentor de Israel, por isso, alguns foram leva¬dos a levantarem-se como profetas e messias de Israel, de acordo com a predição do Salvador (Mt 24.23,24). Não de¬veria parecer estranho a nós que falsos mestres surgis¬sem na igreja: foi assim nos tempos dos apóstolos; o espí¬rito da desilusão é fatal; é triste saber que homens se van¬gloriavam como profetas e pregadores inspirados quan¬do, de forma alguma, condiziam com esse ofício!

Ele apresenta um teste para os discípulos pode¬rem provar esses espíritos fingidos:

“Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus” (v.2). Esses espíri¬tos levantaram-se como profetas, doutores ou doutrina¬dores na religião cristã e, assim, eles precisavam ser pro¬vados pela sua doutrina. Jesus Cristo deve ser confessado como o Filho de Deus, a Vida e Palavra eternas, que estava com Deus desde o início; como o Filho de Deus que veio ao mundo e veio em nossa natureza humana mortal e nela sofreu e morreu em Jerusalém. Aquele que confessa e prega isso, por meio de uma mente sobrenaturalmente bem informada e iluminada dessa maneira, faz isso pelo Espírito de Deus ou Deus é o autor dessa iluminação.

“E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus...” (v.3). Deus concedeu tanto testemunho de Jesus Cristo, que esteve nos últimos tempos aqui no mundo e na cante (ou em um corpo físico como o nosso), embora agora no céu, que os discípulos poderiam estar assegurados de que qualquer impulso ou inspiração fingida que con¬tradiga isso está longe de ser do céu e de Deus.

“...mas esse é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo”. Foi previsto por Deus que anticristos surgiriam e espíritos anticristãos se levantariam contra seu Espírito e sua verdade; também foi pre¬visto que um anticristo eminente surgiria e travaria uma batalha longa e fatal contra o Cristo de Deus e sua institu¬ição e honra e reino no mundo. O espírito desse anticristo começou a operar cedo, já no tempo dos apóstolos. Muitas pessoas cederam a um es¬pírito anticristão e a esse tipo de escuridão e desilusão a ponto de colocar-se contra o Filho de Deus e todo teste¬munho que o Pai tinha apresentado do Filho! Mas nós fo¬mos avisados antecipadamente de que esse tipo de oposição ocorreria; deveríamos, portanto, cessar de ficar escandalizados e quanto mais vermos a palavra de Cris¬to cumprida, tanto mais devemos ser confirmados pela sua verdade.

Agora, o apóstolo João fala do perigo do espírito anticristão e encoraja os discípulos contra o medo e o perigo causado por esse espírito anticristão sedutor.

“Filhinhos, sois de Deus...” (v.4). Vós sois de Deus, ou nós somos de Deus (v.6), ensinados por Deus, ungidos por Deus e, assim, protegidos contra essas desilusões. Somos escolhidos de Deus e não seremos seduzidos.

“...e já os tendes vencido...”. Aqui João expressa a esperança de nossa vitória, pois nós já vencemos esses enganadores e suas tentações, e existe uma boa base de esperança para que continuemos a fazer isso, segundo estas duas razões: (1) “porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo”, ou seja, existe um forte preservador dentro de nós, o Espírito de Deus que é mais poderoso de que homens e demônios; (2) “Do mundo são; por isso, falam do mundo, e o mundo os ouve” (v.5). O espírito que vigora neles os conduz a este mundo; o seu co¬ração é dedicado a ele; eles almejam o luxo, o prazer e as vantagens do mundo, mas esquecem que o verdadeiro salvador não é deste mundo.

“Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus ouve-nos...” (v.6). Aquele que conhece a pureza e a santidade de Deus, o amor e a graça de Deus, a verdade e fide¬lidade de Deus, as palavras e profecias antigas de Deus, os sinais e os testemunhos de Deus, precisa saber que Ele está conosco; e aquele que conhece isso estará presente conosco e permanecerá conosco.

“...aquele que não é de Deus não nos ouve”. Aquele que não conhe¬ce a Deus não dá atenção a nós. Pelo contrário: Aquele que não é nascido de Deus (andando de acordo com a sua inclinação natural) não anda conosco. Quanto mais longe alguém está de Deus (como ocorre em todas as épocas), mais longe está de Cristo e seus servos fiéis; e quanto mais presas a este mundo as pessoas são, mais afastadas estão do espírito do cristianismo.

“...Nisto conhecemos nós os espírito da verdade e o espírito do erro”. Essa doutrina da pessoa do Salvador que os conduz do mundo para Deus é uma marca do espírito da verdade, em oposição ao espírito do erro. Quanto mais pura e santa for uma doutrina, mais certamente ela será de Deus.


1. PROFETA

É alguém que fala aos outros em nome de Deus (Dt 18.18). É um porta-voz escolhido, enviado e inspirado por Deus para fazer em seu nome pronunciamento (Jr 7.25; 25.4; 2Rs 17.13), chamado oráculo, e para fazer ver a vontade divina (Am 3.7). Por causa do conhecimento dos segredos divinos é chamado também "visionário” ou “vidente” (1Sm 9.11; Am 7.12; Is 30.10). Mas o essencial de um profeta é falar em nome de Deus e não prever o futuro ou estar sujeito a transes proféticos (cf. Nm 11.25s e nota).

Em Israel houve comunidades ou confrarias proféticas, que viviam junto dos santuários (1Sm 19.18-24; 1Rs 18.4,13,22; 19.10; 2Rs 2.3-5,15-18; 4.1; 5.22; 6.1). Eram parecidas com as dos “profetas de Baal” (1Rs 18; 2Rs 10.19-25).

Houve também profetas cortesãos (1Rs 22; Jr 28). Estes foram freqüentemente combatidos pelos verdadeiros profetas (Mq 3.5; Sf 3.4; Jr 5.31; Ez 13.9s).

No AT Deus comunicou-se com os homens por meio de Moisés e dos profetas. Nos últimos tempos falou por meio de seu Filho Jesus Cristo (Jo 1.1-18; Hb 1.1s), o profeta como Moisés (Dt 18.15; Jo 1.21; 6.14; 7.40).
Fala-se de profetas também no Novo Testamento (At 2.17; 11.27; 13.1; 15.32; 21.9; 1Cor 12; 14.26-32; Ef 4.11; Rm 12.6; Ap 1.3; 2.7; 1Ts 5.19s; 1Tm 1.18; 4.14; 1Pd 1.10).

1.1. Os termos empregados na Escritura para um profeta

O velho Testamento emprega três palavras para designar um profeta, a saber, nabhi, ro’eh e chozeh. O sentido radical da palavra nobhi é incerto, mas, por passagens como Ex. 7.1 e Dt 18.18, fica evidente que a palavra designa alguém que vem com mensagem da parte de Deus para o povo. As palavras ro’eh e chozeh acentuam o fato de que o profeta é alguém que recebe revelações da parte de Deus, particularmente na forma de visões. Estas palavras são usadas uma pela outra. Outros designativos são “homem de Deus”, “mensageiro do Senhor” e “vigia”. Estes apelativos indicam que os profetas estão prestando serviço especial ao Senhor e velam pelos interesses espirituais do povo. No Novo Testamento usa-se a palavra porphetes, composta de pro e phemi. A preposição não é temporal, neste caso. Conseqüentemente, a palavra prophemi não significa “falar de antemão”, mas “proferir”. O profeta é alguém que fala da parte de Deus. Desses nomes, tomados em conjunto, podemos deduzir que o profeta é alguém que vê coisas, isto é, que recebe revelações, que está a serviço de Deus, particularmente como mensageiro, e que fala em Seu nome.

1.2. O dom ministerial de profeta no Novo Testamento

Os profetas no Novo Testamento eram homens que falavam sob o impulso direto do Espírito Santo, e cuja motivação e interesse principais eram a vida espiritual e pureza da igreja. Sob o novo concerto, foram levantados pelo Espírito Santo e revestidos pelo seu poder para trazerem uma mensagem da parte de Deus ao seu povo (At 2.17; 4.8; 21.4).

(1) A função do profeta na igreja incluía o seguinte: (a) Proclamava e interpretava, cheio do Espírito Santo, a Palavra de Deus, por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar, exortar, animar, consolar e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1Co 12.10; 14.3). (b) Devia exercer o dom de profecia (c) Às vezes, ele era vidente (cf. 1Cr 29.29), predizendo o futuro (At 11.28; 21.10,11). (d) Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc 1.14-17). Por causa da sua mensagem de justiça, o profeta pode esperar ser rejeitado por muitos nas igrejas, em tempos de mornidão e apostasia.

(2) O caráter, a solicitude espiritual, o desejo e a capacidade do profeta incluem: (a) zelo pela pureza da igreja (Jo 17.15-17; 1Co 6.9-11; Gl 5.22-25); (b) profunda sensibilidade diante do mal e a capacidade de identificar e detestar a iniqüidade (Rm 12.9; Hb 1.9); (c) profunda compreensão do perigo dos falsos ensinos (Mt 7.15; 24.11,24; Gl 1.9; 2Co 11.12-15); (d) dependência contínua da Palavra de Deus para validar sua mensagem (Lc 4.17-19; 1Co 15.3,4; 2Tm 3.16; 1Pe 4.11); (e) interesse pelo sucesso espiritual do reino de Deus e identificação com os sentimentos de Deus (cf. Mt 21.11-13; 23.37; Lc 13.34; Jo 2.14-17; At 20.27-31).

(3) A mensagem do profeta atual não deve ser considerada infalível. Ela está sujeita ao julgamento da igreja, de outros profetas e da Palavra de Deus. A congregação tem o dever de discernir e julgar o conteúdo da mensagem profética, se ela é de Deus (1Co 14.29-33; 1Jo 4.1).

(4) Os profetas continuam sendo imprescindíveis ao propósito de Deus para a igreja. A igreja que rejeitar os profetas de Deus caminhará para a decadência, desviando-se para o mundanismo e o liberalismo quanto aos ensinos da Bíblia (1Co 14.3; cf. Mt 23.31-38; Lc 11.49; At 7.51,52). Se ao profeta não for permitido trazer a mensagem de repreensão e de advertência denunciando o pecado e a injustiça (Jo 16.8-11), então a igreja já não será o lugar onde se possa ouvir a voz do Espírito. A política eclesiástica e a direção humana tomarão o lugar do Espírito (2Tm 3.1-9; 4.3-5; 2Pe 2.1-3,12-22). Por outro lado, a igreja com os seus dirigentes, tendo a mensagem dos profetas de Deus, será impulsionada à renovação espiritual. O pecado será abandonado, a presença e a santidade do Espírito serão evidentes entre os fiéis (1Co 14.3; 1Ts 5.19-21; Ap 3.20-22).

2. PROFECIA

É a expressão vocal inspirada por Deus. Vejamos suas características:
a) podem ser mediante revelação, sonho, visão ou Palavra de Deus, inspirando no momento, para exaltar e adorar a Cristo, admoestar exortativamente, confortar e encorajar os crentes;
b) Se distingue da pregação comum porque é resultado da inspiração espiritual espontânea;
c) A Pessoa que tem esse dom é constituído como profeta (At 15.32; 21.9; 1Co 14.3);
d) O propósito do dom é edificar, exortar e consolar os crentes (1Co 14.3).
e) A profecia não está no mesmo nível das escrituras. Devemos provar e julgar as mensagens proféticas (1Co 14.29) - Pode ser sua mensagem de autoria meramente humana (Jr 23.16; Ez 13.2,3).
f) Em 1 Ts 5.19-20, trata-se da operação do dom de profecia. Provemos a mensagem, retenhamos o bem e deixemos o mal.
g) Notemos que Deus vivifica a profecia (1Co 14.14), podendo ser usada na 1a. e 3a. pessoa do singular (Lc 1.67-79).
São pessoas com discernimento, constrangedoras, não comprometedoras da verdade, falam abertamente, com autoridade, convicção e confrontam as pessoas (No Espírito).

CUIDADOS: Devem transmitir mensagem com amor e compaixão, sabendo que poderão ser rejeitadas; precisam evitar orgulho e ter discernimento e apoiar no Evangelho as mensagens proféticas. (Rm 12.6; 1Co 12.10, 28; 13.2; 2 Pe 1.19-21). Profeta no A.T. era ministério e no N.T. é dom de profecia.


3. OS FALSOS PROFETAS

Há numerosas referências no AT aos falsos profetas. Por exemplo: quatrocentos falsos profetas foram reunidos pelo rei Acabe (2Cr 18.4-7); um espírito mentiroso achava-se na boca deles (2Cr 18.18-22). Segundo o AT, o profeta era considerado falso (1) se desviasse as pessoas do Deus verdadeiro para alguma forma de idolatria (Dt 13.1-5); (2) se praticasse adivinhação, astrologia, feitiçaria, bruxaria e coisas semelhantes (ver Dt 18.10,11 notas); (3) se suas profecias contrariassem as Escrituras (Dt 13.1-5); (4) se não denunciasse os pecados do povo (Jr 23.9-18); ou (5) se predissesse coisas específicas que não cumprissem (Dt 18.20-22). Note que os profetas, do novo concerto não falavam de modo irrevogável e infalível como os profetas do AT,
que eram a voz primacial de Deus no que dizia respeito a Israel.


HENRY, Matthew. Comentário Novo Testamento, CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD.
Darlan Lima, Alexandre Arcanjo, Orlando Nascimento – Apostila Teologia Sistemática.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

LIÇÃO 9 – O Crente e as Bênçãos da Salvação

INTRODUÇÃO

Vimos na lição passada que Deus providenciou a nossa salvação eterna, onde aprendemos que qualquer que aceita Jesus Cristo através do arrependimento e da fé, é justificado, regenerado e santificado, passando a ser chamado filho de Deus, filho por adoção, passando a ser herdeiro de Deus e co-herdeiro com Cristo, devendo, portanto, permanecer até o fim. Agora vamos estudar que o apóstolo João mostra muitos argumentos contra o pecado e toda a participação nos trabalhos infrutíferos das trevas. Seu raciocínio e argumentos indicam que as bênçãos da salvação não têm parte na vida de um crente, que vive na prática do pecado.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE (1Jo 3.6-10)

Nos versículos 4 e 5 (da lição anterior), João mostrou que o pecado está em oposição à lei divina, pois “qualquer que comete o pecado também comete iniqüidade”, ou seja, transgride a lei, pois “o pecado é iniqüidade” (ou transgressão da lei, e é ilegal, ver 1Jo 2.4). A vontade de Deus para o governo racional é permitida para o bem do mundo, que mostra ao homem o caminho da felicidade e da paz e o conduz ao autor da lei. O pecado é a rejeição dessa lei divina, que é a rejeição da autoridade divina e, consequentemente, do próprio Deus.

O segundo argumento é que Jesus Cristo veio cumprir um plano e missão no mundo, que era remover pecados: “E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado” (v.5). Jesus cumpriu sua missão e, através de seu próprio sacrifício, tirou a culpa que estava em nós, por transgredir as leis divinas. Mas devemos reconhecer e considerar o grande motivo da vinda do Filho de Deus: “ele se manifestou para tirar os nossos pecados”.

- No terceiro argumento do apóstolo João, inicia-se a leitura da lição de hoje:

“Qualquer que permanece nele não peca...” (v.6). Pecar aqui é o mesmo que cometer pecados (vv. 8,9), ou seja, viver na prática do pecado. Assim como uma vida em união com o Senhor, quebra o poder do pecado no coração e na natureza humana. A expressão “não peca”, significa ter uma vida dedicada ao Senhor, de tal forma que, o pecado é impedido de predominar na conduta do cristão. (Por exemplo: lembra aquela música mundana que fica cantando em sua mente? Troque-a por um louvor, e comece a cantar assim: não darei meu louvor a ninguém mais, só a Ele!... Sabe aquela programação indevida da tv, que não convém aos santos? Troque-a pela leitura da Bíblia... e assim por diante). Um cristão convertido verdadeiramente, pode até errar, mas exercita esforço continuadamente para fazer o que é agradável ao Senhor (v.22), e assim permanecem em Cristo.

“...qualquer que peca não o viu nem o conheceu”.
Concluindo o raciocínio, o João diz que o “que peca” (que permanece na prática constante do pecado), “não o viu” (sua mente não tem um discernimento espiritual sadio dele), “nem o conheceu” (não teve um conhecimento experimental dele). Então, nesse terceiro argumento, aprendemos que a comunhão com o Senhor Jesus Cristo, é o mesmo que renunciar a prática do pecado, para participar das bênçãos da salvação.

“Filhinhos, ninguém vos engane” (v.7) Aqui João adverte aos “queridos filhos”, ou talvez, “aos novos na fé”, que existirão enganadores, que ouvem a lei, mas não as pratica (Rm 2.13). Mas “quem pratica justiça é justo, assim como ele é justo”. Praticar a justiça é praticar as verdades da fé cristã. Ou seja, aquele que pratica as verdades da fé é justo, é sincero e reto perante Deus. Quem pratica a justiça será justificado pelo Mediador, terá direito à “coroa da justiça, a qual o justo juiz” de acordo com a sua aliança e promessa, “dará a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.18).

“Quem comete o pecado é do diabo...”(v.8). Cometer pecado aqui é praticá-lo assim como os pecadores o praticam e, aquele que pratica o pecado “é do diabo”; ou seja, sua natureza pecaminosa é inspirada pelo diabo, está de acordo com ele e é agradável a ele; pertence ao grupo, interesse e reino do diabo, ele (o diabo) é o autor e patrocinador do pecado, e tem sido “desde o princípio” (ver Jo 8.44). Mas, Jesus Cristo veio desfazer as obras dele:

“Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo”.
O diabo se esforçou para destruir a obra de Deus neste mundo, mas o Filho de Deus empenhou-se na batalha santa contra ele. Jesus veio ao mundo, foi manifestado em carne, para que pudesse derrotá-lo e dissolver suas obras. Ele continuará dissolvendo o pecado até que o tenha destruído por completo. Não podemos tolerar o que o Filho de Deus veio destruir!

"Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado...”(v.9). Ser nascido de Deus é ser renovado interiormente e restaurado a uma integridade ou retidão santa de natureza pelo poder do Espírito de Deus. Alguém assim não vive na prática do pecado, não pratica iniqüidade, nem pratica a desobediência, porque “a sua semente permanece nele”, ou a Palavra de Deus pode permanecer nele (1Pe 1.23).

“...e não pode pecar”. Nenhum intérprete criterioso entenderia que o crente não possa cometer um ato pecaminoso. Isso seria contrário ao capítulo 1.9, onde está explícito que confessar os pecados é nosso dever e o nosso privilégio é ter nossos pecados perdoados. Na verdade, a expressão “não pode pecar”, significa: não pode continuar na conduta e prática do pecado, não pode pecar como pecava antes de ser nascido de Deus (Leia 1Co 6.12; 10.23).

“Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo...” (v.10). Existe diferença entre os filhos de deus e os filhos do diabo. De acordo com a antiga distinção existe a semente de Deus e a semente da serpente. A semente da serpente é identificada por essas duas marcas: 1. Pela negligência da fé em Deus: “...qualquer que não pratica a justiça (despreza os direitos e deveres de Deus, pois a fé cristã é nossa justiça em relação a Deus) não é de Deus”, mas pelo contrário, é do diabo. 2. Pelo ódio aos colegas cristãos: “...e não ama a seu irmão (verdadeiros cristãos devem ser amados por causa de Deus e Cristo. Aqueles que não amam dessa forma, mas os menosprezam, odeiam e perseguem, é filho do Diabo) não é de Deus”.


1. O CRENTE E O PECADO

1.1. O que é pecado?
Existem várias respostas para esta pergunta, mas vamos a algumas esferas do pecado considerado:

a) Moralmente.
Pode significar “errar o alvo”. Por exemplo: imagine um viajante que sai do caminho certo. Também significa ser achado em falta ao ser pesado na balança de Deus. Em alguns casos se traduz por “mal”, exprimindo o pensamento de violência ou infração, e descreve o homem que infringiu ou violou a lei de Deus;

b) Na conduta fraternal. Nessa esfera a palavra usada para determinar o pecado é violência ou conduta injuriosa (Gn 6.11; Ez 7.23; Pv16.29). Ao excluir a restrição da lei o homem maltrata e oprime seu semelhante.

c) Na santidade. Tomemos como exemplo os israelitas, cuja nação foi escolhida por Deus para ser um “reino de sacerdotes”, portanto, cada membro que tinha contato com Deus e com o Tabernáculo era santo, ou seja, separado para Deus, toda atividade da sua vida estava regulada pela lei da santidade. Quando agiam fora dessa lei, profanavam-se, e tornavam-se imundos, ou contaminados (Lv 11.24,27,31,33,39). Qualquer que deliberadamente rejeitasse essa lei, era considerado “transgressor” (Sl 37.38; 51.13; Is 53.12), se persistisse no erro, era considerado criminoso.

d) Na verdade. Nesse caso, a fraude é o elemento do pecado. Os pecadores falam e tratam falsamente (Sl 58.3; Is 28.5). Levando em consideração que o primeiro pecador foi um mentiroso (Jo 8.44), ou seja, o primeiro pecado começou com uma mentira (Gn 3.4), todo pecado contém o elemento do engano (Hb 3.13).

e) Na esfera da sabedoria. Os homens se portam impiamente porque não pensam ou não querem pensar corretamente; não dirigem suas vidas de acordo com a vontade de Deus, seja por descuido ou por deliberada ignorância.

No Novo Testamento, o pecado é iniquidade (1Jo 3.4), desobediência (Hb 2.2), transgressão (Rm 4.15), queda (Ef 1.7), impiedade (Rm 1.18; 2Tm 2.16), erro (Hb 9.7).

1.2. Pecados principais

a) IRA - raiva,cólera ou agressividade exagerada em querer destruir os outros. (Jó 5.2);
b) GULA - Querer assimilar tudo, engolindo e não digerindo (Is 56.11);
c) INVEJA - Desgosto e pesar pelos bens dos outros; o outro é mais que eu (Pv 14.30);
d) ORGULHO - Ser melhor que outros (Sl 90.10);
e) AVAREZA - não confiar em ninguém (Is 57.17);
f) PREGUIÇA - não querer aprender nada (Ec 10.8);
g) LUXÚRIA (desfrutar do poder de dominar) - prazer pelo excesso (Jr 11.15);
h) IDOLATRIA não querer a Deus de modo exclusivo. (2 Rs 17.41; Dt 32.17; 1Co 10.20; 1 Co 10.14; Js 24.15; 2Cr 24.18).

1.3. Qual, então, é a posição do crente diante do pecado?

Considerando que o pecado é um ato ou um estado da vontade do homem, que se constitui rebelião contra Deus, ou separação de Deus, sendo este um estado pecaminoso, qualquer que seguir esse caminho trará sobre si as seguintes consequências: (1) O pecado traz o mal sobre si mesmo por suas más ações e (2) torna-se culpado aos olhos de Deus. Por exemplo, um pai proíbe o filho pequeno de fumar cigarros, e faz-lhe entender duas consequências: primeira, fumar fá-lo-á sentir-se doente; segunda, ser castigado pela sua desobediência. O menino desobedece e fuma pela primeira vez. As náuseas que lhe sobrevêm representam as más conseqüências do seu pecado, e o castigo corporal subseqüente representa o castigo positivo pela culpa. Da mesma maneira as Escrituras descrevem dois efeitos do pecado sobre o culpado: primeiro, é seguido por conseqüências desastrosas para sua alma; segundo, trará da parte de Deus o positivo decreto de condenação.

1.4. O castigo para quem vive na prática do pecado

Em Romanos 6.23, o apóstolo Paulo diz que “o salário do pecado é a morte”; se nos reportarmos a Gênesis 2.17, a ordem divina foi: “No dia em que dela comerdes certamente morrerás”; Deus criou o homem para viver eternamente, mas ele desobedeceu a lei de Deus e não pode mais “lançar mão” da imortalidade e da vida eterna. Então, o castigo que o homem recebeu foi a morte física, morte esta que herdamos de nossos primeiros pais (Adão e Eva), porém essa é apenas a primeira morte. O homem perdeu o favor de Deus, e o apóstolo Paulo chama essa condição do homem de “morto em ofensas e pecados” (Ef 2.1). Quando o homem morre, sem arrependimento, sem o perdão dos pecados, sem aceitar o favor de Deus através de Jesus, suas práticas pecaminosas o seguem até o dia do Grande Julgamento, onde o Juíz pronunciará a sentença da segunda morte, que envolve indignação, tribulação, angústia (Rm 2.7-12). Existem três fases desta morte: (1) morte espiritual, enquanto o homem vive (1Tm 5.6); (2) morte física (Hb 9.7); e a morte eterna – conhecida como a segunda morte (Ap 21.8; Jo 5.28,29; 2Ts 1.9; Mt 25.41).


1.5. Por que alguns cristãos vivem na prática do pecado?

• Não têm temor a Deus pela falta de graça e por não entenderem o completo perigo do pecado e suas conseqüências (Pv 16.6; Pv 3.7; Ap 3.15; Pv 4.23).
• São confiantes em si mesmos achando-se superiores às tentações (2 Co 1.3-7).
• Têm o pecado oculto arraigado há anos dentro de seus corações. (Sl 32.5; 38.3).

OBS.: Deus condena mais os perversos pecados dos cristãos que dos ímpios. (Dt 1.37; Jr 1.16). Quanto mais tempo no pecado, mais se endurece (Hb 3.12-13); Quanto mais permanece no pecado, enfrenta a vara de Deus (Sl 89.30-34); Quanto mais permanece no pecado, enfrenta esvaziamento de paz e força (Sl 31.10; Sl 38.3); Quanto mais permanece no pecado, enfrenta crescente dúvida e incredulidade (1 Sm 13.13-14).

2. AS BÊNÇÃOS DA SALVAÇÃO

- A benção da aceitação (Ef 1.1-6). Fomos redimidos, perdoados, reconciliados, libertos, justificados e seremos glorificados.
- A benção da posição (1Pe 2.9-10). Passamos a ser cidadãos do céu, sacerdócio real e santo, membros da família de Deus, adotados por Deus e a propriedade exclusiva de Deus.
- A benção da herança (Cl 2.9-10; Ef 1.3). O filho de Deus é herdeiro do céu e possui toda sorte de bênçãos espirituais.
- A benção da capacitação (1Jo 2.20). O crente é capacitado pelo Espírito Santo, está debaixo da graça de Cristo e o próprio Deus mora nele (Jo 14.23).


CONCLUSÃO

O pecado não combina com o crente.
Haveremos de convir que o fim do “século presente” se aproxima, e o plano divino da redenção chegará à sua conclusão exatamente como Deus havia planejado e do modo como está revelado nas Escrituras. De acordo com esse plano, os crentes falecidos, em Cristo, serão ressuscitados dentre os mortos e na mesma ocasião os crentes que estiverem vivos, serão transladados para se encontrarem com Cristo nos ares, ao soar da trombeta (1Ts 4.13-17; 1Co 15.51-52). Amados, somente os justos receberão corpos glorificados semelhantes ao corpo de Jesus, livre do pecado e da corrupção. Então, quem é santo santifique-se mais, aguardando o cumprimento das promessas do nosso Deus.


HENRY, Matthew. Comentário Novo Testamento, CPAD.
PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – Editora Vida, 2006

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Lição 8 - A Nossa Eterna Salvação

INTRODUÇÃO

A salvação é a grande oportunidade oferecida por Deus à humanidade através da graça. Em aceitar Jesus Cristo, nós somos chamados filhos de Deus e, ser filho, é pertencer a uma família, com direito a um nome, um lar e um futuro. Aprenderemos com o apóstolo João que Deus é o provedor e que Jesus é o autor da tão maravilhosa graça salvadora.


Leitura em Classe (1Jo 3.1-5; Rm 8.14-17)

1Jo 3.1-5
“Vede quão grande caridade nos tem concedido o Pai” (v.1). O apóstolo João mostra sua admiração pela graça que é a origem de uma dádiva tão maravilhosa. Ou seja, observai quão grande amor nos tem concedido o Pai: “que fôssemos chamados filhos de Deus”. Quem recebe o Filho Jesus, torna-se também filho de Deus (Jo 1.12). O Pai eterno mostra um amor maravilhoso ao adotar pessoas como nós, que por natureza, somos herdeiros do pecado, da culpa e do juízo de Deus; nós que pela prática somos filhos da corrupção, da desobediência e da ingratidão! O Deus santo não se envergonha de ser chamado de nosso Pai e de nos chamar de seus filhos, “por isso” (ou por esse motivo), porque “o mundo não nos conhece” e “não conhece a Ele”. João coloca a honra dos crentes acima do reconhecimento do mundo. Enquanto o mundo quase não conhece a verdadeira alegria que os genuínos seguires de Cristo sentem, vivem expostos às calamidades comuns da terra e do tempo, sujeitos às aflições desta vida, sem esperança; mas nós, embora às vezes pobres, modestos e menosprezados somos protegidos do céu e brevemente habitaremos lá!

OBS.: O mundo não lembra que uma grande pessoa residiu nesta terra; sim, o Criador habitou nela. Os judeus não perceberam que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó era um dos seus habitantes em seu próprio país. Ele veio aos seus e os seus não o receberam (Jo 1.11), mas, certamente, se o conhecessem “nunca crucificariam ao Senhor da glória” (1Co 2.8).

“Amados, agora somos filhos de Deus” (v.2). Chamados de “amados” por João, os discípulos tinham a natureza de filhos pela regeneração: temos o título, o espírito e o direito à herança dos filhos pela adoção (Sl 149.9).

“...ainda não é manifesto o que havemos de ser” (v.2). A glória pertencente à filiação e adoção é adiada e reservada para outro mundo. Os filhos de Deus precisam andar pela fé e viver pela esperança. O tempo da revelação dos filhos de Deus em seu estado e glória próprios ocorrerá quando seu irmão mais velho vier para chamar e reunir a todos:

“Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos” (v.2). Isso faz lembrar a promessa em João 14.3 “virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também”. Quando a Cabeça da igreja, o Filho unigênito do Pai, aparecer, os seus membros, os adotados de Deus, aparecerão e serão manifestados juntamente com Ele. Podemos então esperar na fé, esperança e desejo intenso, pela revelação do Senhor Jesus; assim como também a criação aguarda pela sua perfeição e “...a manifestação dos filhos de Deus” (Rm 8.19). Os filhos de Deus serão semelhantes a Jesus em honra, poder, e glória. Seus corpos desprezíveis serão feitos como o corpo glorioso de Jesus Cristo; serão preenchidos com vida, luz e bem-aventurança a partir dele (leia Cl 3.4).

“E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” (v.3). O apóstolo ressalta o compromisso dos filhos de Deus na continuidade da santificação. Sabemos que nosso Senhor é santo e puro; aqueles que esperam viver com Ele precisam buscar a maior pureza possível, afastando-se do mundo, da carne e do pecado; precisam crescer na graça e na santidade, pois a esperança em alcançar o céu nos forçará a fazer assim. Além de sermos santificados pela fé, somos também santificados pela esperança.

Depois de falar sobre a obrigação do crente para com a pureza da sua esperança em relação ao céu e a comunhão com Cristo em glória no dia da sua aparição, João agora prossegue no sentido de encher a mente dos crentes com múltiplos argumentos contra o pecado:

“Qualquer que comete o pecado também comete iniqüidade; porque o pecado é iniqüidade” (v.4). O pecado é contrário à lei divina. Cometer iniqüidade é transgredir essa lei (é ilegal). O pecado é a destituição ou a privação da harmonia e conformidade com a lei divina. A concretização do pecado agora é a rejeição da lei divina, que é a rejeição da autoridade divina e, consequentemente, do próprio Deus.

“E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado” (v.5). O plano e missão do Senhor Jesus Cristo no mundo e para o mundo, era para remover os pecados.

Rm 8.14-17

“Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus” (v.14). Semelhante a um estudante, que em sua aprendizagem é guiado por seu professor, como um viajante, que em sua viagem é orientado por seu guia, como um soldado, quem em combate é dirigido por seu capitão, assim são os que em Cristo se submetem pela fé à sua orientação, em obediência, são levados a toda verdade e à total submissão. Eles são “os filhos de Deus” por adoção, reconhecidos e amados por Ele.

“Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor...” (v.15). O espírito de escravidão refere-se à dispensação que estava o povo do Antigo Testamento, por causa das trevas e do terror daquele período. O véu significava escravidão (2Co 3.15,17). O espírito de adoção não estava plenamente derramado como agora, pois a lei abriu a ferida, mas proporcionou remédio insuficiente para ela. Então vós não estais naquela dispensação, não recebeste aquele espírito.

“...mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai.” Quando Deus adota alguém, dá-lhe um espírito de adoção – a natureza de filhos. Aba, Pai, é uma oração clamorosa, o que não é apenas uma expressão séria, mas natural de desejo; uma criança que não pode falar desabafa seus desejos chorando. Agora, o Espírito nos ensina a nos achegar, em oração, a Deus como a um Pai, com uma santa e humilde confiança, incentivando a alma nessa tarefa. “Aba” é uma palavra siríaca que significa “pai” ou “meu pai” e “pater” é uma palavra grega; e por que ambas, Aba e Pai? Porque Cristo disse assim na oração (Mc 14.36): “Aba, Pai”, e temos recebido o Espírito do Filho.

“O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (v.16). Os que são santificados têm o Espírito de Deus testemunhando com seus espíritos, o que não deve ser entendido como revelação extraordinária imediata, mas como uma obra habitual do Espírito, em e por meio do consolo, falando de paz para a alma.

“E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo” (v.17).
Aqui, o apóstolo Paulo fala sobre os privilégios dos crentes, é a parte nobre da nossa felicidade, a saber, um direito à glória futura. A nossa filiação, como adoção de filhos, nos dá o direito àquela glória, assim a disposição de filhos nos ajusta e prepara para ela. Nas heranças terrenas essa regra não se mantém, sendo apenas aos primogênitos os herdeiros, mas a igreja é uma igreja de primogênitos, pois todos eles são herdeiros. O céu é uma herança de que todos os santos são herdeiros.

OBS.: “Herdeiros de Deus” (Sl 16.5-6; Nm 18.20; ap 21.3); “co-herdeiros de Cristo” (Hb 1.2; Ap 21.7; Jo 17.24; Ap 3.21). A glória futura é a recompensa dos sofrimentos presentes e a realidade das esperanças do presente.

“... se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (v.17). O estado da igreja neste mundo sempre é, e era especialmente naquela época, um estado de angústia. Ser um cristão certamente era ser um sofredor. Então, para consolá-los em relação àqueles sofrimentos, ele lhes fala que eles sofriam com Cristo – por sua causa, por sua honra, pelo testemunho de uma boa consciência, e deveriam ser glorificados com Ele (ver 2Tm 2.12), leia Rm 8.18.


I - A ADOÇÃO DO CRENTE

A palavra grega traduzida como adoção (huiothesia), significa “colocar na posição de filho”. Somente ocorre cinco vezes nas Escrituras, e todas elas nos escritos de Paulo: Rm 8.15, 23; 9.4; Gl 4.5; Ef 1.5.

- O tempo da adoção. Nos conselhos de Deus, foi um ato no passado eterno (Ef 1.5). Antes mesmo de começar a raça hebraica, sim, antes da criação, Ele nos predestinou para esta posição (Hb 11.39-40). Na experiência pessoal ela se torna verdadeira para o crente na hora em que ele aceita a Jesus Cristo (Gl 3.26). Mas a percepção plena da filiação aguarda a vinda de Cristo. É naquela hora que a adoção será plenamente consumada (Rm 8.23). Então, nossos corpos serão libertos da corrupção e da mortalidade e se tornarão semelhantes ao corpo glorioso de Cristo (Fl 3.20-21).


II - O QUE CONSTITUI A SALVAÇÃO?

Três aspectos que caracterizam a salvação:

a) Justificação:
faz lembrar um tribunal: o homem culpado e condenado, perante Deus, é absolvido e declarado justo (justificado) ver 2Co 5.21;
b) Regeneração: sugere uma cena familiar: a alma morta em transgressões e ofensas, precisa de uma nova vida, e esta vida é lhe concedida por um ato divino de adoção. Torna-se herdeira de Deus e membro de sua família (2Co 5.17);
c) Santificação: Esta palavra faz lembrar o templo, pois relaciona-se com o culto a Deus. A pessoa, depois de ter sido declarado justo e recebido uma nova vida, dessa hora em diante, dedica-se ao serviço de Deus (1Co 1.30).

OBS.: O homem salvo, portanto, consiste em ser justificado, regenerado e santificado. Sendo justificado ele pertence aos justos; sendo regenerado ele é filho de Deus; sendo santificado ele é “santo”, ou seja, separado. Essas três experiências constituem na plena salvação, que são três princípios de vida cristã em direção à perfeição.


III - CONDIÇÕES DA SALVAÇÃO

Deus exige do homem ARREPENDIMENTO e ; abandonar o pecado e buscar a Deus são as condições e os preparativos para a salvação.

- (crer, confiar, ver Rm 10.9) é o instrumento pelo qual recebemos a salvação, fato que não se dá com o arrependimento.

- Arrependimento – ocupa-se com o pecado e o remorso. O arrependimento é a verdadeira tristeza sobre o pecado, incluindo um esforço sincero para abandoná-lo (2Co 7.10).


IV – A SEGURANÇA DA SALVAÇÃO

Nesse ponto, vamos considerar se a salvação final dos cristãos é incondicional ou poderá perder-se por causa do pecado.

“Desviar-se”
é o termo usado para indicar uma pessoa que “caiu temporariamente da graça”. O desviado é uma pessoa que outrora tinha zelo de Deus, mas agora se tornou fria (Mt 24.12), outrora obedecia à Palavra, mas o mundanismo e o pecado impediram seu crescimento e frutificação (Mat. 13:22); outrora pôs a mão ao arado, mas olhou para trás (Luc. 9:62); como a esposa de Ló, que havia sido resgatada da cidade da destruição, mas seu coração voltou para ali (Luc. 17:32); outrora estava em contacto vital com Cristo, mas agora está fora de contacto, e está seco, estéril e inútil espiritualmente (João 15:6); outrora obedecia à voz da consciência, mas agora jogou para longe de si essa bússola que o guiava, e, como resultado, sua embarcação de fé destroçou-se nas rochas do pecado e do mundanismo (1 Tim. 1:19); outrora alegrava-se em chamar-se cristão, mas agora se envergonha de confessar a seu Senhor (2 Tim. 1:8 ;2:12); outrora estava liberto da contaminação do mundo, mas agora voltou como a "porca lavada ao espoja-douro de lama" (2 Ped. 2:22; vide Luc. 11:21-26).

É possível decair da graça; mas a questão é saber se a pessoa que era salva e teve esse lapso, pode finalmente perder-se. Existem dois sistemas doutrinários: o calvinista responde que não; o arminiano (chamado assim em razão de Armínio, teólogo holandês, que trouxe a questão a debate) responde que sim. Vejamos:

[1] Calvinismo - A salvação é inteiramente de Deus; o homem absolutamente nada tem a ver com sua salvação. Se ele, o homem, se arrepender, crer e for a Cristo, é inteiramente por causa do poder atrativo do Espírito de Deus. Isso se deve ao fato de que a vontade do homem se corrompeu tanto desde a queda, que, sem a ajuda de Deus, não pode nem se arrepender, nem crer, nem escolher corretamente.
Naturalmente surge esta pergunta: Se a salvação é inteiramente obra de Deus, e o homem não tem nada a ver com ela, e está desamparado, amenos que o Espírito de Deus opere nele, então, por que Deus não salva a todos os homens, posto que todos estão perdidos e desamparados? A resposta de Calvino era: Deus predestinou alguns para serem salvos e outros para serem perdidos. "A predestinação é o eterno decreto de Deus, pelo qual ele decidiu o que será de cada um e de todos os indivíduos. Pois nem todos são criados na mesma condição; mas a vida eterna está preordenada para alguns, e a condenação eterna para outros."
Dessa doutrina da predestinação segue-se o ensino de "uma vez salvo sempre salvo"; porque se Deus predestinou um homem para a salvação, e unicamente pode ser salvo e guardado pela graça de Deus, que é irresistível, então, nunca pode perder-se. Os defensores da doutrina da "segurança eterna" apresentam as seguintes referências para sustentar sua posição: João 10:28,29: Rom. 11:29; Fil. 1:6; 1 Ped. 1:5; Rom. 8:35; João 17:6.

[2] Arminianismo - A vontade de Deus é que todos os homens sejam salvos, porque Cristo morreu por todos. (1 Tim. 2:4-6; Heb. 2:9; 2 Cor. 5:14; Tito 2:11,12.) Com essa finalidade ele oferece sua graça a todos. Embora a salvação seja obra de Deus, absolutamente livre e independente de nossas boas obras ou méritos, o homem tem certas condições a cumprir. Ele pode escolher aceitar a graça de Deus, ou pode resistir-lhe e rejeitá-la. Seu direito de livre arbítrio sempre permanece.
As Escrituras certamente ensinam uma predestinação, mas não que Deus predestina alguns para a vida eterna e outros para o sofrimento eterno. Ele predestina " a todos os que querem" a serem salvos — e esse plano é bastante amplo para incluir a todos que realmente desejam ser salvos.
Deus, em razão de seu conhecimento, previu que essas pessoas aceitariam o evangelho e permaneceriam salvos, e predestinou para essas pessoas uma herança celestial. Ele previu o destino delas, mas não o fixou.


V – A SALVAÇÃO É CONDICIONAL OU INCONDICIONAL?

Uma vez salva, a pessoa é salva eternamente?
A resposta dependerá da maneira em que podemos responder às seguintes perguntas-chave: De quem depende a salvação? É irresistível a graça?

a) De quem depende, em última análise, a salvação? de Deus ou do homem? Certamente deve depender de Deus, porque, quem poderia ser salvo se a salvação dependesse da força da própria pessoa? Podemos estar seguros disto: Deus nos conduzirá à vitória, não importa quão débeis ou desatinados sejamos, uma vez que sinceramente desejamos fazer a sua vontade. Sua graça está sempre presente para nos admoestar, reprimir, animar e sustentar.
Contudo, não haverá um sentido em que a salvação dependa do homem? As Escrituras ensinam constantemente que o homem tem o poder de escolher livremente entre a vida e a morte, e Deus nunca violará esse poder.

b) Pode-se resistir à graça de Deus? Um dos princípios fundamentais do Calvinismo é que a graça de Deus e irresistível. Quando Deus decreta a salvação de uma pessoa, seu Espírito atrai, e essa atração não pode ser resistida. Portanto, um verdadeiro filho de Deus certamente perseverará até ao fim e será salvo; ainda que caia em pecado, Deus o castigará e pelejará com ele. Ilustrando a teoria calvinista diríamos: é como se alguém estivesse a bordo dum navio, e levasse um tombo; contudo está a bordo ainda; não caiu ao mar.
Mas o Novo Testamento ensina, sim, que é possível resistir à graça divina e resistir para a perdição eterna (Jo 6.40; Hb 6.6; 10.26-30; 2Pe 2.21; Hb 2.3; 2Pe 1.10), e que a perseverança é condicional dependendo de manter-se em contacto com Deus.
Note-se especialmente Hb 6.4-6 e 10.26-29. Essas palavras foram dirigidas a cristãos; as epístolas de Paulo não foram dirigidas aos não-regenerados. Aqueles aos quais foram dirigidas são descritos como havendo sido uma vez iluminados, havendo provado o dom celestial, participantes do Espírito Santo, havendo provado a boa Palavra de Deus e as virtudes do século futuro. Essas palavras certamente descrevem pessoas regeneradas.
Aqueles aos quais foram dirigidas essas palavras eram critãos hebreus, que, desanimados e perseguidos (10.32-39), estavam tentados a voltar ao Judaísmo. Antes de serem novamente recebidos na sinagoga, requeria-se deles que, publicamente, fizessem as seguintes declarações (10.29): que Jesus não era o Filho de Deus; que seu sangue havia sido derramado justamente como o dum malfeitor comum; e que seus milagres foram operados pelo poder do maligno. Tudo isso está implícito em Hb 10.29.
Antes de sua conversão havia pertencido à nação que crucificou a Cristo; voltar à sinagoga seria de novo crucificar o Filho de Deus e expô-lo ao vitupério; seria o terrível pecado da apostasia (Heb. 6.6); seria como o pecado imperdoável para o qual não há remissão, porque a pessoa que está endurecida a ponto de cometê-lo não pode ser "renovada para arrependimento"; seria digna dum castigo mais terrível do que a morte (10.28); e significaria incorrer na vingança do Deus vivo (10.30, 31).

VI - O EQUILÍBRIO EVITA OS EXTREMOS

Quando duas doutrinas bíblicas são colocadas em posição antagônica (oposta), uma contra a outra, o resultado é uma reação que conduz ao erro. Por exemplo: a ênfase demasiada à soberania e à graça de Deus na salvação pode conduzir a uma vida descuidada, porque se a pessoa é ensinada a crer que conduta e atitude nada têm a ver com sua salvação, pode tornar-se negligente. Por outro lado, ênfase demasiada sobre a livre vontade e responsabilidade do homem, como reação contra o Calvinismo, pode trazer as pessoas sob o jugo do legalismo e despojá-las de toda a confiança de sua salvação. Os dois extremos que devem ser evitados são: a ilegalidade e o legalismo.

- É inevitável defrontarmo-nos com mistérios quando nos propomos tratar as poderosas verdades da presciência de Deus e a livre vontade do homem; mas se guardamos as exortações práticas das Escrituras, e nos dedicamos a cumprir os deveres específicos que se nos ordenam, não erraremos. "As coisas encobertas são para o Senhor Deus, porém as reveladas são para nós" (Dt 29.29).

O Novo Testamento ensina uma verdadeira "segurança eterna", assegurando-nos que, a despeito da debilidade, das imperfeições, obstáculos ou dificuldades exteriores, o cristão pode estar seguro e ser vencedor em Cristo. Ele pode dizer com o apóstolo Paulo: "Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; fomos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor" (Rom. 8.35-39).


CONCLUSÃO

Faz alguns anos, um ministro escocês, um verdadeiro homem de Deus, se inclinou no púlpito, no início do seu sermão e disse em tom solene:
– Meus amigos, tenho uma pergunta a fazer-lhes. Eu não posso respondê-la e nem tampouco vocês. Nem um anjo do Céu, nem o diabo a responderia.
Um silêncio fúnebre reinou na congregação. Todos os olhares fixavam-se no pastor, que prosseguiu, dizendo:
– A pergunta é esta: "Como escaparemos, se rejeitamos tão grande salvação?" - C. H. Spurgeon.


HENRY, Matthew. Comentário Novo Testamento, CPAD.
PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – Editora Vida, 2006.
THIESSEN, Henry Clarence. Palestra em Teologia Sistemática, Ed. Batista Regular. São Paulo, 1997.


sexta-feira, 14 de agosto de 2009

LIÇÃO 7 – A Chegada do Anticristo

INTRODUÇÃO

A palavra “anticristo” aparece apenas nas Epístolas de São João (1Jo 2.18,22; 4.3 e 2Jo 7), o que leva-nos a entender que João está preocupado principalmente com um erro de doutrina: a negação da pessoa de Cristo. Ele não dá ênfase à futura revelação de um indivíduo, mas à manifestação presente de uma falsa doutrina. O espírito do anticristo já atuava nos dias apostólicos, mas continua atuando em nossos dias e brevemente ele aparecerá, em corpo presente no mundo, porém o seu fim está determinado. O anticristo refere-se a um homem que será instrumento nas mãos do Diabo nos últimos dias, mas sua aparição pública só se dará após o cumprimento de algumas profecias. Entretanto, a expressão no plural “anticristos”, pode referir-se ao espírito que se opõe a Cristo, ensinando falsas doutrinas e tentando enganar o povo de Deus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE (1Jo 2.18-26; 2 Jo 1.7)

“Filhinhos, é já a última hora...”. (v.18). Provavelmente, o apóstolo João está falando aos cristãos mais novos na fé, pois são mais fáceis de serem seduzidos. Mas, pode servir também como um alerta universal a todos os cristãos. Com a expressão: “é já a última hora”, João poderia ter em mente a profecia de Daniel (9.26): “E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações”. Diante desta afirmação, os discípulos deveriam está atento a respeito do fim dos tempos, pois a profecia de Daniel menciona: (1) a retirada do Messias (Jesus); (2) que o povo do príncipe que há de vir (o anticristo) destruiria a cidade e o santuário, o que se cumpriu em 70 d.C., quando o general romano Tito destruiu a cidade de Jerusalém e o Templo; (3) e até o fim haveria guerra, o que acontece até hoje, principalmente no Oriente Médio. Devemos então estar em alerta total.

OBS.: O uso da frase “última hora” expressa também que os cristãos primitivos estavam convencidos que viviam nos “últimos dias” (At 2.16-17; Hb 1.2).

“...Também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora”. Esse seria o sinal dessa última hora, pois muitos se opõem à pessoa, doutrina e reino de Cristo, ou seja, o mistério da injustiça já operava e o espírito do anticristo já estava no mundo (2Ts 2.7; 1 Jo 4.3).

“Saíram de nós...” (v.19).
Possivelmente aqueles anticristos saíram da igreja de Jerusalém ou alguma das igrejas da Judéia, como em At 15.1 “Então, alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos...”. Devemos saber que até as igrejas mais puras podem conter apóstatas e rebeldes; a doutrina apostólica não converteu a todos.

“...Mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco...”.
Na verdade eles não obedeceram de coração à forma de doutrina ensinada pelos apóstolos, nem participavam da união com Cristo, que é a cabeça da Igreja. Se a verdade sagrada tivesse se enraizado em seus corações, eles teriam ficado com os irmãos, mas não eram cristãos reais e verdadeiros, por isso tornaram-se anticristos, “...mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós”. A igreja não sabe ao certo quem são seus membros vitais e quem não são; por isso a igreja considerada internamente santificada é chamada de invisível. Temos que atentar para as recomendações de Pedro (2Pe 3.17,18).

“E vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo” (v. 20). Em forma de encorajamento, o apóstolo escreveu naqueles tempos difíceis, que os cristãos ficassem firmes, pois era uma época de apostasia. Ele informa que os verdadeiros cristãos eram pessoas ungidas, com o óleo da graça e com os dons e dotações espirituais do Espírito Santo. Essa unção – do Santo (ver Ap 3.7), origina-se do Senhor Jesus Cristo, que coloca à disposição dos discípulos, fortificando-os também no entendimento: “...e sabeis tudo”. Isso foi garantido e é uma promessa do Senhor (Jo 14.26).

“Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade, mas porque a sabeis” (v.21). João estava convicto da firmeza dos verdadeiros cristãos, e demonstra confiança encorajando-os e contribuindo para a fidelidade daqueles irmãos. Eles sabiam a verdade em Jesus e, por isso, estavam fortificados contra erros e desilusões anticristãs.

“...e porque nenhuma mentira vem da verdade”. Fraudes e imposturas são meios inadequados de fortalecer e propagar a verdade. Infelizmente, a descoberta de fraudes piedosas antigas na história cristã, quase conduziu nossa era ao ateísmo e irreligiosidade; mas João nos assegura que “nenhuma mentira vem da verdade”.

“Quem é mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo?” (v.22). Eles são mentirosos, opositores da verdade sagrada, notórios naquela época. As mentiras que o pai da mentira (Jo 8.44), ou dos mentirosos, espalha pelo mundo são falsidades e erros relativos à pessoa de Cristo. Não existe verdade tão sagrada que Jesus de Nazaré é o Filho e o Cristo de Deus e isso foi testificado pelo céu, terra e inferno (Mt 3.17; 27.54; 8.29). Mesmo assim, um ou outro tentam contradizer e negar esta verdade, eles são inimigos diretos de Deus bem como de Jesus Cristo: “É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho”. Naquela época já existia a atuação do espírito do anticristo nessas pessoas que negavam ser Deus o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.

“Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; e aquele que confessa o Filho tem também o Pai” (v.23). Ele não tem o verdadeiro conhecimento do Pai, pois foi o Filho que melhor o revelou. Também não tem interesse no favor, graça e salvação providenciados por Deus, através do Filho, pois ninguém vai ao Pai senão pelo Filho (Jo 14.6).

“Portanto, o que desde o princípio ouvistes permaneça em vós. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis no Filho e no Pai” (v.24). O apóstolo João adverte e convence os discípulos a continuarem na antiga doutrina inicialmente comunicada a eles, ou seja, a verdade relativa a Cristo que foi primeiramente transmitida aos santos, não deve ser trocada por novidades. Essa verdade de Cristo habitando em nós é o meio de nos separar do pecado e nos unir ao Filho de Deus (Jo 15.3-4).

OBS.:
O crente não é somente habitado pelo Espírito (Jo 14.17; 1Jo 3.24) e pelo Filho (Jo 17.23,26), mas também por Deus, o Pai (Jo 14.23; 1 Jo 3.24; 4.12).

“E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna” (v.25). O que o Pai prometeu (Jo 5.24-25) aos seus fiéis é grande, está de acordo com a grandeza, poder e divindade Dele. Deus fica satisfeito em prometer àqueles que continuarem nessa verdade a vida eterna.

OBS.: Vemos aqui a finalidade para que o apóstolo escreveu, visava fortificar os discípulos contra os enganadores da época:

“Estas coisas vos escrevi acerca dos que vos enganam” (v.26). Portanto, se eles não continuassem naquilo que ouviram desde o princípio, a carta seria em vão. Devemos tomar cuidado para que as cartas apostólicas, sim, para que todas as Escrituras de Deus não se tornem insignificantes.

2 João 1.7:

“Porque já muitos enganadores entraram no mundo...”. João tinha notícias de muitos que corromperam a fé e tentaram destruir o amor. Embora fosse triste essa notícia, serviu para prevenir os discípulos contra os enganadores que “não confessam que Jesus Cristo veio em carne”, pois apresentavam confusão a respeito da pessoa do Senhor Jesus. Eles não confessavam que Jesus e Cristo são a mesma pessoa ou que Jesus de Nazaré era o Cristo, o Ungido de Deus, o Messias há muito prometido para a redenção de Israel, ou que o Messias prometido e Redentor veio em carne, entrou no mundo e na nossa natureza. Eles diziam que o Messias ainda precisava vir. Estranho que depois de tantas evidências alguém ainda se atrevesse a negar que o Senhor Jesus é o Filho de Deus e Salvador do mundo!

“Esse tal é o enganador e o anticristo”. Ele iludia almas e tentava minar a glória e o reino do Senhor Jesus Cristo. Ele era um impostor, um enganador, depois de toda evidência que Cristo deu de si mesmo, e o testemunho que Deus deu referente ao seu Filho. Esse enganador era um mentiroso, hipócrita, propagador de falsidade acerca da pessoa, da honra e do interesse do Senhor Jesus Cristo, esses tais já existiam antigamente, mesmo nos tempos do apóstolo.


O ANTICRISTO

O prefixo “anti” tem o sentido de “contra” ou “oposto a”. Isto dá a idéia de que o anticristo é oposto a Cristo. Na Epístola de João percebe-se que a palavra “anticristo” refere-se ao abandono doutrinário atual, ou seja, a filosofia do anticristo (de Satanás) já estava em ação, opondo-se à pessoa e ensinamentos de Cristo. É o que o apóstolo Paulo apóia em 2Ts 2.7.

Quem é o anticristo?
Ele é chamado de "o príncipe que há de vir" (Dn 9.26); "o homem do pecado, o filho da perdição" (2 Ts 2.3-4); "o iníquo" (2 Ts 2.8); "o mentiroso" (1 Jo 2.22); "o enganador" (2 Jo v7); "a ponta pequena" (Dn 7.8); "a besta que subiu do mar" (Ap 13.1-5); "a besta escarlate" (Ap 17.3); "a besta" (Ap 17.8,16). O Anticristo será um homem como outro qualquer, nascido de mulher, porém a serviço de Satanás.

Veja a lista abaixo de características do Anticristo, tais quais estão relacionadas nas Escrituras:

1. Intelectualmente poderoso (Dn 7.20).
2. Orador impressivo (Dn 7.20).
3. Mestre político (Dn 11.21).
4. Possuidor de grandes habilidades comerciais (Dn 8.25).
5. Gênio militar (Dn 8.24).
6. Perito administrador (Ap 13.1,2).
7. Experto em religião (2 Ts 2.4). *


Veja o contraste entre Jesus e o anticristo:

JESUS
Ele é justo e santo (1 Jo 2.1)
Nasceu sob a lei e a cumpriu (Gl 4.4)
Veio para fazer a vontade de DEUS (Hb 10.9)
Não foi recebido pelos judeus (Jo 1.11)
Amava o povo de Israel (Mt 23.37)
Recebeu a glória do Pai (Jo. 17.24)
Glorifica a DEUS (Jo 17.4,26)
Seu reino será eterno (Dn 8.27)
Reinará eternamente (Dn 7.27; Ap 19.6)

ANTICRISTO
Ele é o “iníquo” e profano (2 Ts 2.3,8)
Opor-se-á a toda lei (2 Ts 2.4; Dn 7.25)
Vem para fazer a sua própria vontade (Dn 8.24)
Será aceito pelos judeus (Dn 9.27)
Fará guerra contra Israel (Dn 7.21,25; 8.24; Ap13.7)
Recebeu a glória do Diabo (Ap 13.2-4)
Glorifica ao Dragão (Ap 13.2-4; Dn 7.25)
Seu reino será destruído (Dn 7.26; Ap 19.19-21)
Será lançado no lago de fogo (Ap 20.10)*

Profecias a respeito de sua chegada.
“Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição” (2 Ts 2.3,4,8; veja também: Dn 8.23; 9.26; 1 Jo 2.18; Ap 13.1-8).

Quando ele surgirá?
O apóstolo Paulo nos ensina: “...somente há um que, agora, resiste até que do meio seja tirado” (2Ts 2.7b), esse “um” refere-se à presença do Espírito Santo atuante na Igreja, isso é “o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado" (v.6). Enquanto a Igreja estiver aqui na terra, o anticristo não se manifestará, todavia, quando o Senhor Jesus retirar o seu povo daqui, o desaparecimento de milhões de crentes causará uma grande caos no mundo: aviões em pleno vôo ficarão sem seus pilotos e causarão muitos acidentes aéreos, muitas batidas e mortes nas estradas causarão engarrafamentos nos centros urbanos, muitas empresas ficarão com o número de empregados reduzidos, os serviços públicos sem bombeiros, limpeza e comunicação, afetando grandemente a população mundial. Imagine quantos presos fugirão dos presídios e quantas famílias lamentarão! Apenas os desviados e os duvidosos na fé saberão o que aconteceu, quando parentes, amigos e irmãos desaparecerem. É nesse cenário que aparecerá um homem com soluções para os problemas, pois diz a profecia: “e, então, será revelado o iníquo [...] esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, e com todo engano da injustiça para os que perecem” (2Ts 2.8-10); “Ele firmará um concerto com muitos por uma semana” (Dn 9.27).

Como será a sua atuação?
Na verdade o espírito do anticristo já atua desde os tempos apostólicos, mas ele é o ator principal do período da grande tribulação (trataremos deste assunto logo abaixo). Alguns comentaristas defendem que a obra de Satanás, no futuro, tem algo a ver com o reavivamento do império romano. Em Dn 7.2,3, lemos que os ventos agitaram o grande mar, e, como resultado, apareceram as quatro bestas; Ap 13.1 nos diz que ele, o dragão, se pôs de pé sobre a areia do mar, e que uma besta saiu do mar. Ela está por trás de todo este movimento em favor de uma federação mundial, da qual o propósito anônimo é banir a fé do mundo. Vemos ainda que ele dá seu poder, trono, e grande autoridade à besta (Ap 13.2,4). Assim, este monarca (o anticristo) será energizado e capacitado por Satanás, e ninguém poderá guerrear contra ele. Sabendo que seu tempo é breve, ele odiará e perseguirá ferozmente a Israel (Ap 12.12-17). Lemos que ele usará o método do engano. Sinais, falsas maravilhas, fogo do céu (2Ts 2.9-11; Ap 13.13-15), tudo isso será usado em seu programa. Chegará até a instituir adoração ao diabo e ao demônio (Ap 13.4; 9.20). Depois Satanás incitará os reis de toda a terra a se ajuntarem para a batalha de Armagedom (Ap 16.12-16; 19.11-21). A tribulação será, em um sentido bem real, a hora e poder das trevas.

O PERÍODO ENTRE O ARREBATAMENTO DA IGREJA E A REVELAÇÃO DE CRISTO

Antes de adentrarmos ao assunto em si, gostaríamos de atentar para o fato de que o arrebatamento da Igreja acontecerá antes do período da grande tribulação, assunto este que está totalmente envolvido com a presença do anticristo, vejamos alguns pontos importantes:

- A vinda de Cristo se dará em duas fases
Sabemos que Cristo voltará para os seus, e que todo o mundo O verá; que Ele virá para julgar as obras dos crentes e que virá para julgar os homens de maneira geral, etc., mas como se dará? Vemos que Ele virá no ar, e que algumas coisas acontecerão no ar; e vemos que Ele virá à terra, e que outras coisas se darão na terra, vejamos:

a) Sua vinda no ar – A declaração mais clara disto encontra-se em 1Ts 4.16,17, onde lemos que Cristo descerá do céu e que os crentes serão arrebatados para um encontro com Ele no ar. 2Ts 2.1 fala de nos reunirmos a Ele. Isso se harmoniza com Jo 14.3. Leia também: Mt 25.6 (as virgens saíram “ao seu encontro”); Lc 19.15 (o homem nobre chamou primeiro os Seus servos quando voltou, e só depois foi tratar dos seus adversários, e somente depois disso estabeleceu Seu Reino). Vemos, pois, que o primeiro aspecto da Sua vinda é com vistas aos seus.

OBS.: Sua vinda nos ares tem os seguintes propósitos: (1) para receber os seus (Jo 14.3), tanto os que morreram em Cristo serão ressuscitados quanto os que ficarem vivos serão arrebatados e transformados (1Ts 4.16-17; 1Co 15.51-52); (2) para julgar e galardoar os crentes; (3) para remover o que detém, ou seja, a manifestação do anticristo só se dará depois que a Igreja for retirada da terra. O que detém o anticristo é a presença do Espírito Santo na Igreja.

b) Sua vinda à Terra – Em Zc 14.4,5, lemos que “estarão os seus pés sobre o Monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente”. Em Atos 1.11, os “varões vestidos de branco” declaram que cristo vai voltar “do modo como O viste subir”. Ele partiu de forma visível do Monte Olival, e voltará de forma visível ao Monte Olival. Mt 24.29-31 insinua que Ele vai descer à terra. Veja também: Mt 25.31-46. Zc 12.10-13 mostra os habitantes de Jerusalém lamentando-se ao verem aquele “a quem transpassaram”. Ap 1.7 diz: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele”. Quando ele voltar à terra virá com os seus (Jo 3.11; 1Ts 3.13; Jd 14). Esses argumentos por si só já demonstram os dois aspectos da sua vinda: um, no qual os seus são arrebatados até Ele, e outro, no qual os Seus retornam com Ele.

OBS.: Sua vinda à terra tem os seguintes propósitos: (1) para revelar-se aos seus (Zc 14.5,1; Jl 3.11; Mt 16.27; 24.29-31; 25.31-32; Cl 3.4; 1Ts 3.13; Jd 14.15; 1Jo 3.2); (2) para julgar a Besta, o Falso Profeta e seus exércitos (Ap 19.19-21; 2Ts 2.8); (3) para prender Satanás (Ap 20.1-2; Rm 16.20); (4) para salvar Israel (Rm 11.2,5,25,26; Zc 14.1-4; Jr 30.7); (5) para julgar as nações (2Ts 1.7-10; Mt 25.31-46; Jl 3.11-17; At 17.31); (6) para livrar e abençoar a criação (Is 11.1-9; Zc 14.4-8; Ez 47.1-12; Is 2.2); (7) para estabelecer o Seu Reino (Lc 19.12; 2Sm 7.8-17; Jr 33.19-22; Lc 1.31-33; Dn 7.13-14; Ap 11.15).

O que acontecerá então durante o arrebatamento da Igreja e a Revelação de Cristo?
A Bíblia chama esse período de “tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até aquele tempo” (Dn 12.1), “grande tribulação” (Mt 24.21-29), “tempo de angústia para Jacó” (Jr 30.4-7).

Quanto tempo isso vai durar? A Bíblia não especifica isto em lugar nenhum, mas é dito que, por causa dos eleitos, os dias serão abreviados (Mt 24.22). Temos uma compreensão das 70 semanas em Daniel 9.24-27, elas começam com a volta de Neemias e a reconstrução dos muros e da cidade de Jerusalém (Dn 9.25; Ne 2.1-8); a sexagésima nona semana terminou com a crucificação do Messias (Dn 9.26), existindo então uma quebra na sucessão das semanas. Para a maioria dos teólogos e comentaristas, a septuagésima semana está ainda no futuro e que é o período da tribulação. Se, portanto, a septuagésima semana representar o período da Tribulação, então temos a informação de que durará sete anos. Harmonizando-se com isto, a segunda metade do período é mencionada em outros lugares como “um tempo, tempos, e metade de um tempo” (Dn 7.25; 12.7; Ap 12.14), como “quarenta e dois meses” (Ap 11.2; 13.5) e como 1.260 dias (Ap 11.3; 12.6; cf. Dn 12.11,12). Talvez isso seja tudo que pode ser dito a respeito da duração do período.

Qual o propósito da Tribulação?
Sabemos que a “hora da provação” virá para “experimentar os que habitam sobre a terra” (Ap 3.10). Vejamos o que diz Is 26.20,21: “Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira. Porque eis que o SENHOR sairá do seu lugar para castigar os moradores da terra, por causa da sua iniqüidade; e a terra descobrirá o seu sangue e não encobrirá mais aqueles que foram mortos”. Isto é, a Tribulação é o período no qual Deus sairá a punir um mundo que rejeitou a Deus e a Cristo. Interpretes futuristas de Apocalipse geralmente afirmam que os capítulos 6 a 19 do livro, tratam do período da Tribulação. As principais características desses capítulos são os Selos, as Trombetas e as Taças de Cólera. Cada um deles é um juízo que emana do Céu. Deus está visitando sua cólera sobre este mundo amaldiçoado pelo pecado. Entretanto, Ele não vai destruir o “justo com o ímpio” (Gn 18.23). Pedro usa isto para mostrar que “o Senhor sabe livrar da provação os piedosos, e reservar sob castigos, os injustos para o dia do juízo” (2Pe 2.9).

O JULGAMENTO DO ANTICRISTO, DO FALSO PROFETA E SEUS EXÉRCITOS

Podemos encontrar isto em 2 Ts 2.8; Ap 19.19-21, e outras passagens. Os maus espíritos emanados do dragão, da besta e do falso profeta, sairão a reunir as nações da terra para a peleja do grande dia do Deus Todo-Poderoso (Ap 16.12-16). Eles se ajuntarão para capturar Jerusalém e os Judeus na Palestina (Zc 12.1-9; 13.8-14;2); mas no momento em que a vitória parecer certa, Cristo desce do céu com Seus exércitos (Ap 19.11-16), e intervém a favor de Israel. Então, aquelas nações voltam-se para lutar contra o Filho de Deus. Mas o conflito é breve e decisivo. A besta e o falso profeta são levados e laçados vivos no lago de fogo (Ap 19.19-20), e seus exércitos são mortos com a espada que procede da boca de Cristo (2Ts 1.7-10; Ap 19.21). Assim, a oposição política será quebrada e o caminho estará preparado para a chegada do reino de Cristo. Vale salientar que esse julgamento ocorrerá quando Cristo voltar à terra.

OBS.: Durante a tribulação, Satanás será lançado à terra (Ap 12.7-9,13-17). Quando Cristo vier à terra, ele será aprisionado e lançado no abismo por mil anos (Ap 20.1-3). Depois dos mil anos, ele será solto por algum tempo. Novamente, ele sairá a seduzir as nações da terra, e sucederá em reunir uma grande multidão para guerrear contra o acampamento dos santos e a cidade querida (Ap 20.7-9). Mas descerá fogo dos céus e a todos devorará. Isto é, quanto a seus corpos. Sem dúvida comparecerão ao julgamento do Grande Trono Branco um pouco mais tarde, e serão lançados no lago de foto, juntamente com o restante dos não salvos. Depois disso, o próprio Satanás será julgado e lançado no lago de fogo (Ap 20.9-10)


UM SÓ CONTROLE

Sabemos que a globalização já é uma realidade. A Comunidade Européia e Mercosul, por exemplo, são acordos com objetivos comerciais que ampliam e tornam o processo de globalização irreversível. Está sendo discutida, entre a Europa e América Latina, a implantação do livre comércio entre as nações. Têm por objetivo quebrar a supremacia econômica e bélica dos Estados Unidos.
Temos, também, o exemplo do comando da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), um poderoso exército formado a partir de acordos com as nações mais ricas da terra; possui um só comando e enorme capacidade de destruição, o que trás a idéia de uma força militar única, comandada por um só homem.
Essas mudanças apontam em direção de um único governante, um ditador mundial, carismático, inteligente, capaz de impressionar com seu discurso e de comandar um poderoso exército.
Tudo indica que esse homem que surgirá no cenário mundial será o anticristo. O mundo se prepara para recebê-lo.



HENRY, Matthew. Comentário Novo Testamento, CPAD.
THIESSEN, Henry Clarence. Palestra em Teologia Sistemática, Ed. Batista Regular. São Paulo, 1997.Algumas partes do texto do: Pastor Airton Evangelista da Costa – Assembléia de Deus Palavra da Verdade – Aquiraz – Ceará – Em 09.1999