“Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam” (Sl 23.4).
“Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR o livra de todas” (Salmos 34.19).
INTRODUÇÃO
A segunda Epístola aos Coríntios é uma carta muito pessoal do apóstolo Paulo, com relação às outras, pois ele demonstrou toda sua preocupação com aqueles crentes e procurou eliminar a dúvida que eles tinham sobre seu apostolado. Esta carta é, em certo sentido, uma autobiografia de Paulo e uma firme defesa do seu ministério. Paulo mostra grande parte de suas experiências, pensamentos, temores e vida particular. Tinha muito a dizer sobre seus sofrimentos e empenho na causa de Cristo (2Co 11.24-27), bem como do consolo vindo do “Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação”.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE (2Co 1.1-7)
“Paulo” (v.1). A epígrafe das cartas de Paulo sempre se inicia com seu nome. Ele se autodenomina “...apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus”. Paulo foi chamado para esse ministério por Jesus Cristo, e ele atribuía sua posição de apóstolo à escolha de Deus para sua vida (At 9.15). Isto também serviu para mostrar àqueles falsos obreiros que incitavam os cristãos de Corinto que esse título (apóstolo) foi outorgado pela vontade de Deus (Gl 1.15-16).
“...e o irmão Timóteo...”. Paulo une-se a Timóteo para escrever esta epístola, não porque precisasse de ajuda, mas para que pela boca de duas testemunhas a palavra fosse estabelecida. O apóstolo Paulo era muito humilde, pois recomenda Timóteo (embora fosse ainda jovem) para que recebesse a estima e o reconhecimento entre as igrejas.
OBS.: Precisamos recordar que Timóteo era o portador da epístola de 1 Coríntios (1Co 4.17; 16.10), mas nem ele nem a carta foram bem recebidos. Talvez porque Timóteo fosse bastante jovem (1Tm 4.12), deste modo Paulo protege a imagem de Timóteo, que havia sido prejudicada entre os coríntios.
“...à igreja de Deus que está em Corinto, com todos os santos que estão em toda a Acaia”. Não somente a igreja, mas todos os cristãos que viviam naquela região, pois o apóstolo não fazia distinção entre os habitantes da cidade e do interior, todos estavam no mesmo plano. A expressão “os santos” (gr. hoi hagioi) é usada 37 vezes em suas cartas, e designa o povo de Deus como aqueles que foram separados ou consagrados como sua propriedade.
“graça a vós e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo” (v.2). Graça e Paz são dois benefícios que se combinam. Não há paz duradoura sem a verdadeira graça. Graça “da parte de Deus” e paz “do Senhor Jesus Cristo”, ou de ambos que beneficiam o homem caído.
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo...” (v.3). O apóstolo inicia agora a narrativa falando da bondade de Deus para com ele e seus companheiros nas suas diversas tribulações, das quais ele fala com um coração grato, louvando a Deus por sua graça em meio às provações.
“...o Pai das misericórdias...”. Paulo testifica, por experiência pessoal, que Deus é uma fonte de infinita misericórdia e conforto para os cristãos que estão sofrendo. Todas as misericórdias têm origem em Deus, Ele “tem prazer na misericórdia” (Mq 7.18, versão RA. Sl 25.10).
“...o Deus de toda consolação”. De Deus veio o consolador (Jo 15.26), Ele deu o penhor do Espírito em nossos corações (2Co 1.22). Todos os nossos confortos vêm de Deus, isto é, a ajuda e o conforto que desejamos estão nEle.
“que nos consola em toda a nossa tribulação...”(v.4). Paulo e seus companheiros receberam de Deus o consolo em toda tribulação que tiveram, pois se depararam com muitas tribulações, mas encontraram consolo em todas elas. Os crentes que suportam aflições por causa de Cristo, estão seguros de que Deus o Pai e o Senhor Jesus Cristo estão prontos a fornecer ajuda e conforto.
“...para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus”. As próprias aflições de Paulo (v.6), e o conforto que ele recebeu de Deus foram os meios de prepará-lo para oferecer encorajamento divino aos Coríntios, quando enfrentaram provações. Somos mais bem-sucedidos em falar de Deus e de sua bondade quando falamos de experiência própria. Faz parte dos planos de Deus fazer-nos capazes de confortar outros na tribulação (v.14).
“Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também a nossa consolação sobeja por meio de Cristo” (v.5). Esse versículo fala de proporção, ou seja, se sofremos muito por causa de Cristo, podemos estar seguros que Deus nos confortará abundantemente.
“Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação...” (v.6). Os sofrimentos de homens dedicados têm a tendência de acabar bem, quando é suportado com fé e paciência. Se imitarmos a fé e a paciência de nossos líderes quando passam por aflições, poderemos esperar também participar das consolações deles aqui e da sua salvação no futuro. “...se somos consolados, para vossa consolação é, a qual se opera, suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos”.
“E a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação” (v.7). Nesse versículo o apóstolo busca encorajar e edificar os coríntios. Ele lhes fala da sua esperança de que receberiam os benefícios das aflições que ele e seus companheiros tinham experimentado no seu trabalho e viagens, para que a fé deles não se enfraquecesse, mas suas consolações fossem aumentadas. A própria experiência de Paulo deu-lhe uma esperança confiante de que os coríntios se tornariam vitoriosos em suas aflições.
AFLIÇÃO E CONSOLO
O apóstolo demonstra sua fé e gratidão a Deus, mesmo diante das várias lutas, perseguições e calúnias que sofrera. Ele mesmo diz: “Porque, em muita tribulação e angústia do coração, vos escrevi, com muitas lágrimas...” (2.4). Entretanto, no início desta carta ele afirma que Deus é “o Pai das misericórdias e o Deus de TODA consolação” (1.3). É nesse Deus que Paulo coloca toda sua confiança, pois Ele “nos consola em TODA a nossa tribulação” (v.4).
O comentarista da lição, Pr. Elienai Cabral, destaca que “o consolo que recebemos de Deus, em meio aos sofrimentos, serve de bênçãos para nós mesmo e para os outros [...] na verdade, a Bíblia nos fala aqui da responsabilidade do crente em relação aos seus irmãos em Cristo, quando enfrentam tribulação, lutas, sofrimentos e dificuldades”.
OBS.: Precisamos aprender que faz parte do plano de Deus nos capacitar para enfrentar as “aflições” com bom ânimo (Jo 16.33). Para isso, é necessário passarmos por aflições, para formar nosso caráter cristão através de várias experiências. Paulo convida Timóteo para sofrer com ele as aflições (2Tm 2.3). Encontramos na Epístola de Tiago um conselho: “Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, SABENDO que a prova da vossa fé produz a paciência” (Tg 1.2-3). A palavra “tentação” tem o sentido de “várias provas”. Muitos pedem a Deus paciência, mas não sabem que pedir paciência é pedir provações! Como posso consolar alguém que está passando por uma situação difícil sem eu nunca ter passado por dificuldades e, consequentemente, ter sido consolado por Deus?
Paulo recomenda aos Romanos: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, SABENDO que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança. E a esperança não traz confusão...” (Rm 5.3-5).
OBS.: Preciso destacar aqui palavra “SABENDO”, pois ela é comum nos dois textos acima e esclarece um pequeno, mas tão importante detalhe! Quando passamos por provações, aflições, tribulações, etc., NÓS SABEMOS que é para um propósito, a saber, para adquirirmos paciência, experiência e esperança. Essas qualidades nos transformam em pessoas preparadas, em agentes de Deus para ajudar nossos irmãos. Para ilustrar, gostaria de usar o exemplo de José do Egito: Um jovem inexperiente, conta sonhos exaltados, causa inveja em seus irmãos que, para não o matar, vendem-no como escravo... Então começa sua aflição. Mas Deus usou seu sofrimento para lhe dar experiência, e depois para usá-lo e salvar sua família (Gn 45.4-5).
A FALSA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
A chamada “Teologia da Prosperidade”, em ênfase hoje no Brasil por vários segmentos “evangélicos”, a saber: Igreja Universal do Reino de Deus; Igreja Internacional da Graça; Igreja Mundial do Poder de Deus, entre outras, tem enfatizado que seguir a Jesus é sinônimo de a uma vida de sucesso financeiro, projeção social e quase imunidade a qualquer tipo de sofrimento.
Um cristão que vive sofrendo é porque não está bem espiritualmente: ou está em pecado ou não tem fé. Crente não deve ser pobre, nem doente. Pobreza e doença são marcas de pessoas dominadas pelo poder do diabo.
Tais pensamentos são anti-bíblicos e heréticos. Se atentarmos para a história, encontraremos vários exemplos de sofrimentos e martírios contra a vida de alguns discípulos que foram chamados por Jesus.
O próprio Paulo, sendo julgado perante Nero, foi condenado a ser decapitado; outros morreram queimados, apedrejados e de muitas outras formas de torturas.
Os cristãos não estão livres do sofrimento nem da pobreza. Jesus disse ao jovem rico: “...vai, e vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me” (Mc 10.21).
“Milhões de crentes zelosos no Terceiro Mundo nada têm de posses materiais. Estão eles enganados ou fracos na fé? Eles entendem mais sobre a cruz do que de carro do ano e a única riqueza de que se ufanam é a vida eterna” (MENSAGEIRO DA PAZ. Jornal. Junho de 1991, p 15).
Portanto, as aflições são inevitáveis, mas o consolo que vem da parte de Deus é certo, e traz consigo refrigério e descanso para nossas almas.
AMARGURA E LIBERTAÇÃO
Os versículos 8-11 não estão na leitura bíblica, mas foram comentados no 3º tópico da lição.
“Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que até da vida desesperamos” (v.8).
Era conveniente para as igrejas saberem quais eram os sofrimentos dos seus ministros. Embora não saibamos especificamente quais eram as dificuldades enfrentadas na Ásia, talvez o tumulto levantado por Demétrio em Éfeso (At 19), ou a briga com feras mencionada na epístola anterior (cap. 15), ou alguma outra tribulação. Certo é, que eles foram “sobremaneira agravados”, acima de qualquer força comum de cristãos normais. Ele pensou que poderia ter morrido.
Paulo diz que eles foram levados a esse extremo “para que não confiássemos em nós, mas em Deus” (v.9). Com isso aprendemos que Deus muitas vezes leva seu povo a enfrentar grandes dificuldades, para que possam perceber sua própria insuficiência e sejam convencidos a colocar sua confiança e esperança no Deus Todo-poderoso.
CONCLUSÃO
Experiências passadas são grande alento para a fé e a esperança, e ajudam para confiarmos em Deus no futuro e consolar outros irmãos. Nossas experiências passadas e atuais servirão para confiarmos em Deus nas futuras dificuldades. Portanto, oremos uns pelos outros e agradeçamos a Deus por tudo, pelas bênçãos e pelas aflições, sabendo que ele nos consolará no momento certo.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento.
Novo Comentário Pentecostal, CPAD.
A Cruz e a Teologia da Prosperidade.
“Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR o livra de todas” (Salmos 34.19).
INTRODUÇÃO
A segunda Epístola aos Coríntios é uma carta muito pessoal do apóstolo Paulo, com relação às outras, pois ele demonstrou toda sua preocupação com aqueles crentes e procurou eliminar a dúvida que eles tinham sobre seu apostolado. Esta carta é, em certo sentido, uma autobiografia de Paulo e uma firme defesa do seu ministério. Paulo mostra grande parte de suas experiências, pensamentos, temores e vida particular. Tinha muito a dizer sobre seus sofrimentos e empenho na causa de Cristo (2Co 11.24-27), bem como do consolo vindo do “Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação”.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE (2Co 1.1-7)
“Paulo” (v.1). A epígrafe das cartas de Paulo sempre se inicia com seu nome. Ele se autodenomina “...apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus”. Paulo foi chamado para esse ministério por Jesus Cristo, e ele atribuía sua posição de apóstolo à escolha de Deus para sua vida (At 9.15). Isto também serviu para mostrar àqueles falsos obreiros que incitavam os cristãos de Corinto que esse título (apóstolo) foi outorgado pela vontade de Deus (Gl 1.15-16).
“...e o irmão Timóteo...”. Paulo une-se a Timóteo para escrever esta epístola, não porque precisasse de ajuda, mas para que pela boca de duas testemunhas a palavra fosse estabelecida. O apóstolo Paulo era muito humilde, pois recomenda Timóteo (embora fosse ainda jovem) para que recebesse a estima e o reconhecimento entre as igrejas.
OBS.: Precisamos recordar que Timóteo era o portador da epístola de 1 Coríntios (1Co 4.17; 16.10), mas nem ele nem a carta foram bem recebidos. Talvez porque Timóteo fosse bastante jovem (1Tm 4.12), deste modo Paulo protege a imagem de Timóteo, que havia sido prejudicada entre os coríntios.
“...à igreja de Deus que está em Corinto, com todos os santos que estão em toda a Acaia”. Não somente a igreja, mas todos os cristãos que viviam naquela região, pois o apóstolo não fazia distinção entre os habitantes da cidade e do interior, todos estavam no mesmo plano. A expressão “os santos” (gr. hoi hagioi) é usada 37 vezes em suas cartas, e designa o povo de Deus como aqueles que foram separados ou consagrados como sua propriedade.
“graça a vós e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo” (v.2). Graça e Paz são dois benefícios que se combinam. Não há paz duradoura sem a verdadeira graça. Graça “da parte de Deus” e paz “do Senhor Jesus Cristo”, ou de ambos que beneficiam o homem caído.
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo...” (v.3). O apóstolo inicia agora a narrativa falando da bondade de Deus para com ele e seus companheiros nas suas diversas tribulações, das quais ele fala com um coração grato, louvando a Deus por sua graça em meio às provações.
“...o Pai das misericórdias...”. Paulo testifica, por experiência pessoal, que Deus é uma fonte de infinita misericórdia e conforto para os cristãos que estão sofrendo. Todas as misericórdias têm origem em Deus, Ele “tem prazer na misericórdia” (Mq 7.18, versão RA. Sl 25.10).
“...o Deus de toda consolação”. De Deus veio o consolador (Jo 15.26), Ele deu o penhor do Espírito em nossos corações (2Co 1.22). Todos os nossos confortos vêm de Deus, isto é, a ajuda e o conforto que desejamos estão nEle.
“que nos consola em toda a nossa tribulação...”(v.4). Paulo e seus companheiros receberam de Deus o consolo em toda tribulação que tiveram, pois se depararam com muitas tribulações, mas encontraram consolo em todas elas. Os crentes que suportam aflições por causa de Cristo, estão seguros de que Deus o Pai e o Senhor Jesus Cristo estão prontos a fornecer ajuda e conforto.
“...para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus”. As próprias aflições de Paulo (v.6), e o conforto que ele recebeu de Deus foram os meios de prepará-lo para oferecer encorajamento divino aos Coríntios, quando enfrentaram provações. Somos mais bem-sucedidos em falar de Deus e de sua bondade quando falamos de experiência própria. Faz parte dos planos de Deus fazer-nos capazes de confortar outros na tribulação (v.14).
“Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também a nossa consolação sobeja por meio de Cristo” (v.5). Esse versículo fala de proporção, ou seja, se sofremos muito por causa de Cristo, podemos estar seguros que Deus nos confortará abundantemente.
“Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação...” (v.6). Os sofrimentos de homens dedicados têm a tendência de acabar bem, quando é suportado com fé e paciência. Se imitarmos a fé e a paciência de nossos líderes quando passam por aflições, poderemos esperar também participar das consolações deles aqui e da sua salvação no futuro. “...se somos consolados, para vossa consolação é, a qual se opera, suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos”.
“E a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação” (v.7). Nesse versículo o apóstolo busca encorajar e edificar os coríntios. Ele lhes fala da sua esperança de que receberiam os benefícios das aflições que ele e seus companheiros tinham experimentado no seu trabalho e viagens, para que a fé deles não se enfraquecesse, mas suas consolações fossem aumentadas. A própria experiência de Paulo deu-lhe uma esperança confiante de que os coríntios se tornariam vitoriosos em suas aflições.
AFLIÇÃO E CONSOLO
O apóstolo demonstra sua fé e gratidão a Deus, mesmo diante das várias lutas, perseguições e calúnias que sofrera. Ele mesmo diz: “Porque, em muita tribulação e angústia do coração, vos escrevi, com muitas lágrimas...” (2.4). Entretanto, no início desta carta ele afirma que Deus é “o Pai das misericórdias e o Deus de TODA consolação” (1.3). É nesse Deus que Paulo coloca toda sua confiança, pois Ele “nos consola em TODA a nossa tribulação” (v.4).
O comentarista da lição, Pr. Elienai Cabral, destaca que “o consolo que recebemos de Deus, em meio aos sofrimentos, serve de bênçãos para nós mesmo e para os outros [...] na verdade, a Bíblia nos fala aqui da responsabilidade do crente em relação aos seus irmãos em Cristo, quando enfrentam tribulação, lutas, sofrimentos e dificuldades”.
OBS.: Precisamos aprender que faz parte do plano de Deus nos capacitar para enfrentar as “aflições” com bom ânimo (Jo 16.33). Para isso, é necessário passarmos por aflições, para formar nosso caráter cristão através de várias experiências. Paulo convida Timóteo para sofrer com ele as aflições (2Tm 2.3). Encontramos na Epístola de Tiago um conselho: “Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, SABENDO que a prova da vossa fé produz a paciência” (Tg 1.2-3). A palavra “tentação” tem o sentido de “várias provas”. Muitos pedem a Deus paciência, mas não sabem que pedir paciência é pedir provações! Como posso consolar alguém que está passando por uma situação difícil sem eu nunca ter passado por dificuldades e, consequentemente, ter sido consolado por Deus?
Paulo recomenda aos Romanos: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, SABENDO que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança. E a esperança não traz confusão...” (Rm 5.3-5).
OBS.: Preciso destacar aqui palavra “SABENDO”, pois ela é comum nos dois textos acima e esclarece um pequeno, mas tão importante detalhe! Quando passamos por provações, aflições, tribulações, etc., NÓS SABEMOS que é para um propósito, a saber, para adquirirmos paciência, experiência e esperança. Essas qualidades nos transformam em pessoas preparadas, em agentes de Deus para ajudar nossos irmãos. Para ilustrar, gostaria de usar o exemplo de José do Egito: Um jovem inexperiente, conta sonhos exaltados, causa inveja em seus irmãos que, para não o matar, vendem-no como escravo... Então começa sua aflição. Mas Deus usou seu sofrimento para lhe dar experiência, e depois para usá-lo e salvar sua família (Gn 45.4-5).
A FALSA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
A chamada “Teologia da Prosperidade”, em ênfase hoje no Brasil por vários segmentos “evangélicos”, a saber: Igreja Universal do Reino de Deus; Igreja Internacional da Graça; Igreja Mundial do Poder de Deus, entre outras, tem enfatizado que seguir a Jesus é sinônimo de a uma vida de sucesso financeiro, projeção social e quase imunidade a qualquer tipo de sofrimento.
Um cristão que vive sofrendo é porque não está bem espiritualmente: ou está em pecado ou não tem fé. Crente não deve ser pobre, nem doente. Pobreza e doença são marcas de pessoas dominadas pelo poder do diabo.
Tais pensamentos são anti-bíblicos e heréticos. Se atentarmos para a história, encontraremos vários exemplos de sofrimentos e martírios contra a vida de alguns discípulos que foram chamados por Jesus.
O próprio Paulo, sendo julgado perante Nero, foi condenado a ser decapitado; outros morreram queimados, apedrejados e de muitas outras formas de torturas.
Os cristãos não estão livres do sofrimento nem da pobreza. Jesus disse ao jovem rico: “...vai, e vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me” (Mc 10.21).
“Milhões de crentes zelosos no Terceiro Mundo nada têm de posses materiais. Estão eles enganados ou fracos na fé? Eles entendem mais sobre a cruz do que de carro do ano e a única riqueza de que se ufanam é a vida eterna” (MENSAGEIRO DA PAZ. Jornal. Junho de 1991, p 15).
Portanto, as aflições são inevitáveis, mas o consolo que vem da parte de Deus é certo, e traz consigo refrigério e descanso para nossas almas.
AMARGURA E LIBERTAÇÃO
Os versículos 8-11 não estão na leitura bíblica, mas foram comentados no 3º tópico da lição.
“Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que até da vida desesperamos” (v.8).
Era conveniente para as igrejas saberem quais eram os sofrimentos dos seus ministros. Embora não saibamos especificamente quais eram as dificuldades enfrentadas na Ásia, talvez o tumulto levantado por Demétrio em Éfeso (At 19), ou a briga com feras mencionada na epístola anterior (cap. 15), ou alguma outra tribulação. Certo é, que eles foram “sobremaneira agravados”, acima de qualquer força comum de cristãos normais. Ele pensou que poderia ter morrido.
Paulo diz que eles foram levados a esse extremo “para que não confiássemos em nós, mas em Deus” (v.9). Com isso aprendemos que Deus muitas vezes leva seu povo a enfrentar grandes dificuldades, para que possam perceber sua própria insuficiência e sejam convencidos a colocar sua confiança e esperança no Deus Todo-poderoso.
CONCLUSÃO
Experiências passadas são grande alento para a fé e a esperança, e ajudam para confiarmos em Deus no futuro e consolar outros irmãos. Nossas experiências passadas e atuais servirão para confiarmos em Deus nas futuras dificuldades. Portanto, oremos uns pelos outros e agradeçamos a Deus por tudo, pelas bênçãos e pelas aflições, sabendo que ele nos consolará no momento certo.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento.
Novo Comentário Pentecostal, CPAD.
A Cruz e a Teologia da Prosperidade.
2 comentários:
Gostei dos primeiros comentários a respeito dos versículos, muito bom mesmo. Gostei porque ficou bem separado para os irmãos entenderem. Que Deus abençoe mais e mais. Graça e Paz!
Um comentário que eu gostaria de assim postar é um simples pensamento a respeito do consolo dado por Deus nas horas difíceis. Segue-se o comentário:
Certa vez um homem foi preso por amar a Deus e obedecê-lo e honrá-lo. O rei deste lugar o lançou em um lugar lúgrube e escuro. Mesmo assim para que desse uma chance a este homem o rei (malígno) pegou duas folhas de papel e escreveu palavras e disse: -Se você homem adorador e amante desse Deus, conseguir dizer onde está a palavra liberdade, já que em um outro papel está escrito morte, será liberto. O homem se ajoelhou e pensou, pediu a graça de Deus e logo lançou sua mão rapidamente e tomou o papel que estava na mão esquerda e o comeu. O rei atônito perguntou: E agora como vou fazer para decidir se você vive ou morre? O homem respondeu: É simples, se na outra mão aparecer a palavra morte, é porque na outra tinha escrito LIBERDADE. E o homem foi liberto pelo rei. O homem sabia que o rei não iria libertá-lo, e que ele tinha escrito morte em todas as duas folhas de papel, mas ele pediu a direção divina e Deus prontamente o respondeu!
Assim é na vida do crente. Quando estamos diante de situações difíceis não podemos nos desesperar, mas temos que pedir a direção divina pois Deus irá nos orientar e fazer conforme a sua vontade!
Postar um comentário