INTRODUÇÃO
No que diz respeito à ajuda aos necessitados, o apóstolo Paulo orienta aos coríntios que é muito importante que não fizessem apenas o que é requerido, mas fizessem como é ordenado, ou seja, prestar o auxílio da maneira certa e aceitável. Mostre aos alunos que nos versículos 5 e 6, esperava-se uma contribuição abundante, não com avareza, mas com generosidade, de maneira que esta generosidade deveria ser cultivada em nosso ato de ofertar.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE (2Co 9.6-12)
“E digo isto: Que o que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará” (v.6). O apóstolo Paulo ensina aos coríntios vários princípios bíblicos, e o primeiro pode ser chamado o “princípio de semear e colher”, ao qual emprega a figura da colheita (cf. Pv 11.25; 22.8,9; Lc 6.38). A lição é simples: quanto mais um fazendeiro semear, maior será a colheita.
“Cada um contribua segundo propôs no seu coração...” (v.7). Deveria ser de maneira decisiva e reflexiva. Obras de caridade, como outras boas obras, devem ser feitas com planejamento, já que alguns apenas as fazem eventualmente. Por exemplo: alguns se compadecem momentaneamente de outros, sem um bom intento no coração, e dão mais do que gostariam e, então, se arrependem disso mais tarde. Ou, talvez se considerassem devidamente a situação, teriam dado mais. Analisar as circunstâncias das pessoas que estamos prestes a ajudar é muito útil para nos orientar em quão generosos devemos ser nas contribuições para fins de caridade.
“...não com tristeza ou por necessidade...”. Essa oferta deve ser de maneira voluntária, independentemente de quanto damos, seja mais, seja menos. As pessoas às vezes vão dar meramente para satisfazer a insistência daqueles que pedem a sua Caridade. Eles dão de forma forçada, e essa má vontade estraga tudo que fazem. Devemos dar além daquilo que algumas pessoas necessitadas nos pedem. Não devemos somente dar o pão, mas também a nossa alma (Is 58.10).
“... porque Deus ama ao que dá com alegria”. Tendo em vista que a oferta é uma “dádiva generosa”, Deus ama a doação que é feita alegremente (Rm 12.8), com a mão aberta, com um semblante satisfeito, estando gratos pela oportunidade de sermos caridosos.
Agora Paulo fala de um primeiro incentivo àqueles que ofertam conforme a maneira acima, ou seja, um encorajamento para realizar essa obra de caridade da forma que foi dirigida.
A) Eles não serão perdedores naquilo que derem.
- Essas pessoas deveriam lembrar que o que é dado aos pobres da maneira correta, certamente não estará perdido. A semente preciosa que é lançada no solo não é perdida, embora esteja enterrada ali por um tempo. Ela brotará e dará fruto. O semeador a receberá novamente com abundância (v. 6).
B) Deus ama o doador alegre (v. 7)
Esses doadores serão objetos do amor divino; esse amor e o favor de Deus são melhores do que todas as outras coisas, melhores até do que a própria vida!
C) Deus é poderoso para fazer nossa caridade resultar em benefício próprio (v.8)
- Não temos motivos para desconfiar da bondade de Deus, e certamente não temos motivos para questionar seu poder... pois...
“Deus é poderoso para tornar abundante em vós toda graça...” (v.8). Ele pode fazer com que tenhamos todas as nossas necessidades supridas e que estejamos contentes com o que temos, para que seja reposto o que damos, e assim sejamos capazes de dar ainda mais, “...a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência, superabundeis em toda boa obra”. Como está escrito em relação ao homem generoso que teme a Deus (SI 112.9). A honra disso é duradoura, a recompensa é eterna, e ele continua tendo condições de viver confortavelmente e de dar generosamente aos outros. “Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre” (v.9).
Paulo usa então outro incentivo espiritual: elabora uma oração a Deus em favor deles para que sejam ganhadores e não perdedores.
[1] A quem a oração é feita - a Deus,
“...que dá a semente ao que semeia” (v.10), e que, pela sua providência, dá um aumento tão grande de frutos da terra que não temos apenas pão suficiente para comer ao longo do ano, mas suficiente para nova sementeira visando o suprimento futuro. É Deus que nos dá não só os nossos meios de subsistência, mas também o que é necessário para suprir as necessidades dos outros, como sementes a serem semeadas.
[2] O motivo da oração.
Há vários motivos, a saber: “... pão para comer também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça” (v.10). Assim poderão colher com abundância e ter o melhor e mais amplo retorno da sua caridade, e em tudo enriquecer.
OBS.: Obras de caridade jamais nos empobrecerão, porque são os meios apropriados para tornar-nos verdadeiramente ricos.
“Para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus. Porque a administração desse serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também redunda em muitas graças, que se dão a Deus” (vv.11,12). Através de Paulo e daqueles que administram a oferta, a generosidade da dádiva coríntia faria com que muitos voltassem seus corações agradecidos a Deus em ação de graças - corações agradecidos glorificariam a Deus por verem nesta dádiva generosa, a prova de que os coríntios não somente professam o evangelho, mas vivem em obediência aos seus ensinos.
OBS.: Paulo não poderia ter-nos dado um incentivo mais forte, não apenas por pregar as boas novas, mas também por vivê-las. Isto é, quando o povo de Deus, redimido por sua graça, espelha sua misericórdia através dos atos de compaixão e amor, cria uma mensagem poderosa, incentivadora e dificilmente resistível.
Embora não esteja na Leitura Bíblica em Classe, é digno de nota que Paulo encerra esta passagem com um incentivo final: “...na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo [...] e pela sua oração por vós, tendo de vós saudades, por causa da excelente graça de Deus [...] Graças a Deus, pois, pelo seu dom inefável.” (vv.13-15). A liberalidade dos coríntios faria com que os destinatários da oferta orassem fervorosamente e afetuosamente por eles, com orações inspiradas pela maravilhosa graça e obra de Deus no interior de cada um deles. Na menção da graça redentora de Deus, Paulo irrompe em louvor, agradecendo ao Senhor por seu indescritível dom. Uma vez que este dom é dado pelo próprio Deus como evidência de sua graça abundante e está além de qualquer descrição, Paulo certamente tem Cristo em mente, o próprio Filho de Deus (Rm 6.23; 8.32; 2 Co 8.9; cf. Ef 1,6).
A PREVISÃO E PROVISÃO DOS NECESSITADOS
“Porque sempre tendes os pobres convosco e podeis fazer-lhes bem” (Mc 14.7). Essa frase pronunciada por Jesus, baseia-se no livro de Deuteronômio 15.11, que diz: “Pois nunca cessará o pobre do meio da terra; pelo que te ordeno, dizendo: Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado e para o teu pobre na tua terra”. Encontramos nesse texto o cuidado de Deus para com os necessitados, que serve de orientação para o seu povo. Mas, observando atentamente o contexto (vv.1-10), Deus ordena que os credores quitem as dívidas dos seus irmãos pobres, “somente para que entre ti não haja pobre” (v.4), pois agindo assim, seriam abundantemente abençoados se obedecessem a esse mandamento. O texto ainda mostra que quando entre eles houvesse “algum pobre de teus irmãos [...] não endurecerás o teu coração, nem fecharás a tua mão a teu irmão que for pobre” (v.7). Observe que a vontade de Deus é que no meio do seu povo não haja necessitados, pois os que têm devem ajudar os que não têm. Entretanto, foi predito que sempre existiriam os pobres e Jesus mostra-nos que isso é verdade. Mas, também existe a possibilidades de contermos, de maneira generosa, a quantidade de necessitados em nosso meio, provendo-lhes o que propormos no coração, pois Deus ama o que dá com alegria e, ele mesmo diz, “Por causa da opressão dos pobres e do gemido dos necessitados, me levantarei agora, diz o SENHOR...” (Salmos 12:5).
A RESPONSABILIDADE DOS CRENTES DIANTE DOS POBRES E NECESSITADOS
Diante do quadro mundial em que vivemos, observamos que a globalização tem ajudado muito o desenvolvimento da economia do país, mas, por outro lado, tem deteriorado a condição social de muitos, pois, enquanto que 70% dos bens do país são controlados por uma minoria, a maioria da população encontra-se em condições miseráveis, vivendo de maneira desumana. e a Igreja do Senhor está convivendo nesse contexto social e atual.
Deus ordena a seu povo que evidencie profunda solicitude pelos pobres e necessitados, especialmente pelos domésticos na fé.
- Boa parte do ministério de Jesus foi dedicado aos pobres e desprivilegiados na sociedade judaica. Dos oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas, ninguém mais se importava a não ser Jesus (cf. Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19; Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc 17.11-19; Lc 7.11-15; 20.45-47). Ele condenava duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e desconsideravam os pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25; 12.16-20; 16.13-15,19-31.
- Jesus espera que seu povo contribua generosamente com os necessitados (ver Mt 6.1-4). Ele próprio praticava o que ensinava, pois levava uma bolsa da qual tirava dinheiro para dar aos pobres (ver Jo 12.5,6; 13.29). Em mais de uma ocasião, ensinou aos que o queriam seguir a se importarem com os marginalizados econômica e socialmente (Mt 19.21; Lc 12.33; 14.12-14,16-24; 18.22). As contribuições não eram consideradas opcionais. Uma das exigências de Cristo para se entrar no seu reino eterno é mostrar-se generoso para com os irmãos e irmãs que passam fome e sede, e acham-se nus (Mt 25.31-46).
- O apóstolo Paulo e a igreja primitiva demonstravam igualmente profunda solicitude pelos necessitados. Bem cedo, Paulo e Barnabé, representando a igreja em Antioquia da Síria, levaram a Jerusalém uma oferta aos irmãos carentes da Judéia (At 11.28-30). Quando o concílio reuniu-se em Jerusalém, os anciãos recusaram-se a declarar a circuncisão como necessária à salvação, mas sugeriram a Paulo e aos seus companheiros “que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência” (Gl 2.10). Um dos alvos de sua terceira viagem missionária foi coletar dinheiro “para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém” (Rm 15.26). Ensinava as igrejas na Galácia e em Corinto a contribuir para esta causa (1Co 16.1-4). Como a igreja em Corinto não contribuísse conforme se esperava, o apóstolo exortou demoradamente aos seus membros a respeito da ajuda aos pobres e necessitados (2Co 8;9). Elogiou as igrejas na Macedônia por lhe terem rogado urgentemente que lhes deixasse participar da coleta (2Co 8.1-4; 9.2). Paulo tinha em grande estima o ato de contribuir.
- Na epístola aos Romanos, ele arrola, como dom do Espírito Santo, a capacidade de se contribuir com generosidade às necessidades da obra de Deus e de seu povo (ver Rm 12.8 nota; ver 1Tm 6.17-19).
- Nossa prioridade máxima, no cuidado aos pobres e necessitados, são os irmãos em Cristo. Jesus equiparou as dádivas repassadas aos irmãos na fé como se fossem a Ele próprio (Mt 25.40, 45). A igreja primitiva estabeleceu uma comunidade que se importava com o próximo, que repartia suas posses a fim de suprir as necessidades uns dos outros (At 2.44,45; 4.34-37). Quando o crescimento da igreja tornou impossível aos apóstolos cuidar dos necessitados de modo justo e equânime, procedeu-se a escolha de sete homens, cheios do Espírito Santo, para executar a tarefa (At 6.1-6). Paulo declara explicitamente qual deve ser o princípio da comunidade cristã: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl 6.10).
- Deus quer que os que têm em abundância compartilhem com os que nada têm para que haja igualdade entre o seu povo (2Co 8.14,15; cf. Ef 4.28; Tt 3.14). Resumindo, a Bíblia não nos oferece outra alternativa senão tomarmos consciência das necessidades materiais dos que se acham ao nosso redor, especialmente de nossos irmãos em Cristo.
CONCLUSÃO
O cristianismo puro e simples é uma submissão ao evangelho, uma rendição da nossa vida à influência dominante das suas verdades e leis. Devemos evidenciar a sinceridade da nossa submissão ao evangelho pelas obras de caridade; isso será para o mérito da nossa confissão e para o louvor e glória de Deus. Os atendidos por essa generosidade no ofertar, buscam dar a sua melhor retribuição ao realizar muitas orações a Deus por aqueles que os socorreram. Essa é a única retribuição que os pobres podem dar, essa é uma grande vantagem para os ricos.
HENRY, Matthew – Comentário Novo Testamento
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento
No que diz respeito à ajuda aos necessitados, o apóstolo Paulo orienta aos coríntios que é muito importante que não fizessem apenas o que é requerido, mas fizessem como é ordenado, ou seja, prestar o auxílio da maneira certa e aceitável. Mostre aos alunos que nos versículos 5 e 6, esperava-se uma contribuição abundante, não com avareza, mas com generosidade, de maneira que esta generosidade deveria ser cultivada em nosso ato de ofertar.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE (2Co 9.6-12)
“E digo isto: Que o que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará” (v.6). O apóstolo Paulo ensina aos coríntios vários princípios bíblicos, e o primeiro pode ser chamado o “princípio de semear e colher”, ao qual emprega a figura da colheita (cf. Pv 11.25; 22.8,9; Lc 6.38). A lição é simples: quanto mais um fazendeiro semear, maior será a colheita.
“Cada um contribua segundo propôs no seu coração...” (v.7). Deveria ser de maneira decisiva e reflexiva. Obras de caridade, como outras boas obras, devem ser feitas com planejamento, já que alguns apenas as fazem eventualmente. Por exemplo: alguns se compadecem momentaneamente de outros, sem um bom intento no coração, e dão mais do que gostariam e, então, se arrependem disso mais tarde. Ou, talvez se considerassem devidamente a situação, teriam dado mais. Analisar as circunstâncias das pessoas que estamos prestes a ajudar é muito útil para nos orientar em quão generosos devemos ser nas contribuições para fins de caridade.
“...não com tristeza ou por necessidade...”. Essa oferta deve ser de maneira voluntária, independentemente de quanto damos, seja mais, seja menos. As pessoas às vezes vão dar meramente para satisfazer a insistência daqueles que pedem a sua Caridade. Eles dão de forma forçada, e essa má vontade estraga tudo que fazem. Devemos dar além daquilo que algumas pessoas necessitadas nos pedem. Não devemos somente dar o pão, mas também a nossa alma (Is 58.10).
“... porque Deus ama ao que dá com alegria”. Tendo em vista que a oferta é uma “dádiva generosa”, Deus ama a doação que é feita alegremente (Rm 12.8), com a mão aberta, com um semblante satisfeito, estando gratos pela oportunidade de sermos caridosos.
Agora Paulo fala de um primeiro incentivo àqueles que ofertam conforme a maneira acima, ou seja, um encorajamento para realizar essa obra de caridade da forma que foi dirigida.
A) Eles não serão perdedores naquilo que derem.
- Essas pessoas deveriam lembrar que o que é dado aos pobres da maneira correta, certamente não estará perdido. A semente preciosa que é lançada no solo não é perdida, embora esteja enterrada ali por um tempo. Ela brotará e dará fruto. O semeador a receberá novamente com abundância (v. 6).
B) Deus ama o doador alegre (v. 7)
Esses doadores serão objetos do amor divino; esse amor e o favor de Deus são melhores do que todas as outras coisas, melhores até do que a própria vida!
C) Deus é poderoso para fazer nossa caridade resultar em benefício próprio (v.8)
- Não temos motivos para desconfiar da bondade de Deus, e certamente não temos motivos para questionar seu poder... pois...
“Deus é poderoso para tornar abundante em vós toda graça...” (v.8). Ele pode fazer com que tenhamos todas as nossas necessidades supridas e que estejamos contentes com o que temos, para que seja reposto o que damos, e assim sejamos capazes de dar ainda mais, “...a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência, superabundeis em toda boa obra”. Como está escrito em relação ao homem generoso que teme a Deus (SI 112.9). A honra disso é duradoura, a recompensa é eterna, e ele continua tendo condições de viver confortavelmente e de dar generosamente aos outros. “Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre” (v.9).
Paulo usa então outro incentivo espiritual: elabora uma oração a Deus em favor deles para que sejam ganhadores e não perdedores.
[1] A quem a oração é feita - a Deus,
“...que dá a semente ao que semeia” (v.10), e que, pela sua providência, dá um aumento tão grande de frutos da terra que não temos apenas pão suficiente para comer ao longo do ano, mas suficiente para nova sementeira visando o suprimento futuro. É Deus que nos dá não só os nossos meios de subsistência, mas também o que é necessário para suprir as necessidades dos outros, como sementes a serem semeadas.
[2] O motivo da oração.
Há vários motivos, a saber: “... pão para comer também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça” (v.10). Assim poderão colher com abundância e ter o melhor e mais amplo retorno da sua caridade, e em tudo enriquecer.
OBS.: Obras de caridade jamais nos empobrecerão, porque são os meios apropriados para tornar-nos verdadeiramente ricos.
“Para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus. Porque a administração desse serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também redunda em muitas graças, que se dão a Deus” (vv.11,12). Através de Paulo e daqueles que administram a oferta, a generosidade da dádiva coríntia faria com que muitos voltassem seus corações agradecidos a Deus em ação de graças - corações agradecidos glorificariam a Deus por verem nesta dádiva generosa, a prova de que os coríntios não somente professam o evangelho, mas vivem em obediência aos seus ensinos.
OBS.: Paulo não poderia ter-nos dado um incentivo mais forte, não apenas por pregar as boas novas, mas também por vivê-las. Isto é, quando o povo de Deus, redimido por sua graça, espelha sua misericórdia através dos atos de compaixão e amor, cria uma mensagem poderosa, incentivadora e dificilmente resistível.
Embora não esteja na Leitura Bíblica em Classe, é digno de nota que Paulo encerra esta passagem com um incentivo final: “...na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo [...] e pela sua oração por vós, tendo de vós saudades, por causa da excelente graça de Deus [...] Graças a Deus, pois, pelo seu dom inefável.” (vv.13-15). A liberalidade dos coríntios faria com que os destinatários da oferta orassem fervorosamente e afetuosamente por eles, com orações inspiradas pela maravilhosa graça e obra de Deus no interior de cada um deles. Na menção da graça redentora de Deus, Paulo irrompe em louvor, agradecendo ao Senhor por seu indescritível dom. Uma vez que este dom é dado pelo próprio Deus como evidência de sua graça abundante e está além de qualquer descrição, Paulo certamente tem Cristo em mente, o próprio Filho de Deus (Rm 6.23; 8.32; 2 Co 8.9; cf. Ef 1,6).
A PREVISÃO E PROVISÃO DOS NECESSITADOS
“Porque sempre tendes os pobres convosco e podeis fazer-lhes bem” (Mc 14.7). Essa frase pronunciada por Jesus, baseia-se no livro de Deuteronômio 15.11, que diz: “Pois nunca cessará o pobre do meio da terra; pelo que te ordeno, dizendo: Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado e para o teu pobre na tua terra”. Encontramos nesse texto o cuidado de Deus para com os necessitados, que serve de orientação para o seu povo. Mas, observando atentamente o contexto (vv.1-10), Deus ordena que os credores quitem as dívidas dos seus irmãos pobres, “somente para que entre ti não haja pobre” (v.4), pois agindo assim, seriam abundantemente abençoados se obedecessem a esse mandamento. O texto ainda mostra que quando entre eles houvesse “algum pobre de teus irmãos [...] não endurecerás o teu coração, nem fecharás a tua mão a teu irmão que for pobre” (v.7). Observe que a vontade de Deus é que no meio do seu povo não haja necessitados, pois os que têm devem ajudar os que não têm. Entretanto, foi predito que sempre existiriam os pobres e Jesus mostra-nos que isso é verdade. Mas, também existe a possibilidades de contermos, de maneira generosa, a quantidade de necessitados em nosso meio, provendo-lhes o que propormos no coração, pois Deus ama o que dá com alegria e, ele mesmo diz, “Por causa da opressão dos pobres e do gemido dos necessitados, me levantarei agora, diz o SENHOR...” (Salmos 12:5).
A RESPONSABILIDADE DOS CRENTES DIANTE DOS POBRES E NECESSITADOS
Diante do quadro mundial em que vivemos, observamos que a globalização tem ajudado muito o desenvolvimento da economia do país, mas, por outro lado, tem deteriorado a condição social de muitos, pois, enquanto que 70% dos bens do país são controlados por uma minoria, a maioria da população encontra-se em condições miseráveis, vivendo de maneira desumana. e a Igreja do Senhor está convivendo nesse contexto social e atual.
Deus ordena a seu povo que evidencie profunda solicitude pelos pobres e necessitados, especialmente pelos domésticos na fé.
- Boa parte do ministério de Jesus foi dedicado aos pobres e desprivilegiados na sociedade judaica. Dos oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas, ninguém mais se importava a não ser Jesus (cf. Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19; Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc 17.11-19; Lc 7.11-15; 20.45-47). Ele condenava duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e desconsideravam os pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25; 12.16-20; 16.13-15,19-31.
- Jesus espera que seu povo contribua generosamente com os necessitados (ver Mt 6.1-4). Ele próprio praticava o que ensinava, pois levava uma bolsa da qual tirava dinheiro para dar aos pobres (ver Jo 12.5,6; 13.29). Em mais de uma ocasião, ensinou aos que o queriam seguir a se importarem com os marginalizados econômica e socialmente (Mt 19.21; Lc 12.33; 14.12-14,16-24; 18.22). As contribuições não eram consideradas opcionais. Uma das exigências de Cristo para se entrar no seu reino eterno é mostrar-se generoso para com os irmãos e irmãs que passam fome e sede, e acham-se nus (Mt 25.31-46).
- O apóstolo Paulo e a igreja primitiva demonstravam igualmente profunda solicitude pelos necessitados. Bem cedo, Paulo e Barnabé, representando a igreja em Antioquia da Síria, levaram a Jerusalém uma oferta aos irmãos carentes da Judéia (At 11.28-30). Quando o concílio reuniu-se em Jerusalém, os anciãos recusaram-se a declarar a circuncisão como necessária à salvação, mas sugeriram a Paulo e aos seus companheiros “que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência” (Gl 2.10). Um dos alvos de sua terceira viagem missionária foi coletar dinheiro “para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém” (Rm 15.26). Ensinava as igrejas na Galácia e em Corinto a contribuir para esta causa (1Co 16.1-4). Como a igreja em Corinto não contribuísse conforme se esperava, o apóstolo exortou demoradamente aos seus membros a respeito da ajuda aos pobres e necessitados (2Co 8;9). Elogiou as igrejas na Macedônia por lhe terem rogado urgentemente que lhes deixasse participar da coleta (2Co 8.1-4; 9.2). Paulo tinha em grande estima o ato de contribuir.
- Na epístola aos Romanos, ele arrola, como dom do Espírito Santo, a capacidade de se contribuir com generosidade às necessidades da obra de Deus e de seu povo (ver Rm 12.8 nota; ver 1Tm 6.17-19).
- Nossa prioridade máxima, no cuidado aos pobres e necessitados, são os irmãos em Cristo. Jesus equiparou as dádivas repassadas aos irmãos na fé como se fossem a Ele próprio (Mt 25.40, 45). A igreja primitiva estabeleceu uma comunidade que se importava com o próximo, que repartia suas posses a fim de suprir as necessidades uns dos outros (At 2.44,45; 4.34-37). Quando o crescimento da igreja tornou impossível aos apóstolos cuidar dos necessitados de modo justo e equânime, procedeu-se a escolha de sete homens, cheios do Espírito Santo, para executar a tarefa (At 6.1-6). Paulo declara explicitamente qual deve ser o princípio da comunidade cristã: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl 6.10).
- Deus quer que os que têm em abundância compartilhem com os que nada têm para que haja igualdade entre o seu povo (2Co 8.14,15; cf. Ef 4.28; Tt 3.14). Resumindo, a Bíblia não nos oferece outra alternativa senão tomarmos consciência das necessidades materiais dos que se acham ao nosso redor, especialmente de nossos irmãos em Cristo.
CONCLUSÃO
O cristianismo puro e simples é uma submissão ao evangelho, uma rendição da nossa vida à influência dominante das suas verdades e leis. Devemos evidenciar a sinceridade da nossa submissão ao evangelho pelas obras de caridade; isso será para o mérito da nossa confissão e para o louvor e glória de Deus. Os atendidos por essa generosidade no ofertar, buscam dar a sua melhor retribuição ao realizar muitas orações a Deus por aqueles que os socorreram. Essa é a única retribuição que os pobres podem dar, essa é uma grande vantagem para os ricos.
HENRY, Matthew – Comentário Novo Testamento
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento
Bíblia de Estudo Pentecostal
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