sexta-feira, 14 de agosto de 2009

LIÇÃO 7 – A Chegada do Anticristo

INTRODUÇÃO

A palavra “anticristo” aparece apenas nas Epístolas de São João (1Jo 2.18,22; 4.3 e 2Jo 7), o que leva-nos a entender que João está preocupado principalmente com um erro de doutrina: a negação da pessoa de Cristo. Ele não dá ênfase à futura revelação de um indivíduo, mas à manifestação presente de uma falsa doutrina. O espírito do anticristo já atuava nos dias apostólicos, mas continua atuando em nossos dias e brevemente ele aparecerá, em corpo presente no mundo, porém o seu fim está determinado. O anticristo refere-se a um homem que será instrumento nas mãos do Diabo nos últimos dias, mas sua aparição pública só se dará após o cumprimento de algumas profecias. Entretanto, a expressão no plural “anticristos”, pode referir-se ao espírito que se opõe a Cristo, ensinando falsas doutrinas e tentando enganar o povo de Deus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE (1Jo 2.18-26; 2 Jo 1.7)

“Filhinhos, é já a última hora...”. (v.18). Provavelmente, o apóstolo João está falando aos cristãos mais novos na fé, pois são mais fáceis de serem seduzidos. Mas, pode servir também como um alerta universal a todos os cristãos. Com a expressão: “é já a última hora”, João poderia ter em mente a profecia de Daniel (9.26): “E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações”. Diante desta afirmação, os discípulos deveriam está atento a respeito do fim dos tempos, pois a profecia de Daniel menciona: (1) a retirada do Messias (Jesus); (2) que o povo do príncipe que há de vir (o anticristo) destruiria a cidade e o santuário, o que se cumpriu em 70 d.C., quando o general romano Tito destruiu a cidade de Jerusalém e o Templo; (3) e até o fim haveria guerra, o que acontece até hoje, principalmente no Oriente Médio. Devemos então estar em alerta total.

OBS.: O uso da frase “última hora” expressa também que os cristãos primitivos estavam convencidos que viviam nos “últimos dias” (At 2.16-17; Hb 1.2).

“...Também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora”. Esse seria o sinal dessa última hora, pois muitos se opõem à pessoa, doutrina e reino de Cristo, ou seja, o mistério da injustiça já operava e o espírito do anticristo já estava no mundo (2Ts 2.7; 1 Jo 4.3).

“Saíram de nós...” (v.19).
Possivelmente aqueles anticristos saíram da igreja de Jerusalém ou alguma das igrejas da Judéia, como em At 15.1 “Então, alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos...”. Devemos saber que até as igrejas mais puras podem conter apóstatas e rebeldes; a doutrina apostólica não converteu a todos.

“...Mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco...”.
Na verdade eles não obedeceram de coração à forma de doutrina ensinada pelos apóstolos, nem participavam da união com Cristo, que é a cabeça da Igreja. Se a verdade sagrada tivesse se enraizado em seus corações, eles teriam ficado com os irmãos, mas não eram cristãos reais e verdadeiros, por isso tornaram-se anticristos, “...mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós”. A igreja não sabe ao certo quem são seus membros vitais e quem não são; por isso a igreja considerada internamente santificada é chamada de invisível. Temos que atentar para as recomendações de Pedro (2Pe 3.17,18).

“E vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo” (v. 20). Em forma de encorajamento, o apóstolo escreveu naqueles tempos difíceis, que os cristãos ficassem firmes, pois era uma época de apostasia. Ele informa que os verdadeiros cristãos eram pessoas ungidas, com o óleo da graça e com os dons e dotações espirituais do Espírito Santo. Essa unção – do Santo (ver Ap 3.7), origina-se do Senhor Jesus Cristo, que coloca à disposição dos discípulos, fortificando-os também no entendimento: “...e sabeis tudo”. Isso foi garantido e é uma promessa do Senhor (Jo 14.26).

“Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade, mas porque a sabeis” (v.21). João estava convicto da firmeza dos verdadeiros cristãos, e demonstra confiança encorajando-os e contribuindo para a fidelidade daqueles irmãos. Eles sabiam a verdade em Jesus e, por isso, estavam fortificados contra erros e desilusões anticristãs.

“...e porque nenhuma mentira vem da verdade”. Fraudes e imposturas são meios inadequados de fortalecer e propagar a verdade. Infelizmente, a descoberta de fraudes piedosas antigas na história cristã, quase conduziu nossa era ao ateísmo e irreligiosidade; mas João nos assegura que “nenhuma mentira vem da verdade”.

“Quem é mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo?” (v.22). Eles são mentirosos, opositores da verdade sagrada, notórios naquela época. As mentiras que o pai da mentira (Jo 8.44), ou dos mentirosos, espalha pelo mundo são falsidades e erros relativos à pessoa de Cristo. Não existe verdade tão sagrada que Jesus de Nazaré é o Filho e o Cristo de Deus e isso foi testificado pelo céu, terra e inferno (Mt 3.17; 27.54; 8.29). Mesmo assim, um ou outro tentam contradizer e negar esta verdade, eles são inimigos diretos de Deus bem como de Jesus Cristo: “É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho”. Naquela época já existia a atuação do espírito do anticristo nessas pessoas que negavam ser Deus o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.

“Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; e aquele que confessa o Filho tem também o Pai” (v.23). Ele não tem o verdadeiro conhecimento do Pai, pois foi o Filho que melhor o revelou. Também não tem interesse no favor, graça e salvação providenciados por Deus, através do Filho, pois ninguém vai ao Pai senão pelo Filho (Jo 14.6).

“Portanto, o que desde o princípio ouvistes permaneça em vós. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis no Filho e no Pai” (v.24). O apóstolo João adverte e convence os discípulos a continuarem na antiga doutrina inicialmente comunicada a eles, ou seja, a verdade relativa a Cristo que foi primeiramente transmitida aos santos, não deve ser trocada por novidades. Essa verdade de Cristo habitando em nós é o meio de nos separar do pecado e nos unir ao Filho de Deus (Jo 15.3-4).

OBS.:
O crente não é somente habitado pelo Espírito (Jo 14.17; 1Jo 3.24) e pelo Filho (Jo 17.23,26), mas também por Deus, o Pai (Jo 14.23; 1 Jo 3.24; 4.12).

“E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna” (v.25). O que o Pai prometeu (Jo 5.24-25) aos seus fiéis é grande, está de acordo com a grandeza, poder e divindade Dele. Deus fica satisfeito em prometer àqueles que continuarem nessa verdade a vida eterna.

OBS.: Vemos aqui a finalidade para que o apóstolo escreveu, visava fortificar os discípulos contra os enganadores da época:

“Estas coisas vos escrevi acerca dos que vos enganam” (v.26). Portanto, se eles não continuassem naquilo que ouviram desde o princípio, a carta seria em vão. Devemos tomar cuidado para que as cartas apostólicas, sim, para que todas as Escrituras de Deus não se tornem insignificantes.

2 João 1.7:

“Porque já muitos enganadores entraram no mundo...”. João tinha notícias de muitos que corromperam a fé e tentaram destruir o amor. Embora fosse triste essa notícia, serviu para prevenir os discípulos contra os enganadores que “não confessam que Jesus Cristo veio em carne”, pois apresentavam confusão a respeito da pessoa do Senhor Jesus. Eles não confessavam que Jesus e Cristo são a mesma pessoa ou que Jesus de Nazaré era o Cristo, o Ungido de Deus, o Messias há muito prometido para a redenção de Israel, ou que o Messias prometido e Redentor veio em carne, entrou no mundo e na nossa natureza. Eles diziam que o Messias ainda precisava vir. Estranho que depois de tantas evidências alguém ainda se atrevesse a negar que o Senhor Jesus é o Filho de Deus e Salvador do mundo!

“Esse tal é o enganador e o anticristo”. Ele iludia almas e tentava minar a glória e o reino do Senhor Jesus Cristo. Ele era um impostor, um enganador, depois de toda evidência que Cristo deu de si mesmo, e o testemunho que Deus deu referente ao seu Filho. Esse enganador era um mentiroso, hipócrita, propagador de falsidade acerca da pessoa, da honra e do interesse do Senhor Jesus Cristo, esses tais já existiam antigamente, mesmo nos tempos do apóstolo.


O ANTICRISTO

O prefixo “anti” tem o sentido de “contra” ou “oposto a”. Isto dá a idéia de que o anticristo é oposto a Cristo. Na Epístola de João percebe-se que a palavra “anticristo” refere-se ao abandono doutrinário atual, ou seja, a filosofia do anticristo (de Satanás) já estava em ação, opondo-se à pessoa e ensinamentos de Cristo. É o que o apóstolo Paulo apóia em 2Ts 2.7.

Quem é o anticristo?
Ele é chamado de "o príncipe que há de vir" (Dn 9.26); "o homem do pecado, o filho da perdição" (2 Ts 2.3-4); "o iníquo" (2 Ts 2.8); "o mentiroso" (1 Jo 2.22); "o enganador" (2 Jo v7); "a ponta pequena" (Dn 7.8); "a besta que subiu do mar" (Ap 13.1-5); "a besta escarlate" (Ap 17.3); "a besta" (Ap 17.8,16). O Anticristo será um homem como outro qualquer, nascido de mulher, porém a serviço de Satanás.

Veja a lista abaixo de características do Anticristo, tais quais estão relacionadas nas Escrituras:

1. Intelectualmente poderoso (Dn 7.20).
2. Orador impressivo (Dn 7.20).
3. Mestre político (Dn 11.21).
4. Possuidor de grandes habilidades comerciais (Dn 8.25).
5. Gênio militar (Dn 8.24).
6. Perito administrador (Ap 13.1,2).
7. Experto em religião (2 Ts 2.4). *


Veja o contraste entre Jesus e o anticristo:

JESUS
Ele é justo e santo (1 Jo 2.1)
Nasceu sob a lei e a cumpriu (Gl 4.4)
Veio para fazer a vontade de DEUS (Hb 10.9)
Não foi recebido pelos judeus (Jo 1.11)
Amava o povo de Israel (Mt 23.37)
Recebeu a glória do Pai (Jo. 17.24)
Glorifica a DEUS (Jo 17.4,26)
Seu reino será eterno (Dn 8.27)
Reinará eternamente (Dn 7.27; Ap 19.6)

ANTICRISTO
Ele é o “iníquo” e profano (2 Ts 2.3,8)
Opor-se-á a toda lei (2 Ts 2.4; Dn 7.25)
Vem para fazer a sua própria vontade (Dn 8.24)
Será aceito pelos judeus (Dn 9.27)
Fará guerra contra Israel (Dn 7.21,25; 8.24; Ap13.7)
Recebeu a glória do Diabo (Ap 13.2-4)
Glorifica ao Dragão (Ap 13.2-4; Dn 7.25)
Seu reino será destruído (Dn 7.26; Ap 19.19-21)
Será lançado no lago de fogo (Ap 20.10)*

Profecias a respeito de sua chegada.
“Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição” (2 Ts 2.3,4,8; veja também: Dn 8.23; 9.26; 1 Jo 2.18; Ap 13.1-8).

Quando ele surgirá?
O apóstolo Paulo nos ensina: “...somente há um que, agora, resiste até que do meio seja tirado” (2Ts 2.7b), esse “um” refere-se à presença do Espírito Santo atuante na Igreja, isso é “o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado" (v.6). Enquanto a Igreja estiver aqui na terra, o anticristo não se manifestará, todavia, quando o Senhor Jesus retirar o seu povo daqui, o desaparecimento de milhões de crentes causará uma grande caos no mundo: aviões em pleno vôo ficarão sem seus pilotos e causarão muitos acidentes aéreos, muitas batidas e mortes nas estradas causarão engarrafamentos nos centros urbanos, muitas empresas ficarão com o número de empregados reduzidos, os serviços públicos sem bombeiros, limpeza e comunicação, afetando grandemente a população mundial. Imagine quantos presos fugirão dos presídios e quantas famílias lamentarão! Apenas os desviados e os duvidosos na fé saberão o que aconteceu, quando parentes, amigos e irmãos desaparecerem. É nesse cenário que aparecerá um homem com soluções para os problemas, pois diz a profecia: “e, então, será revelado o iníquo [...] esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, e com todo engano da injustiça para os que perecem” (2Ts 2.8-10); “Ele firmará um concerto com muitos por uma semana” (Dn 9.27).

Como será a sua atuação?
Na verdade o espírito do anticristo já atua desde os tempos apostólicos, mas ele é o ator principal do período da grande tribulação (trataremos deste assunto logo abaixo). Alguns comentaristas defendem que a obra de Satanás, no futuro, tem algo a ver com o reavivamento do império romano. Em Dn 7.2,3, lemos que os ventos agitaram o grande mar, e, como resultado, apareceram as quatro bestas; Ap 13.1 nos diz que ele, o dragão, se pôs de pé sobre a areia do mar, e que uma besta saiu do mar. Ela está por trás de todo este movimento em favor de uma federação mundial, da qual o propósito anônimo é banir a fé do mundo. Vemos ainda que ele dá seu poder, trono, e grande autoridade à besta (Ap 13.2,4). Assim, este monarca (o anticristo) será energizado e capacitado por Satanás, e ninguém poderá guerrear contra ele. Sabendo que seu tempo é breve, ele odiará e perseguirá ferozmente a Israel (Ap 12.12-17). Lemos que ele usará o método do engano. Sinais, falsas maravilhas, fogo do céu (2Ts 2.9-11; Ap 13.13-15), tudo isso será usado em seu programa. Chegará até a instituir adoração ao diabo e ao demônio (Ap 13.4; 9.20). Depois Satanás incitará os reis de toda a terra a se ajuntarem para a batalha de Armagedom (Ap 16.12-16; 19.11-21). A tribulação será, em um sentido bem real, a hora e poder das trevas.

O PERÍODO ENTRE O ARREBATAMENTO DA IGREJA E A REVELAÇÃO DE CRISTO

Antes de adentrarmos ao assunto em si, gostaríamos de atentar para o fato de que o arrebatamento da Igreja acontecerá antes do período da grande tribulação, assunto este que está totalmente envolvido com a presença do anticristo, vejamos alguns pontos importantes:

- A vinda de Cristo se dará em duas fases
Sabemos que Cristo voltará para os seus, e que todo o mundo O verá; que Ele virá para julgar as obras dos crentes e que virá para julgar os homens de maneira geral, etc., mas como se dará? Vemos que Ele virá no ar, e que algumas coisas acontecerão no ar; e vemos que Ele virá à terra, e que outras coisas se darão na terra, vejamos:

a) Sua vinda no ar – A declaração mais clara disto encontra-se em 1Ts 4.16,17, onde lemos que Cristo descerá do céu e que os crentes serão arrebatados para um encontro com Ele no ar. 2Ts 2.1 fala de nos reunirmos a Ele. Isso se harmoniza com Jo 14.3. Leia também: Mt 25.6 (as virgens saíram “ao seu encontro”); Lc 19.15 (o homem nobre chamou primeiro os Seus servos quando voltou, e só depois foi tratar dos seus adversários, e somente depois disso estabeleceu Seu Reino). Vemos, pois, que o primeiro aspecto da Sua vinda é com vistas aos seus.

OBS.: Sua vinda nos ares tem os seguintes propósitos: (1) para receber os seus (Jo 14.3), tanto os que morreram em Cristo serão ressuscitados quanto os que ficarem vivos serão arrebatados e transformados (1Ts 4.16-17; 1Co 15.51-52); (2) para julgar e galardoar os crentes; (3) para remover o que detém, ou seja, a manifestação do anticristo só se dará depois que a Igreja for retirada da terra. O que detém o anticristo é a presença do Espírito Santo na Igreja.

b) Sua vinda à Terra – Em Zc 14.4,5, lemos que “estarão os seus pés sobre o Monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente”. Em Atos 1.11, os “varões vestidos de branco” declaram que cristo vai voltar “do modo como O viste subir”. Ele partiu de forma visível do Monte Olival, e voltará de forma visível ao Monte Olival. Mt 24.29-31 insinua que Ele vai descer à terra. Veja também: Mt 25.31-46. Zc 12.10-13 mostra os habitantes de Jerusalém lamentando-se ao verem aquele “a quem transpassaram”. Ap 1.7 diz: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele”. Quando ele voltar à terra virá com os seus (Jo 3.11; 1Ts 3.13; Jd 14). Esses argumentos por si só já demonstram os dois aspectos da sua vinda: um, no qual os seus são arrebatados até Ele, e outro, no qual os Seus retornam com Ele.

OBS.: Sua vinda à terra tem os seguintes propósitos: (1) para revelar-se aos seus (Zc 14.5,1; Jl 3.11; Mt 16.27; 24.29-31; 25.31-32; Cl 3.4; 1Ts 3.13; Jd 14.15; 1Jo 3.2); (2) para julgar a Besta, o Falso Profeta e seus exércitos (Ap 19.19-21; 2Ts 2.8); (3) para prender Satanás (Ap 20.1-2; Rm 16.20); (4) para salvar Israel (Rm 11.2,5,25,26; Zc 14.1-4; Jr 30.7); (5) para julgar as nações (2Ts 1.7-10; Mt 25.31-46; Jl 3.11-17; At 17.31); (6) para livrar e abençoar a criação (Is 11.1-9; Zc 14.4-8; Ez 47.1-12; Is 2.2); (7) para estabelecer o Seu Reino (Lc 19.12; 2Sm 7.8-17; Jr 33.19-22; Lc 1.31-33; Dn 7.13-14; Ap 11.15).

O que acontecerá então durante o arrebatamento da Igreja e a Revelação de Cristo?
A Bíblia chama esse período de “tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até aquele tempo” (Dn 12.1), “grande tribulação” (Mt 24.21-29), “tempo de angústia para Jacó” (Jr 30.4-7).

Quanto tempo isso vai durar? A Bíblia não especifica isto em lugar nenhum, mas é dito que, por causa dos eleitos, os dias serão abreviados (Mt 24.22). Temos uma compreensão das 70 semanas em Daniel 9.24-27, elas começam com a volta de Neemias e a reconstrução dos muros e da cidade de Jerusalém (Dn 9.25; Ne 2.1-8); a sexagésima nona semana terminou com a crucificação do Messias (Dn 9.26), existindo então uma quebra na sucessão das semanas. Para a maioria dos teólogos e comentaristas, a septuagésima semana está ainda no futuro e que é o período da tribulação. Se, portanto, a septuagésima semana representar o período da Tribulação, então temos a informação de que durará sete anos. Harmonizando-se com isto, a segunda metade do período é mencionada em outros lugares como “um tempo, tempos, e metade de um tempo” (Dn 7.25; 12.7; Ap 12.14), como “quarenta e dois meses” (Ap 11.2; 13.5) e como 1.260 dias (Ap 11.3; 12.6; cf. Dn 12.11,12). Talvez isso seja tudo que pode ser dito a respeito da duração do período.

Qual o propósito da Tribulação?
Sabemos que a “hora da provação” virá para “experimentar os que habitam sobre a terra” (Ap 3.10). Vejamos o que diz Is 26.20,21: “Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira. Porque eis que o SENHOR sairá do seu lugar para castigar os moradores da terra, por causa da sua iniqüidade; e a terra descobrirá o seu sangue e não encobrirá mais aqueles que foram mortos”. Isto é, a Tribulação é o período no qual Deus sairá a punir um mundo que rejeitou a Deus e a Cristo. Interpretes futuristas de Apocalipse geralmente afirmam que os capítulos 6 a 19 do livro, tratam do período da Tribulação. As principais características desses capítulos são os Selos, as Trombetas e as Taças de Cólera. Cada um deles é um juízo que emana do Céu. Deus está visitando sua cólera sobre este mundo amaldiçoado pelo pecado. Entretanto, Ele não vai destruir o “justo com o ímpio” (Gn 18.23). Pedro usa isto para mostrar que “o Senhor sabe livrar da provação os piedosos, e reservar sob castigos, os injustos para o dia do juízo” (2Pe 2.9).

O JULGAMENTO DO ANTICRISTO, DO FALSO PROFETA E SEUS EXÉRCITOS

Podemos encontrar isto em 2 Ts 2.8; Ap 19.19-21, e outras passagens. Os maus espíritos emanados do dragão, da besta e do falso profeta, sairão a reunir as nações da terra para a peleja do grande dia do Deus Todo-Poderoso (Ap 16.12-16). Eles se ajuntarão para capturar Jerusalém e os Judeus na Palestina (Zc 12.1-9; 13.8-14;2); mas no momento em que a vitória parecer certa, Cristo desce do céu com Seus exércitos (Ap 19.11-16), e intervém a favor de Israel. Então, aquelas nações voltam-se para lutar contra o Filho de Deus. Mas o conflito é breve e decisivo. A besta e o falso profeta são levados e laçados vivos no lago de fogo (Ap 19.19-20), e seus exércitos são mortos com a espada que procede da boca de Cristo (2Ts 1.7-10; Ap 19.21). Assim, a oposição política será quebrada e o caminho estará preparado para a chegada do reino de Cristo. Vale salientar que esse julgamento ocorrerá quando Cristo voltar à terra.

OBS.: Durante a tribulação, Satanás será lançado à terra (Ap 12.7-9,13-17). Quando Cristo vier à terra, ele será aprisionado e lançado no abismo por mil anos (Ap 20.1-3). Depois dos mil anos, ele será solto por algum tempo. Novamente, ele sairá a seduzir as nações da terra, e sucederá em reunir uma grande multidão para guerrear contra o acampamento dos santos e a cidade querida (Ap 20.7-9). Mas descerá fogo dos céus e a todos devorará. Isto é, quanto a seus corpos. Sem dúvida comparecerão ao julgamento do Grande Trono Branco um pouco mais tarde, e serão lançados no lago de foto, juntamente com o restante dos não salvos. Depois disso, o próprio Satanás será julgado e lançado no lago de fogo (Ap 20.9-10)


UM SÓ CONTROLE

Sabemos que a globalização já é uma realidade. A Comunidade Européia e Mercosul, por exemplo, são acordos com objetivos comerciais que ampliam e tornam o processo de globalização irreversível. Está sendo discutida, entre a Europa e América Latina, a implantação do livre comércio entre as nações. Têm por objetivo quebrar a supremacia econômica e bélica dos Estados Unidos.
Temos, também, o exemplo do comando da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), um poderoso exército formado a partir de acordos com as nações mais ricas da terra; possui um só comando e enorme capacidade de destruição, o que trás a idéia de uma força militar única, comandada por um só homem.
Essas mudanças apontam em direção de um único governante, um ditador mundial, carismático, inteligente, capaz de impressionar com seu discurso e de comandar um poderoso exército.
Tudo indica que esse homem que surgirá no cenário mundial será o anticristo. O mundo se prepara para recebê-lo.



HENRY, Matthew. Comentário Novo Testamento, CPAD.
THIESSEN, Henry Clarence. Palestra em Teologia Sistemática, Ed. Batista Regular. São Paulo, 1997.Algumas partes do texto do: Pastor Airton Evangelista da Costa – Assembléia de Deus Palavra da Verdade – Aquiraz – Ceará – Em 09.1999

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