LEITURA BÍBLICA EM CLASSE (1Jo 4.1-6)
“Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus...” (v.1). Aqui o apóstolo João pede cautela, ou seja, os discípulos não deveriam acreditar, nem seguir todo aquele que simula ter o Espírito de Deus ou que professa ter visão, inspiração ou revelação de Deus. Naqueles dias (e hoje também), Deus tem dado do seu Espírito, mas não a todos que professam está cheio dEle. Portanto, é permitido aos discípulos um julgamento avaliador em relação aos espíritos que deveriam ser cridos a acreditados nas questões da fé.
“...porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”. O apóstolo apresenta uma razão para provar se os espíritos são de Deus. Existia uma grande expectativa entre os judeus em relação à aparição do Salvador, de um Redentor de Israel, por isso, alguns foram leva¬dos a levantarem-se como profetas e messias de Israel, de acordo com a predição do Salvador (Mt 24.23,24). Não de¬veria parecer estranho a nós que falsos mestres surgis¬sem na igreja: foi assim nos tempos dos apóstolos; o espí¬rito da desilusão é fatal; é triste saber que homens se van¬gloriavam como profetas e pregadores inspirados quan¬do, de forma alguma, condiziam com esse ofício!
Ele apresenta um teste para os discípulos pode¬rem provar esses espíritos fingidos:
“Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus” (v.2). Esses espíri¬tos levantaram-se como profetas, doutores ou doutrina¬dores na religião cristã e, assim, eles precisavam ser pro¬vados pela sua doutrina. Jesus Cristo deve ser confessado como o Filho de Deus, a Vida e Palavra eternas, que estava com Deus desde o início; como o Filho de Deus que veio ao mundo e veio em nossa natureza humana mortal e nela sofreu e morreu em Jerusalém. Aquele que confessa e prega isso, por meio de uma mente sobrenaturalmente bem informada e iluminada dessa maneira, faz isso pelo Espírito de Deus ou Deus é o autor dessa iluminação.
“E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus...” (v.3). Deus concedeu tanto testemunho de Jesus Cristo, que esteve nos últimos tempos aqui no mundo e na cante (ou em um corpo físico como o nosso), embora agora no céu, que os discípulos poderiam estar assegurados de que qualquer impulso ou inspiração fingida que con¬tradiga isso está longe de ser do céu e de Deus.
“...mas esse é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo”. Foi previsto por Deus que anticristos surgiriam e espíritos anticristãos se levantariam contra seu Espírito e sua verdade; também foi pre¬visto que um anticristo eminente surgiria e travaria uma batalha longa e fatal contra o Cristo de Deus e sua institu¬ição e honra e reino no mundo. O espírito desse anticristo começou a operar cedo, já no tempo dos apóstolos. Muitas pessoas cederam a um es¬pírito anticristão e a esse tipo de escuridão e desilusão a ponto de colocar-se contra o Filho de Deus e todo teste¬munho que o Pai tinha apresentado do Filho! Mas nós fo¬mos avisados antecipadamente de que esse tipo de oposição ocorreria; deveríamos, portanto, cessar de ficar escandalizados e quanto mais vermos a palavra de Cris¬to cumprida, tanto mais devemos ser confirmados pela sua verdade.
Agora, o apóstolo João fala do perigo do espírito anticristão e encoraja os discípulos contra o medo e o perigo causado por esse espírito anticristão sedutor.
“Filhinhos, sois de Deus...” (v.4). Vós sois de Deus, ou nós somos de Deus (v.6), ensinados por Deus, ungidos por Deus e, assim, protegidos contra essas desilusões. Somos escolhidos de Deus e não seremos seduzidos.
“...e já os tendes vencido...”. Aqui João expressa a esperança de nossa vitória, pois nós já vencemos esses enganadores e suas tentações, e existe uma boa base de esperança para que continuemos a fazer isso, segundo estas duas razões: (1) “porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo”, ou seja, existe um forte preservador dentro de nós, o Espírito de Deus que é mais poderoso de que homens e demônios; (2) “Do mundo são; por isso, falam do mundo, e o mundo os ouve” (v.5). O espírito que vigora neles os conduz a este mundo; o seu co¬ração é dedicado a ele; eles almejam o luxo, o prazer e as vantagens do mundo, mas esquecem que o verdadeiro salvador não é deste mundo.
“Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus ouve-nos...” (v.6). Aquele que conhece a pureza e a santidade de Deus, o amor e a graça de Deus, a verdade e fide¬lidade de Deus, as palavras e profecias antigas de Deus, os sinais e os testemunhos de Deus, precisa saber que Ele está conosco; e aquele que conhece isso estará presente conosco e permanecerá conosco.
“...aquele que não é de Deus não nos ouve”. Aquele que não conhe¬ce a Deus não dá atenção a nós. Pelo contrário: Aquele que não é nascido de Deus (andando de acordo com a sua inclinação natural) não anda conosco. Quanto mais longe alguém está de Deus (como ocorre em todas as épocas), mais longe está de Cristo e seus servos fiéis; e quanto mais presas a este mundo as pessoas são, mais afastadas estão do espírito do cristianismo.
“...Nisto conhecemos nós os espírito da verdade e o espírito do erro”. Essa doutrina da pessoa do Salvador que os conduz do mundo para Deus é uma marca do espírito da verdade, em oposição ao espírito do erro. Quanto mais pura e santa for uma doutrina, mais certamente ela será de Deus.
1. PROFETA
É alguém que fala aos outros em nome de Deus (Dt 18.18). É um porta-voz escolhido, enviado e inspirado por Deus para fazer em seu nome pronunciamento (Jr 7.25; 25.4; 2Rs 17.13), chamado oráculo, e para fazer ver a vontade divina (Am 3.7). Por causa do conhecimento dos segredos divinos é chamado também "visionário” ou “vidente” (1Sm 9.11; Am 7.12; Is 30.10). Mas o essencial de um profeta é falar em nome de Deus e não prever o futuro ou estar sujeito a transes proféticos (cf. Nm 11.25s e nota).
Em Israel houve comunidades ou confrarias proféticas, que viviam junto dos santuários (1Sm 19.18-24; 1Rs 18.4,13,22; 19.10; 2Rs 2.3-5,15-18; 4.1; 5.22; 6.1). Eram parecidas com as dos “profetas de Baal” (1Rs 18; 2Rs 10.19-25).
Houve também profetas cortesãos (1Rs 22; Jr 28). Estes foram freqüentemente combatidos pelos verdadeiros profetas (Mq 3.5; Sf 3.4; Jr 5.31; Ez 13.9s).
No AT Deus comunicou-se com os homens por meio de Moisés e dos profetas. Nos últimos tempos falou por meio de seu Filho Jesus Cristo (Jo 1.1-18; Hb 1.1s), o profeta como Moisés (Dt 18.15; Jo 1.21; 6.14; 7.40).
Fala-se de profetas também no Novo Testamento (At 2.17; 11.27; 13.1; 15.32; 21.9; 1Cor 12; 14.26-32; Ef 4.11; Rm 12.6; Ap 1.3; 2.7; 1Ts 5.19s; 1Tm 1.18; 4.14; 1Pd 1.10).
1.1. Os termos empregados na Escritura para um profeta
O velho Testamento emprega três palavras para designar um profeta, a saber, nabhi, ro’eh e chozeh. O sentido radical da palavra nobhi é incerto, mas, por passagens como Ex. 7.1 e Dt 18.18, fica evidente que a palavra designa alguém que vem com mensagem da parte de Deus para o povo. As palavras ro’eh e chozeh acentuam o fato de que o profeta é alguém que recebe revelações da parte de Deus, particularmente na forma de visões. Estas palavras são usadas uma pela outra. Outros designativos são “homem de Deus”, “mensageiro do Senhor” e “vigia”. Estes apelativos indicam que os profetas estão prestando serviço especial ao Senhor e velam pelos interesses espirituais do povo. No Novo Testamento usa-se a palavra porphetes, composta de pro e phemi. A preposição não é temporal, neste caso. Conseqüentemente, a palavra prophemi não significa “falar de antemão”, mas “proferir”. O profeta é alguém que fala da parte de Deus. Desses nomes, tomados em conjunto, podemos deduzir que o profeta é alguém que vê coisas, isto é, que recebe revelações, que está a serviço de Deus, particularmente como mensageiro, e que fala em Seu nome.
1.2. O dom ministerial de profeta no Novo Testamento
Os profetas no Novo Testamento eram homens que falavam sob o impulso direto do Espírito Santo, e cuja motivação e interesse principais eram a vida espiritual e pureza da igreja. Sob o novo concerto, foram levantados pelo Espírito Santo e revestidos pelo seu poder para trazerem uma mensagem da parte de Deus ao seu povo (At 2.17; 4.8; 21.4).
(1) A função do profeta na igreja incluía o seguinte: (a) Proclamava e interpretava, cheio do Espírito Santo, a Palavra de Deus, por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar, exortar, animar, consolar e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1Co 12.10; 14.3). (b) Devia exercer o dom de profecia (c) Às vezes, ele era vidente (cf. 1Cr 29.29), predizendo o futuro (At 11.28; 21.10,11). (d) Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc 1.14-17). Por causa da sua mensagem de justiça, o profeta pode esperar ser rejeitado por muitos nas igrejas, em tempos de mornidão e apostasia.
(2) O caráter, a solicitude espiritual, o desejo e a capacidade do profeta incluem: (a) zelo pela pureza da igreja (Jo 17.15-17; 1Co 6.9-11; Gl 5.22-25); (b) profunda sensibilidade diante do mal e a capacidade de identificar e detestar a iniqüidade (Rm 12.9; Hb 1.9); (c) profunda compreensão do perigo dos falsos ensinos (Mt 7.15; 24.11,24; Gl 1.9; 2Co 11.12-15); (d) dependência contínua da Palavra de Deus para validar sua mensagem (Lc 4.17-19; 1Co 15.3,4; 2Tm 3.16; 1Pe 4.11); (e) interesse pelo sucesso espiritual do reino de Deus e identificação com os sentimentos de Deus (cf. Mt 21.11-13; 23.37; Lc 13.34; Jo 2.14-17; At 20.27-31).
(3) A mensagem do profeta atual não deve ser considerada infalível. Ela está sujeita ao julgamento da igreja, de outros profetas e da Palavra de Deus. A congregação tem o dever de discernir e julgar o conteúdo da mensagem profética, se ela é de Deus (1Co 14.29-33; 1Jo 4.1).
(4) Os profetas continuam sendo imprescindíveis ao propósito de Deus para a igreja. A igreja que rejeitar os profetas de Deus caminhará para a decadência, desviando-se para o mundanismo e o liberalismo quanto aos ensinos da Bíblia (1Co 14.3; cf. Mt 23.31-38; Lc 11.49; At 7.51,52). Se ao profeta não for permitido trazer a mensagem de repreensão e de advertência denunciando o pecado e a injustiça (Jo 16.8-11), então a igreja já não será o lugar onde se possa ouvir a voz do Espírito. A política eclesiástica e a direção humana tomarão o lugar do Espírito (2Tm 3.1-9; 4.3-5; 2Pe 2.1-3,12-22). Por outro lado, a igreja com os seus dirigentes, tendo a mensagem dos profetas de Deus, será impulsionada à renovação espiritual. O pecado será abandonado, a presença e a santidade do Espírito serão evidentes entre os fiéis (1Co 14.3; 1Ts 5.19-21; Ap 3.20-22).
2. PROFECIA
É a expressão vocal inspirada por Deus. Vejamos suas características:
a) podem ser mediante revelação, sonho, visão ou Palavra de Deus, inspirando no momento, para exaltar e adorar a Cristo, admoestar exortativamente, confortar e encorajar os crentes;
b) Se distingue da pregação comum porque é resultado da inspiração espiritual espontânea;
c) A Pessoa que tem esse dom é constituído como profeta (At 15.32; 21.9; 1Co 14.3);
d) O propósito do dom é edificar, exortar e consolar os crentes (1Co 14.3).
e) A profecia não está no mesmo nível das escrituras. Devemos provar e julgar as mensagens proféticas (1Co 14.29) - Pode ser sua mensagem de autoria meramente humana (Jr 23.16; Ez 13.2,3).
f) Em 1 Ts 5.19-20, trata-se da operação do dom de profecia. Provemos a mensagem, retenhamos o bem e deixemos o mal.
g) Notemos que Deus vivifica a profecia (1Co 14.14), podendo ser usada na 1a. e 3a. pessoa do singular (Lc 1.67-79).
São pessoas com discernimento, constrangedoras, não comprometedoras da verdade, falam abertamente, com autoridade, convicção e confrontam as pessoas (No Espírito).
CUIDADOS: Devem transmitir mensagem com amor e compaixão, sabendo que poderão ser rejeitadas; precisam evitar orgulho e ter discernimento e apoiar no Evangelho as mensagens proféticas. (Rm 12.6; 1Co 12.10, 28; 13.2; 2 Pe 1.19-21). Profeta no A.T. era ministério e no N.T. é dom de profecia.
3. OS FALSOS PROFETAS
Há numerosas referências no AT aos falsos profetas. Por exemplo: quatrocentos falsos profetas foram reunidos pelo rei Acabe (2Cr 18.4-7); um espírito mentiroso achava-se na boca deles (2Cr 18.18-22). Segundo o AT, o profeta era considerado falso (1) se desviasse as pessoas do Deus verdadeiro para alguma forma de idolatria (Dt 13.1-5); (2) se praticasse adivinhação, astrologia, feitiçaria, bruxaria e coisas semelhantes (ver Dt 18.10,11 notas); (3) se suas profecias contrariassem as Escrituras (Dt 13.1-5); (4) se não denunciasse os pecados do povo (Jr 23.9-18); ou (5) se predissesse coisas específicas que não cumprissem (Dt 18.20-22). Note que os profetas, do novo concerto não falavam de modo irrevogável e infalível como os profetas do AT,
que eram a voz primacial de Deus no que dizia respeito a Israel.
HENRY, Matthew. Comentário Novo Testamento, CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD.
Darlan Lima, Alexandre Arcanjo, Orlando Nascimento – Apostila Teologia Sistemática.
“Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus...” (v.1). Aqui o apóstolo João pede cautela, ou seja, os discípulos não deveriam acreditar, nem seguir todo aquele que simula ter o Espírito de Deus ou que professa ter visão, inspiração ou revelação de Deus. Naqueles dias (e hoje também), Deus tem dado do seu Espírito, mas não a todos que professam está cheio dEle. Portanto, é permitido aos discípulos um julgamento avaliador em relação aos espíritos que deveriam ser cridos a acreditados nas questões da fé.
“...porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”. O apóstolo apresenta uma razão para provar se os espíritos são de Deus. Existia uma grande expectativa entre os judeus em relação à aparição do Salvador, de um Redentor de Israel, por isso, alguns foram leva¬dos a levantarem-se como profetas e messias de Israel, de acordo com a predição do Salvador (Mt 24.23,24). Não de¬veria parecer estranho a nós que falsos mestres surgis¬sem na igreja: foi assim nos tempos dos apóstolos; o espí¬rito da desilusão é fatal; é triste saber que homens se van¬gloriavam como profetas e pregadores inspirados quan¬do, de forma alguma, condiziam com esse ofício!
Ele apresenta um teste para os discípulos pode¬rem provar esses espíritos fingidos:
“Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus” (v.2). Esses espíri¬tos levantaram-se como profetas, doutores ou doutrina¬dores na religião cristã e, assim, eles precisavam ser pro¬vados pela sua doutrina. Jesus Cristo deve ser confessado como o Filho de Deus, a Vida e Palavra eternas, que estava com Deus desde o início; como o Filho de Deus que veio ao mundo e veio em nossa natureza humana mortal e nela sofreu e morreu em Jerusalém. Aquele que confessa e prega isso, por meio de uma mente sobrenaturalmente bem informada e iluminada dessa maneira, faz isso pelo Espírito de Deus ou Deus é o autor dessa iluminação.
“E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus...” (v.3). Deus concedeu tanto testemunho de Jesus Cristo, que esteve nos últimos tempos aqui no mundo e na cante (ou em um corpo físico como o nosso), embora agora no céu, que os discípulos poderiam estar assegurados de que qualquer impulso ou inspiração fingida que con¬tradiga isso está longe de ser do céu e de Deus.
“...mas esse é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo”. Foi previsto por Deus que anticristos surgiriam e espíritos anticristãos se levantariam contra seu Espírito e sua verdade; também foi pre¬visto que um anticristo eminente surgiria e travaria uma batalha longa e fatal contra o Cristo de Deus e sua institu¬ição e honra e reino no mundo. O espírito desse anticristo começou a operar cedo, já no tempo dos apóstolos. Muitas pessoas cederam a um es¬pírito anticristão e a esse tipo de escuridão e desilusão a ponto de colocar-se contra o Filho de Deus e todo teste¬munho que o Pai tinha apresentado do Filho! Mas nós fo¬mos avisados antecipadamente de que esse tipo de oposição ocorreria; deveríamos, portanto, cessar de ficar escandalizados e quanto mais vermos a palavra de Cris¬to cumprida, tanto mais devemos ser confirmados pela sua verdade.
Agora, o apóstolo João fala do perigo do espírito anticristão e encoraja os discípulos contra o medo e o perigo causado por esse espírito anticristão sedutor.
“Filhinhos, sois de Deus...” (v.4). Vós sois de Deus, ou nós somos de Deus (v.6), ensinados por Deus, ungidos por Deus e, assim, protegidos contra essas desilusões. Somos escolhidos de Deus e não seremos seduzidos.
“...e já os tendes vencido...”. Aqui João expressa a esperança de nossa vitória, pois nós já vencemos esses enganadores e suas tentações, e existe uma boa base de esperança para que continuemos a fazer isso, segundo estas duas razões: (1) “porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo”, ou seja, existe um forte preservador dentro de nós, o Espírito de Deus que é mais poderoso de que homens e demônios; (2) “Do mundo são; por isso, falam do mundo, e o mundo os ouve” (v.5). O espírito que vigora neles os conduz a este mundo; o seu co¬ração é dedicado a ele; eles almejam o luxo, o prazer e as vantagens do mundo, mas esquecem que o verdadeiro salvador não é deste mundo.
“Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus ouve-nos...” (v.6). Aquele que conhece a pureza e a santidade de Deus, o amor e a graça de Deus, a verdade e fide¬lidade de Deus, as palavras e profecias antigas de Deus, os sinais e os testemunhos de Deus, precisa saber que Ele está conosco; e aquele que conhece isso estará presente conosco e permanecerá conosco.
“...aquele que não é de Deus não nos ouve”. Aquele que não conhe¬ce a Deus não dá atenção a nós. Pelo contrário: Aquele que não é nascido de Deus (andando de acordo com a sua inclinação natural) não anda conosco. Quanto mais longe alguém está de Deus (como ocorre em todas as épocas), mais longe está de Cristo e seus servos fiéis; e quanto mais presas a este mundo as pessoas são, mais afastadas estão do espírito do cristianismo.
“...Nisto conhecemos nós os espírito da verdade e o espírito do erro”. Essa doutrina da pessoa do Salvador que os conduz do mundo para Deus é uma marca do espírito da verdade, em oposição ao espírito do erro. Quanto mais pura e santa for uma doutrina, mais certamente ela será de Deus.
1. PROFETA
É alguém que fala aos outros em nome de Deus (Dt 18.18). É um porta-voz escolhido, enviado e inspirado por Deus para fazer em seu nome pronunciamento (Jr 7.25; 25.4; 2Rs 17.13), chamado oráculo, e para fazer ver a vontade divina (Am 3.7). Por causa do conhecimento dos segredos divinos é chamado também "visionário” ou “vidente” (1Sm 9.11; Am 7.12; Is 30.10). Mas o essencial de um profeta é falar em nome de Deus e não prever o futuro ou estar sujeito a transes proféticos (cf. Nm 11.25s e nota).
Em Israel houve comunidades ou confrarias proféticas, que viviam junto dos santuários (1Sm 19.18-24; 1Rs 18.4,13,22; 19.10; 2Rs 2.3-5,15-18; 4.1; 5.22; 6.1). Eram parecidas com as dos “profetas de Baal” (1Rs 18; 2Rs 10.19-25).
Houve também profetas cortesãos (1Rs 22; Jr 28). Estes foram freqüentemente combatidos pelos verdadeiros profetas (Mq 3.5; Sf 3.4; Jr 5.31; Ez 13.9s).
No AT Deus comunicou-se com os homens por meio de Moisés e dos profetas. Nos últimos tempos falou por meio de seu Filho Jesus Cristo (Jo 1.1-18; Hb 1.1s), o profeta como Moisés (Dt 18.15; Jo 1.21; 6.14; 7.40).
Fala-se de profetas também no Novo Testamento (At 2.17; 11.27; 13.1; 15.32; 21.9; 1Cor 12; 14.26-32; Ef 4.11; Rm 12.6; Ap 1.3; 2.7; 1Ts 5.19s; 1Tm 1.18; 4.14; 1Pd 1.10).
1.1. Os termos empregados na Escritura para um profeta
O velho Testamento emprega três palavras para designar um profeta, a saber, nabhi, ro’eh e chozeh. O sentido radical da palavra nobhi é incerto, mas, por passagens como Ex. 7.1 e Dt 18.18, fica evidente que a palavra designa alguém que vem com mensagem da parte de Deus para o povo. As palavras ro’eh e chozeh acentuam o fato de que o profeta é alguém que recebe revelações da parte de Deus, particularmente na forma de visões. Estas palavras são usadas uma pela outra. Outros designativos são “homem de Deus”, “mensageiro do Senhor” e “vigia”. Estes apelativos indicam que os profetas estão prestando serviço especial ao Senhor e velam pelos interesses espirituais do povo. No Novo Testamento usa-se a palavra porphetes, composta de pro e phemi. A preposição não é temporal, neste caso. Conseqüentemente, a palavra prophemi não significa “falar de antemão”, mas “proferir”. O profeta é alguém que fala da parte de Deus. Desses nomes, tomados em conjunto, podemos deduzir que o profeta é alguém que vê coisas, isto é, que recebe revelações, que está a serviço de Deus, particularmente como mensageiro, e que fala em Seu nome.
1.2. O dom ministerial de profeta no Novo Testamento
Os profetas no Novo Testamento eram homens que falavam sob o impulso direto do Espírito Santo, e cuja motivação e interesse principais eram a vida espiritual e pureza da igreja. Sob o novo concerto, foram levantados pelo Espírito Santo e revestidos pelo seu poder para trazerem uma mensagem da parte de Deus ao seu povo (At 2.17; 4.8; 21.4).
(1) A função do profeta na igreja incluía o seguinte: (a) Proclamava e interpretava, cheio do Espírito Santo, a Palavra de Deus, por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar, exortar, animar, consolar e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1Co 12.10; 14.3). (b) Devia exercer o dom de profecia (c) Às vezes, ele era vidente (cf. 1Cr 29.29), predizendo o futuro (At 11.28; 21.10,11). (d) Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc 1.14-17). Por causa da sua mensagem de justiça, o profeta pode esperar ser rejeitado por muitos nas igrejas, em tempos de mornidão e apostasia.
(2) O caráter, a solicitude espiritual, o desejo e a capacidade do profeta incluem: (a) zelo pela pureza da igreja (Jo 17.15-17; 1Co 6.9-11; Gl 5.22-25); (b) profunda sensibilidade diante do mal e a capacidade de identificar e detestar a iniqüidade (Rm 12.9; Hb 1.9); (c) profunda compreensão do perigo dos falsos ensinos (Mt 7.15; 24.11,24; Gl 1.9; 2Co 11.12-15); (d) dependência contínua da Palavra de Deus para validar sua mensagem (Lc 4.17-19; 1Co 15.3,4; 2Tm 3.16; 1Pe 4.11); (e) interesse pelo sucesso espiritual do reino de Deus e identificação com os sentimentos de Deus (cf. Mt 21.11-13; 23.37; Lc 13.34; Jo 2.14-17; At 20.27-31).
(3) A mensagem do profeta atual não deve ser considerada infalível. Ela está sujeita ao julgamento da igreja, de outros profetas e da Palavra de Deus. A congregação tem o dever de discernir e julgar o conteúdo da mensagem profética, se ela é de Deus (1Co 14.29-33; 1Jo 4.1).
(4) Os profetas continuam sendo imprescindíveis ao propósito de Deus para a igreja. A igreja que rejeitar os profetas de Deus caminhará para a decadência, desviando-se para o mundanismo e o liberalismo quanto aos ensinos da Bíblia (1Co 14.3; cf. Mt 23.31-38; Lc 11.49; At 7.51,52). Se ao profeta não for permitido trazer a mensagem de repreensão e de advertência denunciando o pecado e a injustiça (Jo 16.8-11), então a igreja já não será o lugar onde se possa ouvir a voz do Espírito. A política eclesiástica e a direção humana tomarão o lugar do Espírito (2Tm 3.1-9; 4.3-5; 2Pe 2.1-3,12-22). Por outro lado, a igreja com os seus dirigentes, tendo a mensagem dos profetas de Deus, será impulsionada à renovação espiritual. O pecado será abandonado, a presença e a santidade do Espírito serão evidentes entre os fiéis (1Co 14.3; 1Ts 5.19-21; Ap 3.20-22).
2. PROFECIA
É a expressão vocal inspirada por Deus. Vejamos suas características:
a) podem ser mediante revelação, sonho, visão ou Palavra de Deus, inspirando no momento, para exaltar e adorar a Cristo, admoestar exortativamente, confortar e encorajar os crentes;
b) Se distingue da pregação comum porque é resultado da inspiração espiritual espontânea;
c) A Pessoa que tem esse dom é constituído como profeta (At 15.32; 21.9; 1Co 14.3);
d) O propósito do dom é edificar, exortar e consolar os crentes (1Co 14.3).
e) A profecia não está no mesmo nível das escrituras. Devemos provar e julgar as mensagens proféticas (1Co 14.29) - Pode ser sua mensagem de autoria meramente humana (Jr 23.16; Ez 13.2,3).
f) Em 1 Ts 5.19-20, trata-se da operação do dom de profecia. Provemos a mensagem, retenhamos o bem e deixemos o mal.
g) Notemos que Deus vivifica a profecia (1Co 14.14), podendo ser usada na 1a. e 3a. pessoa do singular (Lc 1.67-79).
São pessoas com discernimento, constrangedoras, não comprometedoras da verdade, falam abertamente, com autoridade, convicção e confrontam as pessoas (No Espírito).
CUIDADOS: Devem transmitir mensagem com amor e compaixão, sabendo que poderão ser rejeitadas; precisam evitar orgulho e ter discernimento e apoiar no Evangelho as mensagens proféticas. (Rm 12.6; 1Co 12.10, 28; 13.2; 2 Pe 1.19-21). Profeta no A.T. era ministério e no N.T. é dom de profecia.
3. OS FALSOS PROFETAS
Há numerosas referências no AT aos falsos profetas. Por exemplo: quatrocentos falsos profetas foram reunidos pelo rei Acabe (2Cr 18.4-7); um espírito mentiroso achava-se na boca deles (2Cr 18.18-22). Segundo o AT, o profeta era considerado falso (1) se desviasse as pessoas do Deus verdadeiro para alguma forma de idolatria (Dt 13.1-5); (2) se praticasse adivinhação, astrologia, feitiçaria, bruxaria e coisas semelhantes (ver Dt 18.10,11 notas); (3) se suas profecias contrariassem as Escrituras (Dt 13.1-5); (4) se não denunciasse os pecados do povo (Jr 23.9-18); ou (5) se predissesse coisas específicas que não cumprissem (Dt 18.20-22). Note que os profetas, do novo concerto não falavam de modo irrevogável e infalível como os profetas do AT,
que eram a voz primacial de Deus no que dizia respeito a Israel.
HENRY, Matthew. Comentário Novo Testamento, CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD.
Darlan Lima, Alexandre Arcanjo, Orlando Nascimento – Apostila Teologia Sistemática.
Um comentário:
Eita glória!!!que Deus te abençoe e que o Seu desejo em fazer a vontade de Deus seja completamente satisfeito. Abração e espero sua visita: www.espiritosantomeucompanheiro.blogspot.com
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