sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O Deus que intervém na história

“Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e o poder; é ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos entendidos.” (Daniel 2:20,21)

Continuando o estudo sobre o Deus do Livro e o Livro de Deus, veremos nesta lição que Deus intervém na história da humanidade e que, desde o princípio, sempre esteve no controle de tudo; até a própria história dependente da vontade de Deus. Entretanto, por causa do livre-arbítrio, os homens podem tomar decisões e fazer com que Deus mude de atitude e use sua santa justiça ou sua infinita compaixão (Rm 9.15-18; Ex 33.19).

Deus, de antemão, antes mesmo da fundação do mundo, já havia traçado e elaborado um impressionante e grandioso plano para a história. Traçou detalhadamente esse plano e ele mesmo é quem se encarrega de cumpri-lo. É verdade que o homem tem participação ativa em todo o curso dos acontecimentos, porém, não pode o homem arrogar para si a soberania da condução da história, nem sequer por um único dia.
(Is 37.26)

INTERVIR significa “vir entre”, ou seja, “vir e pôr no meio de”.
Nos dicionários significa: ser ou estar presente; intrometer-se; interpor sua autoridade; tomar parte voluntariamente; assumir; servir de mediador.

HISTÓRIA significa: conjunto de conhecimentos relativos ao passado da humanidade, segundo o lugar, a época, e o ponto de vista escolhido; é a ciência que estuda eventos passados com referência a um povo, país, período ou indivíduo específico.
História é o mesmo que testemunho, no sentido daquele que ver. Um estudo histórico começa quando os homens encontram elementos de sua existência nas realizações dos seus antepassados.
Os historiadores usam várias fontes de informação para construir a história, como, por exemplo, escritos, gravações, entrevistas (História oral) e achados arqueológicos.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE (Gn 6.1-7)
Refere-se à maldade do mundo que provocou a ira de Deus. A coisa mais notável acerca do mundo antigo é a sua destruição pelo dilúvio. Vemos a justa ira de Deus e sua santa decisão de castigá-lo.
1-2 – Os homens se multiplicaram rapidamente, e lhes nasceram filhas (mulheres formosas), e os filhos de Deus às desejaram e escolheram-nas para se casar (casamento entre os descendentes de Caim e de Sete).
3 – O Espírito de Deus contende com os homens porque além deles serem frágeis, também eram carnais (depravados), pois se inclinaram às concupiscências corruptas.
4 – Havia gigantes antes e depois que os filhos Deus e as filhas dos homens se relacionassem e tivessem filhos, conhecidos como “valentes”, “varões de fama”.
5 - Deus viu que toda imaginação ou propósito dos pensamentos do coração do homem era continuamente mal, enganoso e perverso. Suas intenções e planos eram malvados. Eles faziam o mal deliberadamente, e se esforçavam para cometer atrocidades. Não havia bem entre eles somente o mal continuamente.
6-7 – As profundezas da corrupção em que a raça humana havia mergulhado nos dias de Noé eram revoltantes demais diante do Senhor, do Deus de justiça e santidade, pelo que o Todo-poderoso reagiu. Ele lamentou ter criado uma geração tão abominável de pervertidos morais. A expressão “arrepender-se” (termo antropomórfico ou antropopático, serve para comunicar a reação de Deus para com os seres humanos) significa “sentir muita tristeza por causa de”, “mudar de idéia a respeito de”. Quando se trata dos propósitos de aliança que Deus celebrou com seu povo, Ele verdadeiramente é incapaz de arrepender-se (Nm 23.19).

Existem muitas passagens e muitas referências sobre a intervensão de Deus, mas nenhuma se compara com essa de Gênesis 6, onde Deus se emociona pesando-lhe o coração, e resolvendo destruir de sobre a face da terra o homem que criou, isso devido a maldade que se multiplicava e os pensamentos do coração do homem eram continuamente mal. Essta intervenção é, entretanto, uma das maiores de toda a história.

ALGUNS SUBSÍDIOS PARA COMPLEMENTAR O CONTEÚDO DA LIÇÃO, TENDO EM VISTA QUE O MESMO JÁ FOI SUFICIENTEMENTE EXPLANADO PELO COMENTARISTA.

Recomendo a leitura do livro “O Plano Divino Através dos Séculos”, link para baixar:
http://www.4shared.com/file/45886537/cd4231d3/evanglico_-_n_lawrence_olson_-_o_plano_divino_atravs_dos_sculos.html?s=1

Para ler sobre quem faz a história, acesse:
http://drleadnet.com/textos3/a_historia_gn.htm


OS FILHOS DE DEUS E AS FILHAS DOS HOMENS

O capítulo 6 de Gênesis tem sido considerado uma das passagens mais obscuras de toda a Bíblia. Esses poucos versos têm provocado muita controvérsia quanto à sua compreesão e significativo.
No que diz respeito aos “filhos de Deus” e as “filhas dos homens”, quem eram esses filhos de Deus? Seriam sobrenaturais ou simples seres humanos? Será que se refere a uma mitologia, união de seres divinos com mulheres humanas?

PRINCIPAIS INTERPRETAÇÕES

1. Interpretação mitológica.
Alguns livros apócrifos interpretam os “filhos de Deus” como anjos. Acham que são seres divinos, deuses mitológicos que teriam vindo à Terra e se unido em casamento com mulheres humanas. Usam (Sl 29.1; 89.7; Jó 1.6; 2.1).

2. Interpretação Real.
A expressão “filhos de Deus” é vista como se referindo a reis e governantes poderosos, que violentaram as mulheres de forma indiscriminada. Essa intepretação encontra-se na antiga literatura judaica. Usam Salmos 82, alegando que os juízes são identificados como os deuses e os filhos do altíssimo. Se baseiam também em culturas antigas, onde os reis eram identificados como tendo origem divina.

3. Anjos caídos.
Uma outra interpretação afirma que “os filhos de Deus” são anjos caídos. Dizem que Deus destruiu os homens como consequência de seus atos, pelo fato de terem tido relações sexuais com demônios. Alegam que na passagem de Jó 1.6-12, Satanás apresenta-se diante de Deus com outros filhos de Deus. Usam também Jd 6,7, interpretando que os anjos que estão algemados em trevas são anjos caídos.

RAZÕES QUE APOIAM “OS FILHOS DE DEUS” COMO DESCENDENTES DA LINHAGEM PIEDOSA DE SETE.

1. A declaração de que “os filhos de Deus” em Gn 6 são anjos, não resistem as palavras de Jesus em Mt 22.30: “Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu”.

2. As escrituras ensinam com clareza que os anjos são “espíritos” (Hb 1.14)
Embora, de vez em quando, apareçam sob forma corpórea semelhante a homens, não têm corpos físicos, e por isso, não conseguem manter relações sexuais com mulheres. Tampouco poderiam ter sido anjos de Deus, visto que eles vivem em obediência total ao Senhor.
Com relação a sua natureza, os anjos são espíritos, sem corpo, e mesmo assim podem assumir um corpo, quando Deus quer. Eles são espíritos, incorpóreos, inteligentes, ativos, excedem o homem em sabedoria e força (2 Pe 2.1).

3. Os demônios (seres decaídos que seguiram a Satanás) de modo algum poderiam ser chamados “filhos de Deus”, pois estão destinados ao inferno e jamais são assim designados nas escrituras.

4. O que Gênesis 6.1-2,4 registra é a primeira ocorrência de casamento misto entre crentes e incrédulos.
Então, “os filhos de Deus” desta passagem, sem dúvida nenhuma, eram descendentes da linhagem piedosa de Sete (Gn 5; ver 4.25-26). Em vez de permanecerem fiéis ao Senhor e leais à sua herança espiritual, permitiram-se a si mesmos serem tentados e seduzidos pela beleza de mulheres ímpias, as “filhas dos homens”, a saber, as seguidoras da tradição e do exemplo de Caim (Gn 4.17-24).
Passagens em que os homens são chamados filhos de Deus no A.T. (Ex. 4.22-23; Dt 14.1; Sl 73.15; 82.6-7; Os 1.10) e no N.T. (Mt 5.9; Jo 1.12; 11.52; Rm 8.14; Fl 2.15).
Esse é o modo de interpretar, comum entre os cristãos. Se analisado pelo contexto literário e exegético, conclui-se que as evidências levam qualquer estudioso a aceitar os filhos de Deus como descendência de Sete, e não anjos.

GÊNESIS 6:3 - Há aqui uma contradição com o que Moisés disse no Salmo 90, a respeito da duração da vida humana?
PROBLEMA:
O texto de Gênesis 6:3 parece indicar que a longevidade humana após o dilúvio seria de, no máximo, 'cento e vinte anos'. Contudo, no Salmo 90, Moisés a considerou ser de 70 ou 80 anos, no máximo (v. 10).
SOLUÇÃO: Em primeiro lugar, não é de todo certo que Gênesis 6:3 esteja se referindo à longevidade humana. Pode ser que esteja falando de quantos anos ainda faltavam até que o dilúvio ocorresse.
Segundo, mesmo que de fato seja uma antevisão da duração da vida dos homens, isso não contradiz a posterior referência a 70 ou 80 anos, por duas razões: primeiro, o texto se refere a um período anterior, quando as pessoas ainda viviam mais tempo (o próprio Moisés viveu 120 anos, conforme Deuteronômio 34:7); segundo, os 70 ou 80 anos provavelmente não seriam um limite superior absoluto, mas simplesmente uma referência à média das idades das pessoas que morrem na velhice.

GÊNESIS 6:6 - Por que Deus estava insatisfeito com o que ele tinha feito?
PROBLEMA:
Em Gênesis 1:31, Deus estava plenamente satisfeito com o que acabara de fazer, declarando que tudo 'era muito bom'. Mas, em Gênesis 6:6, ele declara que 'se arrependeu... de ter feito o homem na terra'. Como estas duas afirmativas podem ser verdadeiras?
SOLUÇÃO: Estes versículos se referem à humanidade em tempos diferentes e sob diferentes condições. O primeiro enfoca os seres humanos em seu estado original de criação. O segundo refere-se à humanidade depois da queda e logo antes do dilúvio. Deus se agradou com o que criou, mas não teve prazer algum com o que o pecado fez em sua perfeita criação.


A Bíblia Responde - CPAD

Manual popular de dúvidas, enigmas e “contradições” da Bíblia - Norman Geisler, Thomas Howe; traduzido por Milton Azevedo Andrade

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