quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

LIÇÃO 11 – A COMPLETUDE DA BÍBLIA

INTRODUÇÃO

Em continuidade ao estudo do Livro de Deus, o comentarista leva-nos à compreensão de outra importante área da Bíblia. Já sabemos que ela é a Palavra de Deus, inerrante e o código de ética divino que nos conduz à perfeição; mas para isso ela também tem que ser completa e, já que nada pode ser acrescentado ou diminuído de seu conteúdo, a Bíblia é completamente eficaz para nos mostrar o caminho da salvação através de Jesus Cristo, sendo essa a vontade de Deus revelada para os homens.

TEXTO-ÁUREO Ap 22.18 – Serão condenados e amaldiçoados todos os que ousarem corromper ou mudar a Palavra de Deus, ou por acrescentarem algo a ela ou por subtraírem algo dela (v.19). Aquele que acrescentar à Palavra de Deus atrairá sobre si todas “...as pragas que estão escritas neste livro”; e aquele que subtrair qualquer coisa dela estará se excluindo de todas as promessas e privilégios dela. Com isso, o Cânon das Escrituras está guardado de mãos profanas. Deus teve um cuidado parecido com a lei (Dt 4.2).

Leia o comentário da LEITURA BÍBLICA EM CLASSE 2 Pe 1.16-21; 2.1, extraído do Comentário Bíblico Novo Testamento, por Matthew Henry, no final do post.

O QUE É COMPLETUDE?
Segundo o Dic. Aurélio é o caráter do que é, ou está completo.

A BÍBLIA É UM LIVRO COMPLETO?

O texto de 1Cr 29.29, mostra-nos a existência de outros livros que não estão incluso na Bíblia, veja o que diz: “Os atos, pois, do rei Davi, assim os primeiros como os últimos, eis que estão escritos nas crônicas de Samuel, o vidente, e nas crônicas do profeta Natã, e nas crônicas de Gade, o vidente...”. Estes livros estão faltando na Bíblia? Isso compromete a sua completude?
Se olharmos a Bíblia como a revelação de Deus para os homens, não iríamos duvidar de sua completude, pois o seu conteúdo é suficientemente eficaz para salvar todos os homens e levá-los a cumprir a vontade de Deus. Como disse um certo pregador: apenas Jo 3.16 seria capaz de salvar o mundo.
Se a Bíblia dependesse de todas as explicações acerca de todas as áreas do conhecimento humano, e de tudo que foi escrito em outras épocas pelos profetas, para ser um livro completo, então não o seria.
O necessário para conhecermos o caminho da salvação em Jesus Cristo, está revelado nas Escrituras e seu conteúdo deve se manter inalterável.
O próprio Jesus disse: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam...” João 5.39.
OBS.: Existem outros livros registrados na Bíblia, mas que não fazem parte do Cânon, ver 1 Reis 11.41; 14.19,29; 2 Crôn. 9.29; 12.15; 13.22; 20.34; Esdras 4.15; Neemias 12.23; Ester 10.2, etc.
Você já imaginou se fosse registrado tudo que Jesus fez? Leia Jo 21.25, não conseguiríamos ler nem conduzir esse livro!

A COMPLETUDE DA REVELAÇÃO

A Bíblia é a completa revelação divina. Ela contempla o plano de Deus, a redenção de Jesus Cristo, a aplicação do Espírito Santo, os crentes, a igreja, o reino e a Nova Jerusalém, tudo já previsto de antemão pela presciência de Deus.
Nós sabemos que milagrosamente Deus preservou sua Palavra (uma prova disto são os Manuscritos do Mar Morto), para que se cumprisse tudo que Ele mesmo falou (Is 55.10-11). É através desta revelação que Deus fez de si mesmo, que todos têm a oportunidade de alcançar a salvação, através de um amor incondicional demonstrado em Jesus Cristo, o personagem central, do princípio até o fim nas Escrituras. Como ele mesmo disse: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso... A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida.” (Ap 1.8; 21.6) Ele é o princípio e o fim de todas as coisas, numa demonstração da completa e necessária revelação de Deus para nós!

DETURPAÇÃO DA COMPLETUDE DA BÍBLIA

O comentarista da lição expõe quatro formas de alteração, adulteração ou modificação, feitas por homens indultos que não respeitam a completude bíblica, achando necessário fazer acréscimos ou retirar alguma coisa da Bíblia.

Sabemos que isso não é novidade! Já nos tempos dos apóstolos foi previsto esse tipo de prática (2 Tm 4.3). O apóstolo Pedro registra que, pela sabedoria que foi dada a Paulo, em seus escritos “...há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição.” (2 Pe 3.16; ver 2 Pe 2.1).

VEJAMOS ALGUNS EXEMPLOS:

As Testemunhas de Jeová, em uma de suas literaturas encontramos o seguinte:

"De fato, conhecer tal nome é necessário para a salvação, conforme diz a Bíblia, pois todo aquele que invocar o nome de Jeová será salvo" Rm. 10.13, na Tradução do Novo Mundo. (PODERÁ VIVER PARA SEMPRE NO PARAÍSO NA TERRA, pag. 185 parág. 5)”.

Obs.: a tradução do texto original foi adulterado na "Bíblia" dos Testemunhas de Jeová visto que a palavra que aparece no original grego é KURIOS (SENHOR), que eles traduzem por Jeová. No original grego o nome Jeová não aparece uma vez sequer no Novo Testamento. Mas eles acrescentaram 237 vezes o nome Jeová.

Além do exemplo citado na lição sobre Jo 1.1, as TJ’s adicionam uma outra esperança aos seus seguidores, embora os apóstolos ensinassem apenas uma (Efésios 4.4-6); elas dizem que Jesus já voltou invisível em 1914, e que já houve ressurreição em 1918; que só quem faz parte da sua organização é que estará a salvo, entre outros acréscimos...

Os Católicos Romanos, fizeram muitos acréscimos e alterações nas doutrinas cristãs:
1950 - “Decretaram" a Assunção de Maria.
1870 - Infalibilidade do papa.
1854 - Dogma da Imaculada Conceição.
1546 - acrescentaram livros apócrifos nas Sagradas Escrituras.
1229 - proibiram a leitura da Bíblia.
1215 - instituída a Transubstanciação.
1216 - iniciaram a "confissão auricular" (confissão de pecados aos padres).
1200 - instituíram a hóstia ao invés da Ceia do Senhor que Cristo deixou.
1190 - venda de indulgências, (perdão de pecados pôr dinheiro).
1184 - instituída a Inquisição. A Igreja faz milhares de vítimas.
1074 - "decretam" o celibato sacerdotal.
933 - instituem a "Canonização de santos".
830 - começam usar "água benta e ramos bentos".
783 - instituem o culto às imagens.
503 - "decretam" o Purgatório.
431 - instituído o Culto a Maria.
416 - iniciam pela primeira vez o Batismo infantil.
394 - substituem o Culto Cristão pôr missas.
325 - Imperador Constantino, a pedido de Eusébio de Nicomédia (um ariano), celebra o primeiro Concilio. (classificamos esse evento de gênesis do que viria a ser o Catolicismo)
320 - começam a usar velas nas Igrejas.
310 - instituído a "reza pêlos mortos".

O Espiritismo dispensa comentários, pois afirmam: “A palavra de Deus não está na Bíblia...” (Livro: Visão Espírita da Bíblia, Pires – pag.13). Tal afirmação não é o que pensavam os apóstolos de Cristo, pelo contrário, eles afirmam ser a Bíblia, que é a coleção de livros inspirados pelo Espírito Santo, a Palavra de Deus; leiamos:
“Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos (que eram os livros santos que formaram a Bíblia)” (ACF) (II Tm.4:13 – parênteses do autor)
“Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo ”. (ACF) (II Pedro 1:20 -21).

Os Mórmons, vão além e colocam já de cara na Capa de seu livro “UM OUTRO TESTAMENTO DE JESUS CRISTO”. A Bíblia chama a história de Jesus Cristo de Novo Testamento ou Pacto(Lc.22:20), pelo fato que tudo o que Ele fez e pregou teria o seu valor confirmado na sua morte na Cruz do Calvário (Mt.26:54, Lc.13:33, Jo.11:50, Jo.12:24). O apóstolo Paulo diz o seguinte; “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema. Como antes temos dito, assim agora novamente o digo: Se alguém vos pregar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema”. (Gl 1.8-9).

Os Adventistas do Sétimo Dia por sua vez, usam uma parte do texto e esquecem da outra. Um exemplo é Mc 2.27, não dão a menor ênfase ao restante do versículo que diz “...e não o homem por causa do sábado;”. Esquecem de analisar o contexto do cenário, o que havia acontecido. Essa passagem é a última onde os discípulos colhiam espigas no sábado; e assim foram acusados de quebrar a Lei do quarto mandamento do decálogo; mas Jesus defendeu seus seguidores, dizendo que o sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. Analisando o que tinha acontecido naquele cenário (Mc 2:23-28), Jesus deixou claro que : O sábado está subordinado ao homem, e não o homem subordinado ao sábado. Nós temos que analisar o verso por inteiro, e não pela metade.

A Igreja Universal do Reino de Deus não fica de fora, pregando a teologia da prosperidade, exagera na arrecadação de dízimos e ofertas. Não resistem ao que o Senhor Jesus fala: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas” (Mt.23:23). O Senhor mostra nesse versículo que não basta só pregarmos sobre o dízimo, temos que falar sobre a justiça, sobre a misericórdia e sobre a fé. Não basta termos uma igreja que só dízima, mas temos que ter uma Igreja santa (Ef 5.27) que conheça o juízo e exerça misericórdia com fé no seu coração (Hb 11).
Quem esquece o que o Bispo Macedo, então líder da IURD, ensina aos seus pastores? Sua ideologia é a do “dá ou desce”. As reuniões da IURD, na maioria das vezes, se resumem na mensagem da doutrina da prosperidade. Veja: “... Você tem que chegar e se impor: É seguinte pessoal, vocês vão ajudar agora a obra de Deus... se você quiser ajudar, amém... se não Deus vai levantar um montão de gente pra ajudar... entendeu como é que é? (falando aos seus pastores) Se quiser bem, se não quiser que se danem (se referindo às pessoas que não colaborariam). Aqui é assim – OU DÁ OU DESCE... (ele volta aos seus obreiros) Você não pode ser chocho... você tem que ser o super herói do povo... (continua o exemplo)... Pessoal, nos vamos fazer isso aqui (uma campanha), o grande desafio... é a fé ou não é... tudo ou nada... (ele volta-se aos obreiros)... Eu peguei a Bíblia nos EUA e joguei no chão... ou Deus honra essa palavra ou... ai eu joguei a Bíblia no chão... ela se espalhou toda... Ai eu chutei a Bíblia... Isso chama a atenção... uns vão dizer que esse ai é bom... outros vão dizer que é um falso profeta... mas vai ter pessoas que vão ficar do nosso lado... esses vão por tudo (o dinheiro) lá (na salva)... Você não pode ter vergonha de pedir... Peça, peça e peça... ai eu perguntei quem é que gostaria de ter o cajado de Moisés... O povão disse euuuuuuuu... é isso ai, você pode... Dez mil – entendeu pessoal (pastores)” (TRANSCRIÇÃO DO VÍDEO DO YOU TUBE).

NÃO VOS ENGANEIS!

Serão condenados e amaldiçoados TODOS os que ousarem corromper ou mudar a Palavra de Deus, por acrescentarem ou subtraírem algo dela. Atrairão para si todas “...as pragas que estão escritas neste livro”; e ainda estará se excluindo de todas as promessas e privilégios nelas contidos.

QUAL A NOSSA ATITUDE ANTE A PALAVRA DE DEUS?

A Bíblia descreve, em linguagem clara e inconfundível, como devemos proceder quanto a palavra de Deus em suas diferentes expressões. Devemos ansiar por ouvi-la (1.10; Jr 7.1,2; At 17.11) e procurar compreendê-la (Mt 13.23). Devemos louvar, no Senhor, a palavra de Deus (Sl 56.4,10), amá-la (Sl 119.47,113), e dela fazer a nossa alegria e deleite (Sl 119.16,47). Devemos aceitar o que a palavra de Deus diz (Mc 4.20; At 2.41; 1Ts 2.13), ocultá-la nas profundezas de nosso coração (Sl 119.11), confiar nela (Sl 119.42), e colocar a nossa esperança em suas promessas (Sl 119.74,81,114; 130.5). Acima de tudo, devemos obedecer ao que ela ordena (Sl 119.17,67; Tg 1.22-24) e viver de acordo com seus ditames (Sl 119.9). Deus conclama os que ministram a palavra (cf. 1Tm 5.17) a manejá-la corretamente (2Tm 2.15), e a pregá-la fielmente (2Tm 4.2). Todos os crentes são convocados a proclamarem a palavra de Deus por onde quer que forem (At 8.4).

A ORTODOXIA BÍBLICA

Ortodoxia vem de “ortodoxo” que significa: conforme com a doutrina religiosa tida como verdadeira e com os princípios tradicionais de qualquer doutrina (Dic. Aurélio).
Em Ezequiel 33.30-31, lemos algo semelhante aos nossos dias: “...Vinde, peço-vos, e ouvi qual seja a palavra que procede do SENHOR [...] E eles vêm a ti [...] se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois lisonjeiam com a sua boca, mas o seu coração segue a sua avareza.”. Infelizmente esse é o retrato de alguns “pastores”, e não me refiro somente das outras “igrejas”, mas no próprio segmento evangélico, muitos que se intitulam pastores, dizendo ter sido ungido não sei como, abrem uma “congregação nova”, colocam um nome parecido com o das outras, e começam a explorar os fiéis. Vivem uma vida de luxúria, enriquecendo-se cada vez mais à custa dos outros, enquanto os membros de suas igrejas dão o pouco que tem (ou tudo) para contribuir com a obra. Outros pastores vendem suas pregações e seus livros para complementar o seu “salário de pastor”, como se o povo fosse bobo e não soubesse que um pastor já dispõe de um salário fixo para se manter e se dedicar à obra. Quando são chamados para pregar fora, nem parece quem suas despesas são pagas por quem o convidou, mas ainda aproveitam para fazer uma frente e ficam fazendo da casa de Deus casa de comércio da Palavra, oferecendo do púlpito suas obras. Sou a favor que se vendam livros, CD’s e DVD’s, mas não na Casa de Adoração.

Jesus disse: “e, indo, pregai, dizendo: É chegado o Reino dos céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.” (Mt 10.7-8).

Será que alguém pode cobrar por essas bênçãos que Jesus falou? Seu eu recebo de graça os dons de Deus, devo aproveitar-me e vendê-los às pessoas? Acredito que muitos pastores devem avaliar sua própria vida e ministério, pois a Palavra de Deus não é brincadeira. Muitos têm se tornado avarento, amantes do dinheiro, pregam sobre a fome no mundo, mas não têm coragem de vender seu carrão, ou retirar o dinheiro da conta para ajudar seus próprios membros que estão passando necessidade.

Veja o que aconteceu em Atos:
“E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo. Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro.” (At 8-18-20).

Fica claro que novas teologias, experiências pessoais, revelações extraordinárias, e afins, que alguns querem colocar igual ou acima das Escrituras, para usufruir em benefício próprio, enganando a outros, estão total e completamente fora da ortodoxia bíblica, principalmente no que diz respeito aos ensinamentos dos apóstolos.

CONCLUSÃO

Graças a Deus que temos a Bíblia como nossa regra de fé e prática! Ela mostra o caminho que devemos seguir, para não sermos iludidos nesses últimos dias por espíritos enganadores e a doutrinas de demônios (1 Tm 4.1), são falsos profetas, que vêm até nós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. (Mt 7.15), porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos símplices (Rm 16.18), e, por avareza, farão de nós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita. (2Pe 2.3). Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE 2 Pe 1.16-21; 2.1

(v.16a) “Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas...” – O evangelho não é constituído de “fábulas artificialmente compostas”. O caminho da salvação por meio de Jesus Cristo é eminentemente o plano de Deus, a mais excelente idéia do infinitamente sábio Jeová; foi Ele que inventou esse caminho de salvar pecadores por meio de Jesus Cristo, cujo poder e vinda são anunciados no evangelho, e a pregação do apóstolo é a divulgação dessas coisas.
(v.16b) “...mas nós mesmos vimos a sua majestade” – O apóstolo Pedro prova que é uma das maiores certezas e realidades [...] a bendita habitação do nosso Salvador aqui na terra, quando Ele assumiu a forma de servo e foi encontrado em semelhança humana, Ele às vezes se manifestou como Deus, e particularmente a Pedro, Tiago e João (Mc 9.2-3), que foram testemunhas oculares, e por isso podem e devem atestá-lo. Eles testemunham o que viram com os seus olhos, e mais, ouviram com os seus ouvidos... (v.17) “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 17.5).
(v.18) “E ouvimos esta voz dirigida do céu, estando nós com ele no monte santo.” – O propósito dessa voz foi fazer uma honra singular ao nosso Salvador enquanto ele estava aqui embaixo. Essa voz foi ouvida, e de tal forma que foi entendida por Pedro, Tiago e João. Eles não ouviram somente um som (como as pessoas, Jo 12.28,29), mas eles entenderam o sentido.
(v.19) “E temos, mui firme, a palavra dos profetas...” – Eis mais um argumento do apóstolo Pedro, que prova a verdade e realidade do evangelho, essa é mais forte e convincente [...] é uma declaração profética do poder e da vinda, da divindade e encarnação, do nosso Salvador, que temos no Antigo Testamento. Lá foi profetizado que a semente da mulher feriria a cabeça da serpente (Gn 3.15). O seu poder de destruir o diabo e suas obras e o fato de nascer de mulher, são aí preditos. “Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João” (Mt 11.13), e os evangelistas e os apóstolos escreveram a história do que foi transmitido antes como profecia.
“...à qual bem fazeis em estar atentos...”, isto é, que apliquemos a nossa mente para entender o sentido, e o nosso coração para crer na verdade dessa palavra firme, e mais, que nos submetamos a ela para que sejamos trabalhados e formados por ela. “...como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração”, - é preciso considerar e usar as Escrituras como uma luz que Deus enviou e estabeleceu o mundo, para dissipar aquela escuridão que está sobre a face de toda a terra. A palavra é uma lâmpada para os pés dos que a usam corretamente; isso revela o caminho em que o homem deve andar [...] se de alguma forma os homens se tornam sábios para a salvação, isso ocorre pelo brilho da Palavra de Deus no seu coração.
(v.20) “sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação” – O apóstolo estabelece uma condição como previamente necessária para que possamos dar atenção às Escrituras e nos tornar bons por meio delas, e isso é saber que toda profecia é de origem divina. Em outras palavras, nenhuma profecia das Escrituras é da opinião pessoal do homem, uma explicação da sua própria mente, mas a revelação da mente de Deus. Os profetas do Senhor não disseram nem falaram nada que viesse da sua própria mente, veja: “Nisto conhecereis que o Senhor me enviou a fazer todos estes feitos, que de meu coração não procedem” (Nm16.28). essa importante verdade da origem divina das Escrituras, deve ser conhecida e reconhecida por todos aqueles que querem dar atenção à firme palavra da profecia. Que as Escrituras são a palavra de Deus não é somente um artigo de fé do verdadeiro cristão, mas também uma questão de ciência e conhecimento.
(v.21) “porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum...”- isso é necessário para que as pessoas sejam completamente convencidas da origem divina das Escrituras. Nem as coisas em si que foram registradas e constituem as diversas partes do Antigo Testamento são a opinião dos homens, nem ocorreu que a vontade de qualquer um dos profetas ou autores dessas Escrituras se tornasse a regra ou razão por que foram escritas quaisquer das coisas que constituem o Cânon das Escrituras. “...mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” – Observe que eles eram homens santos de Deus que se ocuparam com o livro que recebemos como a palavra de Deus. O Espírito Santo é o agente supremo, os homens santos são apenas instrumentos. Ele de forma poderosa os estimulou e os engajou a falar (e escrever) o que tinha posto na boca deles.
Devemos, então, reverenciar a Bíblia como o livro escrito por homens santos, inspirados, influenciados e ajudados pelo Espírito Santo.
(2Pe 2.1) “E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores...” – No início deste capítulo, o apóstolo Pedro nos conta que existiram, mesmo naquela época, falsos profetas na igreja junto aos verdadeiros. Em todas as épocas da igreja, e em todas as dispensações, quando Deus envia os verdadeiros profetas, o diabo manda alguns para seduzir e enganar. No Novo Testamento, são falsos cristos, falsos apóstolos e mestres enganadores. “...que introduzirão encobertamente heresias de perdição...” - A ocupação deles é introduzir enganos destruidores, até mesmo heresias abomináveis, que são em geral introduzidas secretamente, sob o manto e o disfarce da verdade. “...e negarão o Senhor que os resgatou...” – Eles rejeitam e se negam a ouvir e aprender do grande mestre enviado por Deus, embora Ele seja o único Salvador e Redentor dos homens, que pagou o preço suficiente para redimir todos os pecadores que há no mundo. Os que introduzem enganos destrutivos sobre outros trazem “...sobre si mesmos repentina perdição” Autodestruidores são destruídos rapidamente; e os que estão tão edurecidos que propagam enganos destrutivos para outros serão certa e repentinamente destruídos, e isso sem escapatória.

Fontes:

Comentário Novo Testamento Matthew Henry
CACP – Centro Apologético Cristão de Pesquisa
Bíblia de Estudo Pentecostal

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